Evandro Stábile e Eduardo Jacob já estavam licenciados do TRE; outros afastados são Carvalho e Mioto

Evandro Stábile e Eduardo Jacob, que tiveram afastamento decretado pelo STJ nesta quarta
De Brasília - Marcos Coutinho / Da Redação - Alline Marques
Em decisão histórica, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pelo afastamento cautelar dos quatro magistrados envolvidos na Operação Asafe, que investiga um esquema de venda de sentença do Poder Judiciário de Mato Grosso. A sessão foi encerrada às 16h03 e apenas o ministro Ari Pargendler foi contra o voto da relatora, a ministra Nancy Andrighi, que preside o inquérito.
Os magistrados afastados são os desembargadores Evandro Stábile e José Luis de Carvalho e os juízes Eduardo Jacob, que compõe o pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), e Cirio Miotto, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Várzea Grande. A decisão afasta Stábile da presidência do TRE-MT e do pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O afastamento deve-se às provas contundentes de envolvimento dos magistrados, que são citados em interceptações telefônicas e em depoimentos prestados à Polícia Federal, que investiga o caso desde 2006.
Stábile seria um dos principais personagens do inquérito, agindo principalmente no TRE-MT, do qual está licenciado. Além disso, há fortes indícios do envolvimento dele com a advogada Célia Cury, esposa do desembargador José Tadeu Cury, e apontada como peça central do esquema.
Conforme o Olhar Direto divulgou com exclusividade, Stábile também teria adquirido três apartamentos, somando cerca de R$ 1,5 milhão, em que as últimas prestações de R$ 50 mil estariam sendo pagas por Eduardo Jacob.
O juiz Cirio Miotto além de ser citados nas interceptações telefônicas, ainda teve confirmado depósito de R$ 8 mil que possívelmente seria de Loris Dilda, acusado de matar o irmão e beneficiado com uma habeas corpus.
O advogado Max Weyzer Mendonça, em depoimento à Polícia Federal, confessou a existência do esquema de corretagem de sentença e revelou ter negociado pelo menos quatro decisões com o "grupo de Cirio Miotto".
Também existem fortes indícios do envolvimento de José Luis de Carvalho no esquema, que tinha a dona de casa Ivone Reis de Siqueira, considerada a lobista do esquema.
As investigações foram iniciadas em 2006 com a Polícia Federal de Goiás, que na época apurava o tráfico de drogas, e acabou detectando a existência de envolvimento de magistrados em corretagem de decisões. O caso foi informado ao STJ que repassou as investigações para Mato Grosso.
Fonte: Olhar Direto
