domingo, 8 de abril de 2012

DIA DE FESTA


  

 "A gente sorria
e tudo era só alegria,
na mesma esperança
ficava de novo criança.

Na grande avenida,
a vida perdida,
o encontro marcado
no claro da lua.
Tudo ficou tão contente
porque, minha gente,
de novo era povo na rua!

E o grande cordão
cantava o refrão que crescia,
da simples canção
que era de João pra Maria.

E o povo na rua
pensou que era sua,
de tanto que andava
atrás de qualquer alegria.

E na cantiga de João,
que era só ilusão,
jogou a esperança que havia.

A vida perdida
é como a mulher mais querida,
levando João
e o povo na mesma avenida.

E um dia de festa
só mesmo podia
fazer da tristeza
maior fantasia.

Quem sabe o canto da gente,
seguindo na frente,
prepare o dia da alegria!"
(Geraldo Vandré)

A Páscoa celebra a ressurreição de Cristo.

Mas, seu reino continua não sendo deste mundo.
E, aos que estamos submetidos ao calvário interminável da exploração do homem pelo homem, não nos basta mais a esperança de um paraíso no além.

Queremos o paraíso agora!

Para que uma vida de verdade seja oferecida a esse povo que tanto anda atrás de qualquer alegria.

Então, os que sabemos o canto da gente, temos a sagrada missão de preparar o dia da alegria.

Fonte: Náufrago da Utopia

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Leia mais:

MEU JESUS É O QUE ANDAVA SOBRE AS ÁGUAS 




 Hoje não tem artigo, crônica ou crítica. Tem música.

E é uma canção belíssima, que me deixou arrepiado já quando a ouvi pela primeira vez,
na voz do nosso Fagner, em dueto com o autor Joan Manuel Serrat (outro extraordinário cantor/compositor catalão, a exemplo de Lluís Llach): La Saeta.

Talvez porque, desde meus verdes anos, sempre me incomodasse a opulência do catolicismo oficial -- aquele dos altares, das procissões, da Inquisição e das 
Redentoras.

Com o tempo aprendi que não era esse o verdadeiro legado de Jesus Cristo, mas sim uma mensagem de esperança para os pobres, os humildes, os fracos, os desprotegidos, os injustiçados e os excluídos.


Tudo a ver com esta canção que, comparando o calvário longínquo de Jesus ao calvário permanente dos ciganos, é uma altaneira negação do Cristo dos crucifixos (
sois pecadores, arrependei-vos!) para afirmar o que andava sobre as águas (tudo podeis, libertai-vos!).

 Eis a a letra completa de La Saeta:
 
Dijo una voz popular:
¿Quién me presta una escalera
para subir al madero
para quitarle los clavos
a Jesús el Nazareno?

Oh, la saeta, el cantar
al Cristo de los gitanos
siempre con sangre en las manos,
siempre por desenclavar.

Cantar del pueblo andaluz
que todas las primaveras
anda pidiendo escaleras
para subir a la cruz.

Cantar de la tierra mía
que echa flores
al Jesús de la agonía
y es la fe de mis mayores.

¡Oh, no eres tú mi cantar
no puedo cantar, ni quiero
a este Jesús del madero
sino al que anduvo en la mar!


 Fonte: Náufrago da Utopia

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