Beatriz: “Que os professores mostrem o contracheque”
Vi o Mundo
por Conceição Lemes
A propaganda eleitoral do candidato tucano à presidência Aécio Neves disse, no Dia dos Professores: “Com nossos professores, a gente também aprende, desde cedo, que é errado mentir, iludir, confundir“.
Pode ter sido mais uma tentativa de desmentir a denúncia de que Minas
Gerais não paga o piso salarial aos professores da rede pública de
ensino.
Seria uma insinuação, assim, de que os professores que o contestam estão mentindo.
“Na verdade, quem está mentindo é o Aécio”, denuncia a professora
Beatriz Cerqueira, presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em
Educação de Minas Gerais (SindUte). “Ele não tem dito a verdade sobre
educação em Minas Gerais.”
Beatriz Cerqueira afirma:
– Aécio mente ao dizer que Minas paga o piso salarial e não paga.
– Aécio mente também ao dizer que temos a melhor educação do país. Os
indicadores de acesso e permanência na rede estadual de
Minas desmentem-no completamente.
– Mais desrespeitoso ainda é ele dizer para a sociedade que os professores estão mentindo.
O piso salarial nacional estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) é de R$ 1.697,00.
Só que, todo mês, com o contracheque nas mãos, o professor da rede
estadual de Minas Gerais sabe que não recebe o piso Salarial
Profissional Nacional do magistério da Lei 11.738/08.
Quando foi governador, Aécio estabeleceu o “Piso remuneratório”, coisa que só existiu em Minas.
Ele estabeleceu um teto de remuneração – R$850,00. Se o professor,
somando tudo o que estava no seu contracheque, não chegasse a este
valor, havia uma complementação até o valor do teto. Não era piso
salarial, mas teto. Limite de salário!
Quando Aécio saiu do governo, a professora recebia como vencimento
básico R$369,00. A lei federal 11.738/08 estabeleceu que o piso não é
toda a remuneração, mas o vencimento básico, a partir do qual se
calculam as demais vantagens e direitos.
Seu sucessor, Antônio Anastasia, transformou este teto em subsídio,
desconsiderando o que foi estabelecido na Lei e também a decisão que o
Supremo Tribunal Federal tomou ao negar uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) proposta por vários governadores, inclusive
do PT.
Ao criar o subsídio, Anastasia acabou com direitos conquistados pelos educadores ao longo de mais de 30 anos.
Recentemente um post antigo do Viomundo, de 2011, voltou
a causar debate entre os internautas por conta da campanha eleitoral. É
uma denúncia do SindUte feita durante uma campanha salarial.
O post já atingiu 49 mil compartilhamentos desde então. Eleitores
tucanos, sem notar a data da publicação, chegaram a nos acusar de
publicar um contracheque antigo. Oras, o post é de 2 de agosto de 2011!
Pois bem, a situação permanece a mesma.
Vejam abaixo o contracheque de agosto do professor Adriano. Ele tem licenciatura plena.
O valor de R$ 1.455,30 é o subsídio para jornada de 24 horas. Desse
valor é retirada, descontada no próprio contracheque, a contribuição
para a Previdência e o IPSEMG.
Salário líquido a receber: R$ 961,66.
O professor Adriano não é exceção.
Tanto que, para provar que Aécio mente, o SindUte fez este cartaz com o salário da professora Ormesinda.
Ela tem 10 anos de rede estadual e pós-graduação. O seu salário líquido é R$ 1.013, 32:
Fonte Vi o Mundo
Saiba mais
• Manipula as informações sobre qualidade da educação, divulgando apenas o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB). Outros indicadores que apontam os problemas não são repassados à população.
• O programa Fica Vivo não diminuiu a violência. A taxa de homicídio em Minas aumentou 80% de 2001 a 2011. Nossos jovens estão morrendo!
• Os programas do Governo são apenas para propaganda, não atingem a maioria dos municípios mineiros. O Poupança Jovem, por exemplo, atende apenas nove municípios.
• Faltam 1.010.491 de vagas no Ensino Médio.
• Somente 35% das crianças mineiras conseguem vaga na Educação Infantil.
• Não tem nenhuma política preventiva sobre violência nas escolas. Professores são agredidos, alunos assassinados e nada é feito.
• Não paga o Piso Salarial Profissional Nacional aos profissionais do Magistério, conforme determinado pela Lei Federal 11.738/08 e decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
• Efetivou, sem concurso, mais de 98 mil servidores, colocando estas pessoas numa situação de fragilidade jurídica.
• Congelou a carreira de todos os trabalhadores em educação até dezembro de 2015.
• Não cumpre acordos que assina.
• Acabou com o Fundo de Previdência dos Servidores Estaduais (Funpemg), que já tinha capitalizado mais de R$3 bilhões para aposentadoria dos servidores.
Coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG)
Saiba mais
Acompanhe o que o governo de Minas
fez contra a educação mineira:
fez contra a educação mineira:
• Não dá autonomia para os professores avaliarem o processo de aprendizagem dos alunos, impondo a aprovação automática.
• Manipula as informações sobre qualidade da educação, divulgando apenas o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB). Outros indicadores que apontam os problemas não são repassados à população.
• O programa Fica Vivo não diminuiu a violência. A taxa de homicídio em Minas aumentou 80% de 2001 a 2011. Nossos jovens estão morrendo!
• Os programas do Governo são apenas para propaganda, não atingem a maioria dos municípios mineiros. O Poupança Jovem, por exemplo, atende apenas nove municípios.
• Faltam 1.010.491 de vagas no Ensino Médio.
• Somente 35% das crianças mineiras conseguem vaga na Educação Infantil.
• Não tem nenhuma política preventiva sobre violência nas escolas. Professores são agredidos, alunos assassinados e nada é feito.
• Não paga o Piso Salarial Profissional Nacional aos profissionais do Magistério, conforme determinado pela Lei Federal 11.738/08 e decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
• Efetivou, sem concurso, mais de 98 mil servidores, colocando estas pessoas numa situação de fragilidade jurídica.
• Congelou a carreira de todos os trabalhadores em educação até dezembro de 2015.
• Não cumpre acordos que assina.
• Acabou com o Fundo de Previdência dos Servidores Estaduais (Funpemg), que já tinha capitalizado mais de R$3 bilhões para aposentadoria dos servidores.
Mas parece que o que incomodou foi a
possibilidade da população ser lembrada sobre os problemas da escola,
durante o período eleitoral. Qual o medo? Vamos fazer o debate público
sobre a realidade da educação mineira? Porque a censura é o instrumento
de uma ditadura, não de um Estado democrático.
Quem quer ser gestor tem que aprender a conviver com quem pensa diferente.”
Professora Beatriz Cerqueira
Coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG)
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