quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

PM: corporação violenta, ineficaz e antidemocrática


É claro que o problema principal é a instituição da Policia Militar, e não o indivíduo policial, e a desmilitarização da polícia é um dos principais passos para uma sociedade de fato democrática. 

Quem defende a instituição da policia militar como se fossem heróis só pode ser alguém que ou nunca abriu um jornal, ou é tremendamente ingênuo, ou mostra sérios problemas de senso moral. E não é só por causa das manifestações violentamente reprimidas, mas por causa de todo o histórico desta organização de terrorismo estatal. 


A Policia Militar brasileira é a corporação policial que mais comete assassinatos no mundo. É violenta, incompetente e extremamente ineficiente.

São amplamente conhecidos os casos de estupros, de tortura e as inúmeras chacinas promovidas pela policia militar.

A PM mantém as estruturas hierárquicas, a ideologia e padrão operacional do exército. É um grupo treinado para identificar e eliminar inimigos de guerra, e não pra lidar com populações civis em um estado democrático. A policia militar não é capacitada para trabalhar com a  sociedade.

Censuram a imprensa, e usam o argumento de "desacato à autoridade" para estarem acima da lei e acima de todos os cidadãos, impedirem as pessoas de filmarem ações, circularem livremente, se expressarem. Em 2014, durante os protestos contra a Copa a Policia militar agrediu um jornalista por dia

Mesmo entre os policiais é grande o número dos que não apoiam a instituição militar. Pesquisas apontam que 77,2% dos policiais são a favor da desmilitarização, e que 38,8% alegam que, se pudessem voltar atrás, não teriam optado pela carreira de policial. Os soldados passam por um treinamento desumanizador, uma pedagogia do sofrimento, que os faz enxergar o manifestante, o pobre, o negro, o estudante, o cidadão politizado como uma ameaça à ordem, sujeito a ser eliminado. Através de um treinamento de condicionamento à obediência cega e comportamento violento, o militar é deslocado da sociedade, passa a se diferenciar do civil, o que cria o sentimento de impunidade e autoritarismo que são tão frequentes aos agentes de repressão.

É uma organização racista e machista. Não só não possui nenhum respeito pelos Direitos Humanos e pela democracia, como também não possui a menor compreensão sobre o que são Direitos Humanos. Ou sobre o que é Democracia. Ou Respeito.

Em última instância, a Policia Militar custa uma fortuna para o contribuinte. Segundo o Estadão, a  PM disparou uma bomba a cada sete segundos nos primeiros seis minutos de repressão ao ato contra o aumento da tarifa de ônibus na ultima terça-feira. É difícil saber exatamente o custo atualizado de cada bomba, mas em 2013 estimou-se que cada granada de gás custou R$800,00. Isso significa que apenas os primeiros seis minutos de repressão custaram, só em gás, trinta e nove mil e duzentos reais. Além disso, neste ano a PM de São Paulo comprou 6 blindados israelenses para reprimir protestos. Eles custaram 5 milhões de reais cada. Isso significa que a PM gastou, só com 6 carros, 30 milhões de reais. Esse dinheiro que a Policia Militar consome vem dos impostos de todos nós, e custam muito mais do que o valor irrisório de algumas lixeiras de plástico depredadas ou vidraças de bancos multimilionários.

Esses gastos absurdos são feitos com o intuito de impedir que a população proteste por melhorias na cidade que poderiam ser facilmente implantadas se o nosso governador priorizasse cumprir as demandas da população ao invés de queimar dinheiro pra satisfazer os próprios fetiches de sadismo e poder.

É claro que o problema principal é a instituição da Policia Militar, e não o indivíduo policial, e a desmilitarização da polícia é um dos principais passos para uma sociedade de fato democrática. Existem, inclusive, alguns policiais que falam contra o sistema, alguns de dentro da corporação e outros de fora. Certamente existem policiais que fazem o que se esperaria que todos os policiais fizessem (o que não é mais do que a obrigação), mas isso não os exime de certa responsabilidade pelos crimes rotineiros de sua corporação. Não basta ser um policial que não comete abusos evidentes. Um policial pode não sentir vontade de bater em manifestantes, mas se bater mesmo assim, ou se impedir a livre manifestação porque está “só cumprindo ordens”, então ele continua sendo um opressor. E se ele não faz nada quando vê um colega abusando da autoridade, então ele é conivente com o abuso. E se fica calado sobre os crimes de seus colegas, então ele permite e é um colaborador indireto deles. Vestir uma farda é uma escolha, e quem a veste está, de um jeito ou de outro, assumindo e apoiando o que a instituição da policia militar representa, pra bem ou pra mal.

Por mais que o treinamento seja cruel e as condições de trabalho sejam desfavoráveis aos policiais, isso não justifica o envolvimento com narcotráfico, a cobrança de todo tipo de propinas, os massacres, a violência sexual, a selvageria contra manifestantes, os abusos e humilhações cometidos em enquadros, e todos os outros crimes tão cotidianos que já não podem ser vistos como algo menos do que o procedimento padrão da instituição.

Mas o grande enigma não é entender a subjetividade dos policiais militares enquanto indivíduos ou a instituição enquanto aparelho de repressão à serviço dos interesses do capital. O maior mistério, assim como o maior impedimento pra que polícia deixe de ser bandido, é o apoio incondicional, apaixonado, anti ético, violento, sadomasoquista que parte da população dá para a policia. É por causa de pessoas que repetem "bandido bom é bandido morto", que aplaudem quando um policial assassina um pobre, espanca um estudante ou comete todo tipo de violências e infrações em nome de um conceito de justiça derivado de filmes do schwarzenegger, que a policia segue sendo muito mais parte do problema do que da solução.

Portanto, se você defende essa corporação militar que gera incontáveis “casos isolados” de capangas, assassinos, estupradores, milicianos, ladrões, racistas, fascistas e inimigos do sistema democrático e da Constituição, eu recomendo que você repense sua posição. Talvez você só tenha caído na armadilha de nunca ter colocado em perspectiva o comportamento desta corporação. Ou talvez, para você, lixeiras e vidraças de banco realmente valham mais do que a vida humana. Nesse caso, sempre haverá uma farda pra você em algum lugar.

Fonte Brasil 247


Ato contra o aumento abusivo no valor da passagem do transporte público em Cuiabá.

Lutamos para:

- Barrar o aumento da tarifa do transporte público.
- Pela garantia de qualidade do transporte.
- Em defesa do passe livre.

Manifesto “3,10 já é roubo!” em PDF: 







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