Do Estadão:
O Supremo Tribunal Federal decidiu abrir um inquérito contra o
presidente do DEM, senador José Agripino (RN), após pedido encaminhado
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O parlamentar foi
citado na delação premiada de um empresário do Rio Grande do Norte na
qual é acusado de ter cobrado propina de R$ 1 milhão para permitir um
esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular do Estado. O caso
chegou ao Supremo neste mês e a decisão de abertura de inquérito foi
tomada pela ministra relatora do caso, Cármen Lúcia, na sexta-feira
passada, 20. O processo tramita na Corte em segredo de Justiça.
Em delação ao Ministério Público do Rio Grande do Norte, o empresário
potiguar George Olímpio afirmou que, além de Agripino, participavam do
esquema a ex-governadora do Rio Grande do Norte e atual vice-prefeita de
Natal, Wilma de Faria (PSB), seu filho Lauro Maia, o presidente da
Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PMDB), e o ex-vice-governador
Iberê Ferreira (PSB), morto em setembro do ano passado. Todos negam
envolvimento no caso.
O acerto com Agripino teria acontecido, segundo o empresário, na
cobertura do senador, em Natal. “A informação que temos é que você deu
R$ 5 milhões para a campanha do Iberê”, teria dito o senador, segundo o
delator. Olímpio respondeu que doou R$ 1 milhão para a campanha do
ex-vice e prometeu entregar R$ 200 mil imediatamente ao senador e outros
R$ 100 mil na semana seguinte. “Aí ficam faltando R$ 700 mil”, teria
dito Agripino. O empresário interpretou o comentário do senador como uma
“chantagem”. “O R$ 1,15 milhão foi dado em troca de manter a inspeção”,
disse Olímpio.
Segundo os promotores, Olímpio teria montado um esquema que
envolveria as principais autoridades do Estado para aprovar uma lei que
criava o sistema de inspeção veicular no Rio Grande do Norte. A
aprovação da lei, de acordo com a investigação, teria ocorrido sem
obedecer aos trâmites legais. O esquema de corrupção no Estado é
investigado pela Operação Sinal Fechado, deflagrada em 2011, e o
empresário George Olímpio é réu no processo.
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