“Vão dizer que não confiam na urna eletrônica? E confiariam em quê? Na urna de papel?”
Ministro João Otávio de Noronha diz considerar 'prejudicial a democracia' pedido de auditoria feito por tucanos ao TSE
Diário do Centro do Mundo
O pedido de auditoria feito pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) pode ser considerado “prejudicial” à democracia, entende o
corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha. O
ministro lembra que a coligação e a campanha do tucano Aécio Neves
“tiveram toda a oportunidade, estiveram acompanhando a divulgação” e diz
“nada foi impugnado em momento algum”. “Perde (a eleição) por pouco e
aí fica questionando o sistema eleitoral, que nunca foi questionado no
Brasil”, critica o ministro.
Ele chegou a se encontrar com o presidente do TSE, ministro Dias
Toffoli, na noite desta quinta-feira e os dois falaram sobre o tema. A
percepção, de acordo com Noronha, é de que “não há nada que comprometa” a
lisura do processo de eleição presidencial deste ano. A auditoria foi
remetida diretamente ao presidente do TSE, que deve ouvir a parte
técnica e encaminhar o caso ao plenário na terça-feira (4), segundo
Noronha.
“Vão dizer que não confiam na urna eletrônica? E confiariam em quê?
Na urna de papel?”, questiona o ministro. Mineiro, Noronha é ministro
efetivo do TSE desde 2013. Faz parte das vagas destinadas a ministros do
Superior Tribunal de Justiça para compor a Corte Eleitoral. O ministro
faz parte do corpo do STJ desde o final de 2002, quando foi indicado
pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Alguns documentos solicitados pelo PSDB fazem parte do acervo
disponibilizado pelo TSE na internet, como os boletins de urna, e outros
podem ser entregues, de acordo com regimento do próprio tribunal,
explicou.
O ministro aponta ainda um empecilho processual na auditoria: quem
deveria fazer o requerimento é a coligação de Aécio, a Muda Brasil, que
contempla todos os partidos que se uniram ao PSDB. A petição é assinada
pelo coordenador jurídico nacional do PSDB, deputado Carlos Sampaio.
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