terça-feira, 19 de outubro de 2010

Entidade desmente autoria de nota com ataques a Dilma

O movimento frisou que a Ficha Limpa é uma conquista popular, portanto, se há pai ou mãe, estes "são a sociedade brasileira".

Juiz Márlon Reis ressalta que MCCE é suprapartidário e não apoia candidaturas


Ana Cláudia Barros


O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) esclareceu, em nota pública divulgada na última segunda-feira (18), que a entidade não é autora de um texto, difundido na internet, com ataques à candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff. O MCCE afirmou que "repudia o uso indevido do nome do Movimento em prol de uma candidatura em detrimento de outra".

De acordo com o juiz Márlon Reis, membro do Comitê Nacional da entidade, o material está circulando via e-mail.

- Era um texto atacando a Dilma (Rousseff) por corrupção. Falava do outro candidato, mas fundamentalmente, atacava a Dilma. Era assinado como se fosse do MCCE. Como foi veiculado por e-mail, é praticamente impossível sondar a origem. Então, estamos divulgando uma nota para que as pessoas saibam que não partiu do nosso movimento - afirmou, destacando que a entidade "não defende qualquer candidatura".

Na mesma nota, o MCCE, responsável pela campanha que colheu 1,6 milhão de assinaturas e deu origem à Lei da Ficha Limpa, criticou o oportunismo de políticos que tentam se vincular ou reivindicar a paternidade da nova legislação, encarada por muitos como uma espécie de "selo de idoneidade" com potencial para abarcar futuros eleitores.

O movimento frisou que a Ficha Limpa é uma conquista popular, portanto, se há pai ou mãe, estes "são a sociedade brasileira".

- Houve vários pronunciamentos de deputados que participaram da discussão da Lei da Ficha Limpa, que davam a entender que eram autores ou tinham maior responsabilidade pela aprovação ou apresentação da lei. Queremos deixar claro que se trata de uma iniciativa popular, portanto, não há nenhum padrinho parlamentar. Pelo contrário, houve a participação de parlamentares de todos os partidos, muitos de maneira bastante importante para garantir a aprovação da lei, mas não há dúvida de que nenhuma ala política pode assumir a paternidade - ressaltou o magistrado.

Confira a entrevista

Terra Magazine - Por que o MCCE decidiu se manifestar, publicando uma nota pública na qual destaca que "a sociedade brasileira é o pai e a mãe da Lei da Ficha Limpa"?

Márlon Reis - - Houve vários pronunciamentos de deputados que participaram da discussão da Lei da Ficha Limpa, que davam a entender que eram autores ou tinham maior responsabilidade pela aprovação ou apresentação da lei. Queremos deixar claro que se trata de uma iniciativa popular, portanto, não há nenhum padrinho parlamentar. Pelo contrário, houve a participação de parlamentares de todos os partidos, muitos de maneira bastante importante para garantir a aprovação da lei, mas não há dúvida de que nenhuma ala política pode assumir a paternidade - afirmou o magistrado.

Resumindo, há parlamentares tentando se promover por meio da Lei da Ficha Limpa.

Exatamente. E nós entendemos que é preciso deixar bem claro que a sociedade brasileira é o pai e a mãe da Lei da Ficha Limpa. É uma lei que é fruto da mobilização da sociedade. Inclusive, havia outros projetos de lei ligados à inelegibilidade tramitando desde 1993, e só foi discutida a matéria quando a sociedade entrou na questão. Uma demonstração que, sem a iniciativa popular, o projeto sequer teria sido votado.

Não há interesse dos parlamentares. Isso é demonstrado pelo grande número de projetos paralisados há muitos anos.

Em que situações esses parlamentares tentaram se promover usando a Ficha Limpa?

Preferimos não atribuir a um parlamentar especificamente, até porque, não foi só um. Foram vários. E também para não correr o risco de que essa nota seja utilizada com o propósito de atingir alguém. Não tem. A finalidade é resgatar um dado histórico.

Sem nominar, quando o senhor fala em parlamentares, refere-se, ainda, a senadores?

Exatamente.

Soube que estava circulando um texto de apoio a um candidato, citando o MCCE e a Ficha Limpa. A nota pública do MCCE também se refere a esse episódio?

É um texto que estava circulando por e-mail e nós fazemos questão de deixar claro que não é de autoria do movimento. O MCCE não defende qualquer candidatura. Até porque, não é da natureza do movimento, que só se preocupa com a legislação eleitoral, com os padrões de comportamento e das normas eleitorais.

A nota que circulou pela internet falava exatamente sobre o quê?

É uma nota que atacava uma das candidaturas à presidência e era assinada como se fosse o MCCE.

Era uma nota em favor do candidato tucano?

Era um texto atacando a Dilma (Rousseff) por corrupção. Falava do outro candidato, mas fundamentalmente, atacava a Dilma. Era assinado como se fosse do MCCE. Como foi veiculado por e-mail, é praticamente impossível sondar a origem. Então, estamos divulgando uma nota para que as pessoas saibam que não partiu do nosso movimento.

Fonte: Terra Magazine

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