A crise econômica e a perda de direitos somente reforçam a certeza de que o golpe contra Dilma em 2016 teve como objetivo real o desmonte do Estado Brasileiro e a entrega de seu patrimônio às multinacionais, além de atender a interesses internacionais.
Por Paulo Emílio
Há exatos dois
anos, em 31 de agosto de 2016, o Senado brasileiro aprovou o impeachment
de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente da República, sob a
alegação de "pedaladas fiscais", abrindo caminho para que Michel Temer
chegasse ao poder e desse início à venda do patrimônio e das riquezas
nacionais, além da perda de direitos históricos dos trabalhadores e da
população.
O golpe parlamentar, porém, começou dois anos antes, com a sabotagem
feita pelo Congresso, onde o papel do PSDB foi fundamental, que jogou o
país no caos ao barrar sistematicamente projetos e travar a pauta de
maneira a justificar uma suposta ingovernabilidade e, com o caos, depor
uma presidente eleita democraticamente pelo voto popular.
O resultado foi rápido. Em apenas dois anos, a camada de petróleo do
pré-sal que poderia render um lucro estimado de até US$ 10 trilhões -
segundo cálculos do conselheiro da Federação Brasileira de Associações
de Engenheiros (Febrae) e funcionário da Comissão Nacional de Engenharia
Nuclear (CNEN), Paulo Metri -, acabou sendo vendida por um valor quase
irrisório às multinacionais do setor, como Shell e Total.
Segundo anunciado pelo Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP a estimativa é até 2054, o Brasil receba
investimentos de R$ 1,8 trilhão no setor de petróleo e gás natural,
resultando em cerca R$ 6 trilhões para o governo em royalties e
participações especiais. O valor, porém, é bem abaixo do potencial real
em função da cotação do barril de petróleo no mercado internacional e
uma vez que este valor será "suavemente" diluído, em quase meio século.
Associado a isto, em nome do combate à corrupção, o país assistiu ao
desmonte das principais construtoras do país, o que resultou na
paralisação de projetos estruturadores e, por tabela, de setores como o
da indústria naval, que acabou por jogar milhares de trabalhadores no
desemprego. Atualmente, o país registra 12,9 milhões de desempregados,
enquanto cerca de outros 4,8 milhões simplesmente deixaram de procurar
uma colocação pela falta de oportunidade.
No primeiro ano após o golpe, o governo Temer – que assumiu sob o
discurso de colocar o país nos trilhos - registrou um crescimento
econômico pífio, onde o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu
somente 1% em 2017, na comparação com 2016. Foi implementado um ajuste
fiscal, que prevê um déficit gigantesco de até R$ 159 bilhões para este
ano, além do congelamento por até 20 anos dos investimentos públicos.
Essa situação resultou na volta da fome ao país, problema que hoje
afeta cerca de 13 milhões de brasileiros e ameaça colocar o Brasil de
volta ao Mapa da Fome da ONU, algo que havia sido colocado fora da
órbita durante os governos Lula e Dilma.
Com a economia estagnada, sem dar mostras de retomar o crescimento
registrado nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff - quando o Brasil passou da 13ª posição no ranking global
de economias medido pelo PIB em dólar, segundo dados do Banco Mundial e
FMI, ao sexto lugar em 2011, com o PIB crescendo até 2,5% -, o desmonte
foi acelerado e justificou a perda dos direitos trabalhistas.
Em nome da "alavancagem econômica", foi promovida uma reforma
trabalhista sem precedentes que suprimiu direitos históricos dos
trabalhadores, o que incluiu que o acordado entre o empregador e o
empregado tenha mais força que a legislação contida na Consolidação das
Leis Trabalhistas, o que elevou o trabalho informal e a insegurança dos
trabalhadores.
No campo político, o golpe se apressou em prender o ex-presidente
Lula sob uma alegação, sem provas, de que teria obtido vantagens
indevidas de empreiteiras. A reação internacional foi rápida e o Comitê
de Direitos Humanos da ONU – da qual o Brasil é signatário - emitiu uma
resolução que assegura ao ex-presidente o direito de disputar as
eleições de outubro.
Dilma, que apesar do impeachment manteve os seus direitos políticos,
também deverá voltar à vida política. Candidata ao Senado pelo PT em
Minas Gerais, ela lidera as pesquisas de intenção de voto, assim com
Lula tem a preferência do eleitorado para voltar à presidência.
A crise econômica e a perda de direitos somente reforçam a certeza de
que o golpe contra Dilma em 2016 teve como objetivo real o desmonte do
Estado Brasileiro e a entrega de seu patrimônio às multinacionais, além
de atender a interesses internacionais. As eleições de outubro, contudo,
são a oportunidade de mostrar que os governos progressistas foram e são
capazes de recolocar o país e o seu povo em um patamar mais justo e
igualitário.
Fonte Brasil 247
EU NÃO VOTO EM PARTIDOS OU POLITICOIDES QUE APOIARAM O GOLPE.
OS DEPUTADOS FEDERAIS DE MATO GROSSO QUE APOIARAM AÉCIO, CUNHA E MICHEL TEMER NO GOLPE CONTRA A DEMOCRACIA.
EU NÃO VOTO EM PARTIDOS OU POLITICOIDES QUE APOIARAM O GOLPE.