Hoje, já está bem visível que o golpe midiático, judicial e parlamentar desferido contra o Estado Democrático de Direito, em 2016, foi a maior entre todas as corrupções ocorridas no país desde 1500.
O Brasil está sendo literalmente saqueado como nunca fora antes. Nunca os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas do povo brasileiro sofreram tantos retrocessos como agora. A entrega das nossas riquezas às multinacionais ou estados estrangeiros jamais fora tão grande, aviltante e escancarado.
Por Antonio Cavalcante Filho
O golpe contra a democracia no Brasil, levado a efeito no ano de 2016, não teve nada a ver com corrupção. O seu verdadeiro motivo foi a derrota na eleição presidencial de 2014, de um projeto anti-povo e lesa-pátria, que reuniu um bando criminoso formado por políticos corruptos, abutres estrangeiros, empresas devedoras de impostos, imprensa corporativa, setores da direita hostil à democracia e alguns abestados miolo-moles (militontos coxinhas).
O golpe contra a democracia no Brasil, levado a efeito no ano de 2016, não teve nada a ver com corrupção. O seu verdadeiro motivo foi a derrota na eleição presidencial de 2014, de um projeto anti-povo e lesa-pátria, que reuniu um bando criminoso formado por políticos corruptos, abutres estrangeiros, empresas devedoras de impostos, imprensa corporativa, setores da direita hostil à democracia e alguns abestados miolo-moles (militontos coxinhas).
Esses últimos, os reaças abilolados (apaixonados pelo capitalismo,
mesmo sendo pobres), enchem todo os dias a nossa tão cansada paciência,
inundam as redes sociais com as suas bobagens e lançam subcelebridades
instantâneas a todo momento.
Um deles, o fascista do canal “Mamãe, Falei”, um sujeitinho parrudo,
que faz da academia de musculação o seu “habitat” (ao invés da
biblioteca), representa bem o tipo de gente que foi levado a apoiar o
golpe de 2016 e lançar o Brasil nesse caos que vemos hoje, onde não há
lei, a gasolina, o gás de cozinha e a energia elétrica aumentam toda
semana, onde o contingente de miseráveis e desempregados já chega a
cifra de milhões e onde querem ainda a todo instante, abolir a Lei Áurea
(e se dexarmos, abolirão também a da Independência de 1822, já que a da
Proclamação da República “rodou” lamaçal abaixo).
No Brasil pós-golpe, empresas fecham as portas, o movimento no
comércio está próximo da paralisia total, placas de “aluga-se” ou “vendo
este imóvel” estão por todos os lados. Nunca se viu tão
escancaradamente a corrupção campeando solta, principalmente no
Congresso Nacional, onde bilhões de dinheiro público foram gastos (cerca
de R$ 32,1 bilhões) na compra de parlamentares para “salvar” Temer e
Aécio.
Mas, por onde andam os midiotas que ajudaram a arruinar a democracia e
a economia do Brasil mentindo que combatiam a corrupção? Hoje, enquanto
nosso país afunda, esses analfacoxas de ideologia obscura se divertem
como “críticos de arte” e brincam de “curadores de museu”.
Citei o sujeito do “Mamãe, eu Falei”, porque o tal midiota gosta de
gravar vídeos, editá-los e achincalhar minorias com as quais os
golpistas não concordam: homossexuais, mulheres, indígenas, quilombolas,
sem-terra etc.
Outro dia, esse burguesinho nazi-mirim mimadinho, com uma escolta
armada, bancada pelo agronegócio de Mato Grosso, invadiu um acampamento
de sem-terra e levou um “cagaço”. Só não “deu ruim” porque os
lavoureiros que estavam ali são solidários e respeitam a integridade,
até mesmo desse tipo de gente desmiolada e cheia de ódio.
Há pouco dias, recuperei uma reportagem da época em que os coxinhas
do impitimismo golpista iam às ruas, publicada num telejornal de Cuiabá
que integra um grupo corporativo da mídia criada com dinheiro de origem
duvidosa, a mesma que, em Mato Grosso, lançou a campanha “delator
cidadão” e que também foi delatada, acusada de sobreviver de verba
“cala-boca”, paga com recursos públicos.
