Famílias mato-grossenses que tentam permanecer no poder lançam seus membros no pleito eleitoral há mais de 100 anos em Mato Grosso. Nesta eleição, família Campos tentando eleger Júlio Neto, Riva a Janaina, Carlos Bezerra ele mesmo e Teté são exemplos do “Mateus, primeiro os meus” ( Pagina do Enock)
Empresários Julio Campos Neto e Júlio Campos. A família, que colheu
péssimos resultados em suas últimas arremetidas eleitorais, tenta agora
manter sua presença no cenário político, com a candidatura do filho de
Julinho à Assembleia Legislativa (pagina do Enock)
A nova geração da familiocracia em MT
Famílias mato-grossenses que tentam permanecer no poder lançam seus membros no pleito eleitoral há mais de 100 anos no Estado
Nas eleições deste ano, vários filhos, esposas, netos, primos e irmãos, disputam algum cargo eletivo
ALLINE MARQUES
DIÁRIO DE CUIABÁ
DIÁRIO DE CUIABÁ
Candidato a deputado estadual, Júlio Neto mesmo tendo crescido no
meio da política diz que inicialmente tinha uma visão errada e via como
um ambiente negativo e que políticos eram pessoas que queriam se dar bem
na vida. Somente quando o pai deixou o cargo de conselheiro do Tribunal
de Contas do Estado para disputar a prefeitura de Várzea Grande em 2008
é que foi despertado nele o desejo de entrar para a política. Ele me
mostrou o lado positivo da política, de podermos melhorar a vida das
pessoas e modificou minha mente, conta Neto, que disputou eleição para
vereador em 2012, sem êxito. Neto diz que a pressão é grande por conta
do tempo em que a família está na política e há muita cobrança. Mas ele
nega que haja rejeição.
Na disputa eleitoral deste ano ainda há vários outros exemplos de
familiocracia. Um deles é da família Riva. O deputado José Riva desistiu
de tentar a reeleição para concorrer ao governo do Estado, mas tenta
eleger a filha, Janaina Riva (PSD), para manter o legado. Além disso, a
esposa dele, Janete Riva, também já concorreu como vice-governadora de
Antero Paes de Barros em 2002. Já o deputado federal Carlos Bezerra
(PMDB) tenta a reeleição e a sua esposa, Teté Bezerra, é candidata a
vice-governadora na chapa do petista Lúdio Cabral.
Já o vereador Leonardo Oliveira (PTB), sobrinho de Dante de Oliveira
(PSDB), é outro que busca dentro da familiocracia agora um mandato para
deputado estadual. A esposa de Dante, Thelma de Oliveira, também já foi
deputada federal. Outros que disputam o pleito deste ano são o filho do
ex-prefeito de Cuiabá Chico Galindo, Galindo Filho (PTB); o vereador de
Rondonópolis, Ibrahim Zaher, irmão de Valtenir Pereira, Valdenir Pereira
(Pros), e Fábio Garcia (PSB), neto de Garcia Neto, são alguns dos
exemplos que seguem seus familiares.
Outro exemplo de familiocracia é em Barra do Garças, que desde a
década de 70 tem a família Farias em algum cargo eletivo no Araguaia.
Wilmar Peres de Farias foi quem começou esta tradição quando foi eleito
vereador em 1972, mas acabou sendo preso na época da ditadura. Militante
do MDB na luta contra o período militar, Wilmar elegeu prefeito em 1982
como o mais votado.
Wilmar apostou as fichas no sobrinho Wanderlei Farias (PR), que foi
eleito três vezes prefeito, mas desde o primeiro mandato do republicano a
família ‘rachou’ e hoje o atual prefeito, Beto Farias (PSD), filho de
Wilmar, disputou contra a prima, Andréia Farias, que teve apoio de
Wanderlei. Em entrevista ao Diário, Beto contou a trajetória do pai, que
também foi governador e diz que entrou para a política por querer levar
adiante os ideais do progenitor.
Questionado sobre qual mensagem Wilmar deixou para ele, o prefeito
diz que está realizando o último sonho dele, que era de fazer um governo
pensando na qualidade de vida da população.
A familiocracia nem sempre vem com a sucessão pelos filhos, ela pode
ser por esposas, sobrinhos, primos e até irmãos. É o caso do deputado
Dilmar Dal Bosco (DEM), que busca a reeleição. Ele sucedeu o irmão
Dilceu Dal Bosco, que desistiu de tentar a reeleição em 2010 para
concorrer ao cargo de vice-governador ao lado de Wilson Santos (PSDB).
Dilmar conta que apesar de participar de campanha e da política desde
94 nunca cogitou a possibilidade de disputar um cargo eletivo. Em 2010
ele estava coordenando a campanha do irmão, quando houve a mudança no
projeto. Na época, conta que até pensou em se afastar e voltar a
administrar as empresas, porém o grupo político o procurou e pediu que
ele assumisse a vaga de Dilceu.
Questionado sobre a pressão de substituir o irmão, Dilmar diz que
sempre procurou não se comparar e nunca quis ser nem melhor e nem pior.
“É sempre uma grande responsabilidade, porque meu irmão fez um grande
mandato, mas eu segui meu mandato sem comparações, trabalhei dentro da
minha linha de atuação e com as coisas em que acredito, dentro da minha
coerência”, afirmou.
Em nível nacional, Aécio Neves tenta seguir os passos do avô Tancredo
Neves; Luciana Genro, que é filha do ex-ministro Tarso Genro, também
está na disputa presidencial; Eduardo Campos, que faleceu em acidente de
avião, também buscava seguir o avô Miguel Arraes de Alencar. Antônio
Carlos Magalhães Neto segue também a tradição da família. Assim como
Roseane Sarney entrou para política acompanhando o pai José Sarney.
DÊ UM BASTA NA SUJEIRA! VOTE CONSCIENTE POR UM BRASIL LIMPO E SEM CORRUPÇÃO!
Visite a pagina do MCCE-MT