Caso se confirme o aumento da passagem de ônibus para R$ 3,80, Cuiabá terá a tarifa mais cara do país
Caso seja confirmado o
aumento (dos atuais R$ 3,10 para o valor pleiteado pelas empresas do
setor, de R$ 3,80), a nova tarifa do transporte público de Cuiabá será a
mais cara do país, ao lado de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas há
“razões inescapáveis” para isso, disse o presidente da Agência Municipal
de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec),
Alexandre Bustamante.
As principais seriam a gratuidade para estudantes e idosos, por
exemplo, a nova alíquota do ICMS, retirando isenção sobre o diesel, e
diminuição do número de usuários. “Há vários fatores a serem
considerados nessa comparação complicada. Levando-se em conta só o
preço, há capital que tem subsídio. São Paulo, por exemplo, dá quase R$ 1
bilhão para ajudar a manter o preço, além do fato dos estudantes
pagarem meia passagem, no lugar da isenção total, como ocorre em Cuiabá.
Quem paga para os estudantes andarem são outros passageiros”, disse
Bustamante.
Logo depois dessas desvantagens com relação à capital do Estado mais
rico e industrializado do país, vêm o fim da isenção do principal
insumo, do qual a Secretaria de Fazenda (Sefaz) já avisou que não vai
mais abrir mão, além de queda de 9,18% do número de passageiros. Em
números, de uma média de 3,7 milhões de passagens/mês para 3,4 milhões
de passagens/mês nos últimos dois anos.
Todas as justificativas acima, somadas às recomposições
inflacionárias, continuou Bustamante, entornaram o caldo do trabalhador.
Dado curioso é que, se todos que andam de graça em Cuiabá pagassem, “a
passagem custaria R$ 1,99, segundo cálculos da Arsec, com dados da
Secretaria de Mobilidade Urbana”. Ou seja, é gratuidade só no nome, pois
os pais pagam para os filhos estudantes irem à escola de ônibus, ou
para os mais velhos entrarem pela porta de trás.
A única chance dos passageiros de coletivo é se essa planilha que vai
ser publicada hoje e levada, daqui a trinta dias, a uma audiência
pública, seja vetada pelo prefeito Mauro Mendes ou embargada pela Câmara
Municipal, o que não foi sinalizado até agora. “Depois de trinta dias
de publicação, ela [a tabela de cálculos] é levada para uma audiência
pública para discutir qual valor será definido entre as duas planilhas.
Se R$ 3,60, sem o valor do ICMS, ou R$ 3,80, com o valor do novo
repasse. Isso deve ocorrer em fevereiro ou março. Só a partir daí é que
começa a valer”, explicou a assessoria de comunicação da Arsec.
Além do aumento, outra coisa que acontece todo ano sempre que a
palavra é proferida, greve dos motoristas, ocorre parcialmente desde
ontem (13), mesmo rechaçada pelo presidente da Arsec -- “não haverá
greve, já negociamos” --, com a paralisação dos ônibus da empresa
Expresso Norte Sul, que atende o Coxipó e o CPA, devido a um atraso de
três meses (segundo o sindicato) na metade dos salários.
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