quarta-feira, 25 de julho de 2012

Denúncias de crimes eleitorais geram preocupação


MCCE alerta para o grande volume de denúncias eleitorais e falta de estrutura para investigá-las

Foto:Luiz Alves

Coordenadores revelam que maioria das denúncias recebidas pelo MCCE são referentes ao uso da máquina pública


MARIANNA MARIMON
REPORTAGEM LOCAL/Folha do Estado



O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) tem recebido um grande volume de denúncias sobre crimes eleitorais em todo o Estado. A preocupação é que devido ao grande número de denúncias, nem todas possam ser apuradas pelos órgãos públicos fiscalizadores, como a própria Justiça Eleitoral, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Já que em duas semanas, foram recebidas 60 denúncias,que ainda precisam ser verificadas para que se confirme a veracidade dos fatos, nos casos em que houve comprovação do crime eleitoral, as informações  foram encaminhadas aos órgãos competentes.

O coordenador do MCCE, Vilson Nery, atenta para o fato de que os órgãos públicos não possuem a estrutura necessária para receber as denúncias e investigá-las.

A Ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que recebe denúncias eleitorais, registrou 120, desde o início da campanha, em 1º de julho. Número pouco expressivo quando comparado com as informações recebidas pelo MCCE, que é um movimento independente. De acordo com Nery, os órgãos fiscalizadores não conseguem atender a demanda. “A Ouvidoria do TRE não dá conta e temos reclamações de pessoas que ligaram e não conseguiram denunciar. Alguns não confiam nos promotores da cidade para encaminhar as informações e recorrem até nós”, declarou.

Conforme explicou Nery, as denúncias tem chegado de todos os pontos do Estado. “É preocupante o número de informações que temos recebido. As mais graves são sobre o uso de máquina pública, estrutura do governo, da área da saúde, estocamento de cestas básicas, contratação de cabos eleitorais, além das denúncias sobre propaganda eleitoral, que no nosso site são feitas através do Porcolítico”, exemplificou.

O MCCE fará um levantamento até sexta-feira, de todas as informações que receberam para filtrarem as relevantes e encaminharem ou ao Ministério Público, a Polícia Federal ou ao próprio TRE.

Antônio Cavalcante, que também é coordenador do MCCE, relatou que nesta duas últimas semanas, cerca 60 informações chegaram, mas que precisam contabilizar as que possuem fundamento.

 “Já recebemos denúncias que encaminhamos e estas que ainda iremos confirmar para repassar aos órgãos competentes. Não podemos revelar as informações, pois pode comprometer as investigações, já que nenhuma está comprovada ainda. Este material será encaminhado ao juíz eleitoral que fará todos os passos necessários do processo investigativo para comprovar as denúncias”, informou

ELEIÇÕES LIMPAS:


Manual pode ajudar eleitor
denunciar crimes eleitorais


O número de d e n ú n c ias sobre crimes eleitorais tem preocupado o coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Vilson Nery. De acordo com Nery, existe a possibilidade, de juntamente com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o MCCE desenvolver um manual com informações para que a população saiba como proceder ao denunciar um crime eleitoral. 

Nery explica que qualquer informação já basta para que seja realizada uma investigação, mas que facilita o trabalho quando existem provas robustas. “Estamos orientando as pessoas para que nas denúncias tentem reunir o máximo de informações possíveis, e se houver como comprovar, facilita ainda mais o nosso trabalho. Fotos, vídeos, qualquer tipo de prova técnica, é o suficiente para que o material seja encaminhado aos órgãos competentes”, esclareceu. 

Todos os esforços são na tentativa de coibir o abuso de poder econômico, principalmente, no que se refere as propagandas. “Temos mais de 500 candidatos para vereador, imagina se todos eles, começassem a ocupar as vias públicas com as suas propagandas? Cuiabá viraria um caos, ainda mais com as obras de mobilidade para a Copa, que já causam tumulto para a população”, observou. 

O Movimento de Combate a Corrupção procura trabalhar com o MCCE, no sentido de orientar os candidatos a vereadores, para que eles também assinem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), para que as eleições sejam mais limpas. 

Fonte Folha do Estado