No telejornal da tal emissora, levado ao ar ao meio dia de 9 de março
de 2015, o apresentador emposta a voz para esculhambar a presidente
Dilma e a entrevistada é uma liderança dos movimentos dos “Kins
Kataguiris”, dos “Mamãe eu Falei”, dos falsos “evangélicos”, bate-paus
daquele sujeito das empresas picaretas do “jesus.com”, o hoje
presidiário Eduardo Cunha, e outros tantos seguidores do pato amarelo da
FIESP e dos “Bolsonarianos da vida”, que nas tardes domingueiras
reuniam na praça do Choppão, em Cuiabá, para entre um gole e outro,
“daquela bem geladinha”, fazerem rasgados discursos de moralistas, com
seus óculos de grife e camiseta da CBF.
A reportagem é de um cinismo de dar asco e as palavras ditas pelo
entrevistador e entrevistada soam como escárnio em nossos dias. Para
quem ainda tem estomago e quiser assistir a matéria completa:
Mesmo com enjoo, recupero algumas das pérolas da tal entrevista:
As frases são do tipo: “a população brasileira já tem direito até de
ficar irritada”, diz o entrevistador. “Dilma não faz o dever de casa e
ainda diz que a culpa da crise é o cenário internacional. É incrível,
mas Dilma Roussef acha que é possível tapar o sol com a peneira. A
irritação dispara, junto com a alta da inflação, com os preços dos
alimentos, dos combustíveis, da energia elétrica e, é claro, com a
corrupção”.
Depois de 2 minutos de introdução para a entrevista da militante “das
ruas”, o apresentador fala do panelaço que ocorreu durante o
pronunciamento presidencial e começa a ouvir a “liderança” que ajuda a
preparar uma manifestação, auxiliada por cerca de 200 pessoas, que iria
acontecer em 15/03/2015.
No entanto, eles não revelam, mas muito sonegador de imposto
(criminoso, portanto) ajudavam a bancar os custos de produção de
bandeiras, outdoors, cartazes, som, água e toda a logística para as
manifestações dos golpistas, com dancinha do MBL, pixuleco do Lula e
Dilma vestidos de presidiários, pato amarelo e tudo mais.
A fala da entrevistada nos traz outras pérolas que valem a pena
recordar. Diz ela: “Estamos alinhados, no dia 15, com o movimento
nacional Vem pra Rua, chamando as pessoas para se manifestarem contra a
impunidade, contra a corrupção”.
Pois bem.
Após as votações no Senado e na Câmara que “salvaram” os mandatos dos
golpistas Aécio Neves e Michel Temer, o “presidente” usurpador da
República, o mais corrupto da história e o mais rejeitado pelo povo,
cadê os “indignados” que se rebelaram contra a corrupção e a impunidade?
Aqui, em Mato Grosso, alguns deles já estão atrás das grades e muitos
outros aguardam a sua vez de ver o sol nascer quadrado. Mas, e o
restante, onde estão? E os panelaços das madames, por que calaram?
Hoje, já está bem visível que o golpe midiático, judicial e
parlamentar desferido contra o Estado Democrático de Direito, em 2016,
foi a maior entre todas as corrupções ocorridas no país desde 1500.
O Brasil está sendo literalmente saqueado como nunca fora antes.
Nunca os direitos sociais e previdenciários do povo brasileiro sofreram
tantos retrocessos como agora. A entrega das nossas riquezas às
multinacionais ou estados estrangeiros jamais fora tão grande, aviltante
e escancarado.
A visão que tenho, comparando as manifestações de ruas que precederam
ao golpe, é que suas motivações, na época, eram tão insignificantes em
relação aos graves problemas que temos hoje, que me parece até que toda
aquela parafernália golpista dos abestados do “Vem pra Rua” é
simplesmente como se a caixa forte do Banco Central do Brasil tivesse
sido assaltada por um bando de ladrões, tendo todo o nosso dinheiro
roubado, e seus funcionários saíssem pintados de verde e amarelo como
loucos, batendo panelas pelas ruas, gritando: roubaram a caneta!
Roubaram a caneta! Roubaram a caneta!
Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e
escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail:
antoniocavalcantefilho@outlook.com