Polícia conclui inquérito e aponta corrupção e fraudes
Investigações serão encaminhadas ao MPE, para oferecimento de denúncia
Maquinários do programa "MT 100% Equipado"; no destaque, delegada Alana Cardoso
ANTONIELLE COSTA
DA REDAÇÃO
A Delegacia Fazendária identificou os crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e fraude em licitações, no inquérito que investiga o superfaturamento de R$ R$ 44 milhões na aquisição de 705 máquinas e caminhões pelo Governo do Estado, dentro do programa "MT 100% Equipado". A informação é da delegada Alana Cardoso, que atua diretamente nas investigações, em entrevista ao MidiaNews.
A delegada alegou que não pode dar mais detalhes das investigações, pelo fato de tramitar em segredo de Justiça. Segundo ela, a Delegacia Fazendária irá emitir uma nota de esclarecimento, possivelmente ainda nesta sexta-feira (12), com as informações que podem ser repassadas ao conhecimento público.
De acordo com a delegada, as investigações foram concluídas e o inquérito será encaminhado ao Ministério Público Estadual, na tarde de hoje, para oferecimento de denúncia penal (para que os envolvidos respondam pelos crimes cometidos) e civil (para ressarcimento dos valores ao Erário Público).
No dia 26 passado, a Polícia Fazendária realizou as últimas diligências do caso, cumprindo nove mandados de busca e apreensão em residências de pessoas investigadas no inquérito, em Cuiabá, Goiânia (GO) e Belém (PA).
No curso das investigações, foram apreendidos documentos e computadores, realizadas oitivas com os acusados de estarem envolvido no crime, bem como feita a perícia nos maquinários, nos 141 municípios.
Lavagem de dinheiro
Segundo a delegada, ficou ainda configurado nas investigações o crime de lavagem de dinheiro, no entanto, ela destacou que será instaurado um novo inquérito para apurar o crime.
Entenda o caso
O "Escândalo dos Maquinários" tornou-se público após a Auditoria Geral do Estado apontar um superfaturamento na compra dos equipamentos, em maio passado.
No relatório final da auditoria, ficou comprovado que R$ 20,585 milhões estão relacionados a sobrepreço na compra dos maquinários, e R$ 23, 899 milhões foram superfaturados somente na compra dos 376 caminhões basculantes.
O caso foi parar no Ministério Público Estadual, que solicitou à Delegacia Fazendária a abertura de inquérito policial para investigar as denúncias.
Em seguida, os então secretários de Infraestrutura e Administração, Vilceu Marchetti e Geraldo De Vitto, respectivamente, solicitaram demissão. De Vitto foi apontado como responsável pela condução do processo licitatório; Marchetti, como pivô do escândalo, uma vez que as aquisições foram feitas pela Sinfra.
