Ex-deputado cita que prisão é para fazer média com Taques
DEPOIMENTO NA IMPERADOR
CARLOS DORILEO
Da Redação
Da Redação
Preso há 108 dias acusado de comandar um esquema que teria provocado
um rombo de R$ 62 milhões nos cofres públicos da Assembleia Legislativa
de Mato Grosso entre 2005 e 2009, o ex-deputado estadual José Geraldo
Riva (PSD) negou na tarde desta terça-feira todas acusações feitas na
denúncia feita pelo Ministério Público Estadual. Ao final da audiência, a
juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane de Arruda, informou
que decidirá em dois dias se acata ou não um pedido da defesa de Riva
para que seja revogada a prisão preventiva.
Durante todo dia, o noticiário esteve focado na "Operação Imperador".
Pela manhã, o Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado)
realizou a segunda fase da operação sequestrando 110 imóveis, 31 carros
de luxo e um avião de todos 16 denunciados por fazer parte do suposto.
Já no início da tarde, a 6ª Turma do STJ (Supremo Tribunal de
Justiça) negou, por 3 a 2, o pedido para colocar Riva para responder o
processo em liberdade. Também nesta tarde, estavam previstos os
depoimentos dos deputados estaduais Wagner Ramos (PR) e Pedro Satélite
(PSD) que não apareceram na audiência alegando uma viagem a Vitória, no
Espírito Santo, para participar de um encontro da Unale (União Nacional
dos Legislativos), que inicia nesta quarta-feira.
Sem o depoimento dos parlamentares, a juíza colheu o depoimento de
Cleonice Adams, viúva do ex-secretário geral da Assembleia Legislativa,
Edemar Adams. Em suas declarações à magistrada, Cleonice fez várias
declarações bombásticas como, por exemplo, que num dia levou R$ 600 mil
para Riva ao lado do marido falecido em 2010 vítima de um câncer raro.
Ela também contou que Edemar Adams morreu no momento em que negociava
uma delação premiada com o Ministério Público. Clenice contou ainda que
antes mesmo do marido começar trabalhar na Assembleia as licitações
eram "maquiadas e direcionadas".
Já em seu depoimento, José Riva afirmou ser vítima de uma perseguição
do Ministério Público e que teme até ser "linchado" pelos promotores.
Ele afirmou que pessoas ligadas ao governador Pedro Taques (PDT)
insistem em destruí-lo, tanto é que hoje dois promotores - Mauro Zaque e
Ana Luiza Peterlini - ocupam cargos no palácio Paiaguás, como
secretários de Segurança Pública e Meio Ambiente, respectivamente.
Riva também contestou a delação premiada do empresário Gércio
Mendonça Júnior, "Júnior Mendonça", qualificando-a como "mentirosa". Ele
denunciou que o empresário tentou lhe extorquir R$ 5 milhões e que só
foi citado na delação premiada por causa da negativa.
Fonte Folha Max
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