Balas de borracha atingem sindicalista e funcionário da Sanecap, durante protesto, em frente à Prefeitura
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ALEXANDRE APRÁ
DA REDAÇÃO/Mídia News
Pelo menos quatro manifestantes levaram tiros de bala de borracha da Polícia Militar, durante um manifesto ocorrido na manhã desta quarta-feira (27), em frente à Prefeitura de Cuiabá. no Centro.
Eles protestavam contra o processo de concessão da Sanecap proposto pelo prefeito Chico Galindo (PTB). Cerca de 500 pessoas participaram do ato.
O sindicalista Pedro Aparecido Souza, representante do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal (Sindijufe), levou um tiro no joelho esquerdo. Segundo ele, algumas lideranças fizeram um cordão de isolamento em frente ao Palácio Alencastro para conter os manifestantes.
"Os PMs resolveram atirar justamente em quem estava fazendo o cordão de isolamente. Eu e mais três levamos tiros", contou o sindicalista ao MidiaNews.
O servidor público Paulo Pacheo, 28, que trabalha no setor de macromedição da Sanecap, também levou vários tiros na perna esquerda. "Acabou a democracia. Acabou o direito à livre expressão neste país. Isso é um absurdo. A Polícia Militar é despreparada", reagiu o funcionário.
O protesto teve início por volta das 8 horas, na Praça Ipiranga, no centro de Cuiabá. Em carreata, eles protestaram pelas ruas do Centro contra o processo de concessão do serviço de abastecimento de água, iniciado pela Câmara e Prefeitura de Cuiabá.
Com faixas e cartazes de protesto, eles permaneceram, durante toda a manhã, em frente ao Palácio Alencastro. Com um carro de som, entidades que compõem o Fórum de Combate à Privatização da Água discursavam e questionavam os métodos adotados pelo prefeito e vereadores para aprovarem o projeto de lei.
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Prefeitura foi palco de manifestação; tropa da PM atingiu manifestante com tiro
O Fórum também organiza outras atividades. A próxima delas deverá ser um protesto em frente à casa do prefeito Chico Galindo, que mora em um apartamento de luxo, no bairro Popular, em Cuiabá.
O tenente-coronel Walter Silveira, do 1º Batalhão, que coordenou a operação de resguardo do Palácio Alencastro, afirmou que, após a multidão tentar invadir o prédio da Prefeitura, um cordão de isolamento foi montado na entrada.
Depois disso, segundo ele, manifestantes tentaram furar o isolamento e jogaram bombas e rojões contra os policiais. Conforme o comandante, que houve os disparos. Ele garantiu que apenas dois disparos foram efetuados para o alto.
Ele também negou que tenha recebido qualquer informação dos feridos e orientou para que eles procurem os órgãos competentes para adoção de medidas cabíveis e possíveis investigações.
Fonte: Mídia News
Saiba mais:
Manifestantes enfrentam PM ao tentar invadir prefeitura
Da Redação - Laura Petraglia
Reportagem Local - Lucas Bólico/Olhar DiretoCentenas de manifestantes tentaram invadir há pouco a sede da Prefeitura Municipal de Cuiabá e entraram em confronto com a Polícia Militar, que tentava fazer a segurança do prédio. Sem poupar palavrões proferidos ao prefeito Chico Galindo (PTB), estudantes universitários e secundaristas, membros de sindicatos de classes, e funcionários da Sanecap protestam em frente à sede contra a privatização da Sanecap.
A Polícia Militar foi acionada pelo prefeito para conter a invasão e aproximadamente 50 policiais cercaram o prédio. O Coronel Walter Silveira que comandou a operação chegou a se referir sobre os manifestantes como ‘bando’ e arruaceiros. “Em 18 anos de profissão, eu nunca vi uma pessoa agendar uma reunião e não ser atendida. Eles tentaram invadir a Prefeitura sem marcar nada. Não é um grupo, é um bando querendo arruaça, isso aqui é arruaça”, afirmou.
A Rotam também foi acionada e acaba de chegar ao local munida de capacetes, e escudos de proteção. Enquanto a PM seguia resguardando a entrada principal do prédio, a Rotam fechou as entradas laterais. Mesmo com tudo isso, os manifestantes seguiram com o protesto na Praça Alencastro, entoando palavras de ordem.
foto: Olhar Direto
A polícia calcula que cerca de 300 manifestantes integraram o movimento. Já os organizadores estimam que o número de pessoas chega a 500. Em momento, quando o conflito entre policiais e manifestantes já havia se encerrado, uma garota apareceu chorando, afirmando ter levado gás de pimenta no rosto de um dos policias. No entanto, a polícia negou a afirmação. Segundo o coronel Walter, a polícia não usou a ferramenta em ninguém.
Na manhã de ontem (26) o juiz da Primeira Vara Especializada da Fazenda Pública, Cézar Francisco Bassan, deferiu o pedido de liminar impetrado pelo vereador Lúdio Cabral (PT) contra as ações na Câmara Municipal de Cuiabá que levaram a aprovação da Lei que autoriza a concessão dos serviços de saneamento à iniciativa privada.
Na decisão, Bassan argumentou que “a não obediência às disposições sobre o processo legislativo constitucionalmente previstas acarretará inconstitucionalidade” e que, com base nas provas apresentadas por Lúdio no processo, “demonstrado está, às escâncaras, que o Processo Legislativo foi atropelado exatamente pelos representantes do povo, a quem incumbe a tarefa constitucional de representá-lo”.
No período da tarde o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB)afirmou atuará em duas frentes para concretizar a concessão dos serviços de água e esgoto da capital. Ele irá recorrer da decisão judicial que anulou o tramite de aprovação da lei e ao mesmo tempo aconselhará o prefeito Chico Galindo (PTB) a revogar a lei e reenviá-la à Câmara, uma vez que a aprovação a toque de caixa gerou todo o imbróglio.
Pinheiro argumenta que existe um equivoco na decisão do juiz Cesar Francisco Bassim. “O vereador Lúdio Cabral (PT) induziu o juiz ao erro. A lei já foi aprovada, não cabe um Mandado de Segurança, no caso só caberia uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) porque a lei já havia sido publicada na Gazeta Municipal”, defende.
No entanto, além de recorrer, Pinheiro defende que, para evitar um maior desgaste, o prefeito Chico Galindo revogue a lei e reenvie à Câmara para que o legislativo (re) aprove a mensagem encaminhada pelo Executivo. A ‘nova’ lei não deverá ter alteração alguma, conta Pinheiro, ela servirá apenas para calar a tese de que foi aprovada às pressas e sem qualquer debate.
Fonte: Olhar Direto
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