E agora, se Cunha cair, será que ele faz delação premiada e entrega os “parça”? Quem serão os deputados federais que estão no bolso do Caranguejo? Será que o Presídio Central de Cuiabá receberá novos e ilustres visitantes?
O tipo de política e arranjos de
“governabilidade” que pratica o deputado federal Eduardo Cosentino Cunha
(PMDB/RJ) não é novidade para quem acompanha os movimentos da gestão
pública com um pouco mais de cuidado, e com alguma visão crítica.
Sempre existiram “consórcios” que
dominam a administração, e a atuação desses grupos de interesse começa
no processo eleitoral, com a farta distribuição de dinheiro e estrutura
de campanha para alguns partidos políticos e candidatos que se propõe a
fazer o jogo do “clube” ou consórcio criminoso.
Esses grupos de interesse são formados
por empreiteiros, fornecedores de produtos e serviços à administração
pública, bancos, empresas de comunicação e dirigentes que “se adonam” de
partidos políticos. São a parte podre da Democracia, e que se utilizam
desses valores tão caros à sociedade para defender privilégios e
interesses muitas vezes espúrios.
O deputado Eduardo Cunha não “se fez
sozinho”, ele é um produto que foi construído durante quase três
décadas, foi fortemente influenciado por empresas de comunicação, sua
esposa era funcionária da Rede Globo, foi beneficiado com o processo de
privatização que transferiu quase de graça o patrimônio do povo a
empresas predadoras. Cunha foi patrocinado por bancos, planos de saúde e
empresas montadoras de carros em toda a sua carreira.
A fortuna que foi apreendida em suas
contas correntes no Brasil e no exterior por decisão da justiça federal
mostra um homem poderoso, com gostos finos, e que usou até mesmo a
Igreja Assembleia de Deus para receber propina. O abuso foi tanto que
registrou em seu nome o domínio “jesus ponto com”, de modo que até Jesus
Cristo e da fé dos evangélicos foi por ele corrompida.
A bancada federal de Mato Grosso é fã de
carteirinha do deputado Cunha, salvo raras e honrosas exceções, tudo o
que o “Caranguejo” manda “o povo do baixo clero” obedece sem sequer
pestanejar.
Diz-se que Cunha “patrocinou” 150
deputados federais, neologismo para os termos corrupção, tráfico de
influência e crime comum. Com tanto poder em torno de si ele conseguiu
paralisar o país desde o mês de janeiro de 2015, e cumpriu com os
acordos com a classe dominante para dar andamento ao Golpe contra a
Democracia.
E agora, se Cunha cair, será que ele faz
delação premiada e entrega os “parça”? Quem serão os deputados federais
que estão no bolso do Caranguejo? Será que o Presídio Central de Cuiabá
receberá novos e ilustres visitantes?
Vilson Pedro Nery é advogado em Cuiabá.
Fonte Fato&Noticia
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