quinta-feira, 23 de julho de 2009

ROMBO NA CÂMARA


Denúncia deve ser oferecida em agosto


Inquérito que recai sobre Lutero Ponce, esposa e pessoas apontadas como articuladores de suposto esquema está sob cuidados de Promotoria

ALEXANDRE APRÁ


Da Reportagem


O Ministério Público Estadual (MPE) deverá oferecer denúncia contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Lutero Ponce (PMDB), só em agosto. A promotora Ana Cristina Bardusco, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Probidade Administrativa, que acompanhou todas as investigações, está de férias. A questão se resume apenas a ‘tempo’: diante de provas robustas levantadas pela Delegacia Fazendária, a apresentação de denúncia à Justiça é algo dado como certo.



As apurações encabeçadas pela Delegacia Fazendária culminaram no indiciamento de Lutero, sua esposa e mais 10 pessoas por um rombo de R$ 7,5 milhões nos cofres do Legislativo cuiabano nos anos de 2007 e 2008, quando o peemedebista presidiu o parlamento. Ao final do inquérito presidido pela delegada Maria Alice Amorim, a promotora Ana Cristina Bardusco saiu de férias e ainda não retornou. Ela mesma deverá assinar a denúncia que deve ser apresentada à Justiça.



Lutero foi indiciado por crimes de formação de quadrilha ou bando, falsidade ideológica, falsidade de documento particular e público, peculato e fraude à licitação. A investigação começou quando uma auditoria interna contratada pela atual presidente da Casa, vereador Deucimar Silva (PP), constatou um rombo de R$ 3,5 milhões só no ano de 2008, quando o Legislativo era chefiado por Lutero.



Segundo a Polícia, o esquema consistia em maquiar licitações. Geralmente, 90% dos valores finais dos certamos eram devolvidos à Câmara. Além de Lutero, estão envolvidos no esquema a esposa dele, servidores da Câmara e empresários.



MANDATO – Depois da apresentação da denúncia à Justiça, o presidente da Câmara de Cuiabá, Deucimar Silva (PP), afirmou que poderá colocar em votação novos pedidos de cassação contra o colega peemedebista. Quando Deucimar apresentou a auditoria interna, no mês de maio, os vereadores votaram pelo arquivamento da criação da Comissão Processante, que poderia render até a cassação do mandato de Lutero. O resultado da votação estremeceu ainda mais a imagem da Câmara perante a opinião pública. Muitos vereadores alegaram que as irregularidades deveriam ser comprovadas pelos órgãos competentes, como a Polícia Civil, o MPE ou o Tribunal de Contas.



Fonte: Diário de Cuiabá


http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=352812