Documento valores pagos por empresas fornecedoras da estatal da energia a 156 políticos - entre eles Alckimin, Serra, Aécio – foi dado como "falso". Repórter do DCM foi a campo comprovar sua veracidade
por Redação RBA
O jornalista Joaquim de Carvalho, do Diário do Centro do Mundo,
foi a campo com a missão de comprovar a veracidade da lista com o nome
de políticos (entre eles Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves,
Eduardo Cunha, Roberto Jefferson) e respectivos valores recebidos na
campanha eleitoral de 2002 do caixa dois de empresas que prestaram
serviços à estatal Furnas. A empresa é um colosso com 17 usinas
hidrelétricas, duas termelétricas, três parques eólicos que garantem o
abastecimento de energia a mais de 60% das moradias do país. Até hoje os
políticos não foram investigados.
A Lista de Furnas era na verdade uma confissão de crime, diz Carvalho, em entrevista a Oswaldo Luiz Colibri Vitta, na Rádio Brasil Atual.
“Havia um diretor da estatal, que trabalhou 35 anos na companhia.
Quando houve a troca de governo, saindo FHC, iniciando Lula, o diretor
Dimas Toledo elaborou a lista com os nomes de 156 políticos, todos eles
da base parlamentar do governo FHC, para quem ele tinha dado recursos
durante a campanha de 2002. E relacionou também 101 empresas. E depois
assinou. E você se indaga? Por que um cara vai assinar uma confissão de
crime? Porque ele na verdade usou para pressinar o Aécio Neves (eleito
governador de Minas), para que fosse mantido na direção de Furnas. E
isso acabou acontecendo. O Dimas Toledo foi mantido. E o pai do Aécio
foi também mantido no conselho de administração”, relata o repórter.
O documento, sigiloso, foi divulgado por um lobista
em 2005. Na ocasião, a imprensa corporativa estava empenhada na
cobertura do chamado “mensalão do PT”. E deu à Lista de Furnas, assim
como às denúncias do mensalão mineiro, a versão de que se tratavam de
documentos falsos. “Depois foi verificado que era tudo autêntico. Só que
a imprensa sempre escondeu. Não deu”, diz o jornalista. “Um deputado, o
Roberto Jeferson, quando acusou o tal do mensalão, a imprensa toda deu
crédito. Ele diz, na Lista de Furnas, quando foi chamado, ‘sim, recebi
exatamente esses valores’, conta como foi, onde foi entregue, detalhes.
Outro deputado do PMDB de Minas, presidente da Assembleia Legislativa,
disse assim: “Mas como assim é falsa? Esses valores eu recebi, em tal
lugar, assim, assim, assim’.”
O repórter lembra que o pai de Aécio Neves, Aécio
Ferreira da Cunha, foi durante décadas parlamentar por partidos de apoio
à ditadura (Arena, PDS, depois PFL, DEM). “Era da Comissão de Energia
da Câmara e ocupou durante 20 anos posição no conselho de Furnas.” O
nome da família voltou à tona quando doleiro e delator premiado da Lava
Jato Alberto Youssef mencionou que em determinado dia foi a uma empresa
de Bauru que prestava serviços para Furnas, para cumprir uma missão:
receber em cash R$ 4 milhões que seriam destinados ao então
deputado José Janene (PP), morto em 2010. Ao chegar, recebu a informação
de que “só” havia metade – a oura metade teria sido repassada a Aecio
Neves.
Ouça a entrevista na Rádio Brasil Atual clicando aqui
Fonte Rede Brasil Atual
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