Suspeitas contra quatro parlamentares no STF
vão de desvio bilionário a homicídio, passando por associação ao
tráfico de drogas e sequestro
Júlio Campos, Jader Barbalho, Carlos Souza e Paulo César Quartiero: parlamentares na mira do STF
Homicídio, sequestro e associação ao tráfico de drogas. Acusações que
levam milhares de brasileiros pobres à cadeia todos os anos, quem
diria, também chegaram ao Congresso Nacional, somando-se às tradicionais
denúncias de desvio e mau uso do dinheiro público. Essas suspeitas
ajudam a compor o eclético repertório das centenas de processos a que
respondem parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF), órgão
responsável por investigar e julgar criminalmente deputados e senadores.
Conhecer detalhes dos processos em andamento no Supremo é dar de frente com as vísceras do sistema político brasileiro. O Congresso em Foco
selecionou quatro casos que, devido à gravidade das denúncias, chamam o
eleitor à reflexão. Afinal, quem foi escolhido pela população para
legislar em nome dela deveria ser visto como exemplo para toda a
sociedade. Mas nem sempre é assim.
Deputado acusado de associação ao tráfico de drogas
STF investiga deputado por duplo homicídio
De volta ao Senado, Jader dá trabalho ao STF
Campeão de processos responde por sequestro
STF investiga deputado por duplo homicídio
De volta ao Senado, Jader dá trabalho ao STF
Campeão de processos responde por sequestro
Um dos vice-líderes do recém-criado PSD na Câmara, o deputado Carlos
Souza (AM) é o único parlamentar que responde a processo no Supremo por
associação ao tráfico de drogas. Ex-governador de Mato Grosso, o
deputado Júlio Campos (DEM-MT) é suspeito de ter encomendado a morte de
duas pessoas. O primeiro não comenta o assunto; o segundo contesta a
denúncia.
Na Câmara desde o início de 2011, o ex-prefeito de Pacaraima (RR)
Paulo César Quartiero (DEM-RR), que ficou conhecido nacionalmente por
liderar os arrozeiros em um sangrento conflito por terras entre
indígenas e não indígenas na reserva Raposa Serra do Sol, é acusado de
sequestro e cárcere privado, entre outras coisas, nas 14 investigações
(seis já transformadas em ações penais) que acumula no STF. Quartiero é
hoje o congressista com mais pendências judiciais na mais alta corte do
país. Todas, segundo ele, motivadas por perseguição política em razão de
seu papel como líder dos arrozeiros.
Excluídos os deputados, o senador com mais problemas na Justiça
atualmente é Jader Barbalho (PMDB-PA), que só tomou posse no final do
ano passado, meses depois de o Supremo decidir que a Lei da Ficha Limpa
só valerá a partir deste ano. São cinco ações penais e dois inquéritos.
Contra o ex-presidente do Senado, que renunciou ao mandato em 2001 para
escapar da cassação em meio a uma série de denúncias, não pesa suspeita
de envolvimento com tráfico de drogas, homicídio ou sequestro. Mas a de
fazer parte de uma quadrilha acusada de desviar cerca de R$ 1 bilhão da
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Ninguém na cadeia
No Brasil, congressistas e outras autoridades só podem ser
investigados e julgados criminalmente pela mais alta corte do país. O
chamado foro privilegiado foi instituído para evitar eventuais
perseguições políticas locais. Mas, por meios tortos, acabou virando um
atrativo para a vida política: até 2010, os ministros do Supremo jamais
haviam condenado qualquer parlamentar brasileiro.
De lá para cá, no entanto, seis foram condenados. Dois escaparam da
punição porque seus casos já estavam prescritos na data do julgamento.
Outros três, condenados à prisão, ainda contestam a decisão da Justiça. Dois deles, inclusive, seguem no exercício do mandato, Asdrubal Bentes (PMDB-PA) e Natan Donadon (PMDB-RO).
Fonte Congresso em Foco
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