Ele deixaria a Saúde para apoiar ministros do seu partido, envolvido em escândalo
Pedro Henry deixaria a Saúde para apoiar ministros do seu partido, envolvido em escândalo
DA REDAÇÃO/Mídia News
O deputado federal licenciado Pedro Henry (PP) pode se afastar do Governo do Estado, onde ocupa a Secretaria de Saúde, apenas para engrossar um bloco de apoio ao ministro das Cidades, Mário Negroponte, do mesmo partido.
O ministro é acusado de comprar apoio dos seus colegas no Congresso e estaria utilizando a pasta apenas como um apêndice do PP, usando o gabinete para cooptar apoio político.
A deúncia é da revista Veja, que cita o mato-grossense Henry com um dos nomes cooptados para formar um bloco de apoio na Câmara Federal, em troca de uma "mesada" de R$ 30 mil.
"Quando o assunto é mesada, o deputado Pedro Henry é um especialista", diz a revista, que lembra o perfil político do parlamentar de Mato Grosso: "réu por formação de quadrilha, corrupção, lavagem de dinheiro".
Confira os principais trechos da reportagem de Veja:
- Depois dos escândalos que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura, o radar do Palácio do Planalto está apontado desde a semana passada para o gabinete do ministro Mário Negromonte (PP), das Cidades.
- Em guerra aberta com uma parte da legenda pelo controle do partido, Negromonte estaria transformando o ministério num apêndice partidário e usando seu gabinete para tentar cooptar apoio.
- Segundo relatos dos deputados que foram convocados para reuniões na pasta, a ofertas em troca de apoio incluem uma mesada de 30.000 reais para quem aderir.
- O PP é o terceiro maior partido da base aliada, com 41 deputados e cinco senadores. Controla há anos o Ministério da Cidade, que dispõe de um orçamento de 22 bilhões de reais e programas de forte apelo eleitoral em todos os cantos do país. Na formação do governo Dilma, Negromonte foi indicado mais por suas relações com o PT da Bahia do que pelo trânsito junto aos colegas.
- Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro por mais de cinco anos no governo Lula. Há duas semanas, o grupo ligado ao ex-ministro conseguiu destituir da liderança do partido o deputado Nelson Meurer, aliado de Negromonte. Colocou no lugar dele Aguinaldo Ribeiro, aliado de Márcio Fortes.
- Ao perceber o poder se esvaindo, Negromonte contra-atacou montando um bunker numa sala anexa ao seu gabinete, onde quatro aliados de sua inteira confiança - os deputados João Pizzolatti, Nelson Meurer, José Otávio Germano e Luiz Fernando Faria - tentam persuadir os deputados a se alinhar novamente com o ministro. Apenas na última terça-feira, doze parlamentares estiveram no ministério. Sob a condição do anonimato, três deles revelaram que ouviram a proposta da mesada de 30.000 reais.
- Confrontado, o ministro atribui tudo a um jogo de intrigas e aponta o rival Márcio Fortes como responsável: "Sei que há boatos de que pessoas vieram aqui para fazer isso e aquilo, da mesma forma que o pessoal estava dizendo que o Márcio Fortes foi lá na liderança fazer promessa, comprometer-se na tentativa de arranjar assinatura. Não me cabe ficar comentando boato". Fortes, por sua vez, rebate de maneira lacônica: "No dia 31 de dezembro, deixei o cargo de ministro e me afastei das atividades partidárias".
- A compra de votos não de parlamentares não é algo novo na história do PP, um dos protagonistas do escândalo do mensalão - que, aliás, envolvia pagamento de mesada. Na ocasião, líderes da legenda receberam 4,1 milhões de reais em propina e quatro integrantes do partido estão denunciados no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.
- O Ministério das Relações Institucionais confirma ter recebido as denúncias e está acompanhando a guerrilha do PP com muita atenção. A presidente Dilma Rousseff também já foi informada do problema.
- Levando em conta o passado do PP, a presidente deve mesmo seguir de perto o caso. A compra de votos de parlamentares não é algo novo na história do partido, um dos protagonistas no escândalo do mensalão - que, aliás, envolvia o pagamento de mesada.
- Na ocasião, líderes da legenda reeberam 4,1 milhões de reais em propina. Quatro integrantes do partido foram denunciados no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal. Um deles, o atual secretário de Saúde de Mato Grosso, o deputado licenciado Pedro Henry - réu por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro -, está disposto a voltar à Câmara para ajudar Negromonte.
Fonte: Mídia News
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