Aqui, o golpe é comandado por uma violenta coalização formada por uma corja de políticos corruptos e decadentes; uma mídia manipuladora que desmobiliza o povo; um empresariado e uma elite rancorosos e de mentalidade colonial e um judiciário que, ora opera, ora se omite, para dar ares de legalidade ao golpe.
Os turcos, ao que tudo indica, conseguiram abortar um golpe, mesmo
debaixo da ameaça das armas. O presidente convocou e o povo foi para as
ruas. Os milicos golpistas, com os rabos entre as pernas, foram presos.
Curiosamente, o acusado de ser mentor do golpe é um clérigo, morando nos
Estados Unidos. O fundamentalismo religioso sempre foi e continua sendo
um perigo para a humanidade.
Nós, os brasileiros, não conseguimos estancar um golpe sem tanques.
Um golpe que foi amadurecendo e se consolidando através de uma narrativa
altamente violenta, cujas armas não são os tanques. Montou-se uma
farsa: imputar crime de responsabilidade a presidenta. A farsa foi
desmentida várias vezes: a última nessa semana, com o pedido de
arquivamento da apuração criminal sobre as "pedaladas", pelo Ministério
Público Federal. Para o espanto de qualquer observador mais atento, não
obstante o desmonte da farsa, o enredo golpista continua a todo vapor,
como um tanque invisível, um jogo jogado, patrocinado pelo bando
golpista alojado no Parlamento e seu preposto interino, para o deleite
de moralistas sem moral.
Aqui, o golpe é comandado por uma violenta coalização formada por uma
corja de políticos corruptos e decadentes; uma mídia manipuladora que
desmobiliza o povo; um empresariado e uma elite rancorosos e de
mentalidade colonial e um judiciário que, ora opera, ora se omite, para
dar ares de legalidade ao golpe.
O povo poderia até enfrentar a força das armas, um inimigo visível.
Mas, quando o oponente é tão sagaz e ardiloso, todos ficam perdidos,
esperando algum sinal. Acontece que os sinais (assalto ao patrimônio
público; servilismo aos interesses alienígenas e, fundamentalmente,
extrema violência contra os grupos mais vulneráveis, com drástica
redução do estado de proteção social), são omitidos propositalmente pela
mídia golpista, dando falsa sensação que tudo continua como antes.
A sociedade, não acostumada a participar ativamente dos destinos da
nação, assiste a tragicomédia, sem perceber que a desmobilização cívica
restitui o poder para o grupo dos que dormem em berço esplêndido .
É por isso que os golpes mais sofisticados, desenvolvidos nos últimos
anos na América Latina com o concurso da inteligência norte-americana,
são também muito mais difíceis de serem confrontados. O enredo, já
utilizado no Paraguai e em Honduras, é sempre o mesmo. Forjar uma
narrativa para desestabilizar um governo democrático, criando condições
para que os vilões, com ares de mocinhos, tomem de assalto o poder, sem
tanques. Mas, com intensa violência e vilania.
Fonte Brasil 247
TEMER E SEUS ALIADOS MERECEM PUNIÇÃO RIGOROSA
Visite a pagina do MCCE-MT