Integrante do movimento afirma que candidatos estão usando seguranças armados em comícios, prática que, segundo ele, era usada no passado
Foto: GERALDO TAVARES/DC
Ceará destaca que “muitas pessoas estão se sentindo perseguidas” no município de Várzea Grande
RENATA NEVES
Da Reportagem/Diário de Cuiabá
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) denuncia a prática de “pistolagem” na eleição em Várzea Grande e chama à atenção da Justiça Eleitoral para a necessidade de adotar medidas preventivas com o objetivo de coibir esse tipo de prática.
O advogado do MCCE, Vilson Nery, afirma que a maior preocupação do movimento em relação ao pleito deste ano na segunda maior cidade do Estado é garantir a integridade física das pessoas, já que, segundo ele, “em Várzea Grande os pistoleiros estão agindo livremente”. “Os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas contam com seguranças armados”.
Segundo ele, já foram registradas invasões em algumas casas de candidatos. Na última quinta-feira (23), duas candidatas a vereadora do município foram vítimas de criminosos. “De uma das residências levaram dinheiro e cesta básica. Em outra não encontraram nada, apenas uma criança de 10 anos, que acabou apanhando dos bandidos”.
Ele próprio afirma ter observado a situação durante um comício que presenciou no bairro Mapim. “Era possível observar, nos cantos, quatro ou cinco homens armados”.
Pessimista quanto ao rumo que as campanhas eleitorais deverão tomar, o advogado aposta que a situação ficará ainda pior quando se aproximar do dia 7 de outubro. “O pior ainda está por vir, principalmente nos 15 últimos dias nos quais a ‘grana derrama’. Podemos constatar que todos vão usar dessa violência e a usam desmedidamente lá. Além disso, tem a questão da propaganda eleitoral. Acusações pessoais serão violentas, com a confecção de dossiês e ‘tiroteios’”.
Coordenador do MCCE, Antônio Cavalcante, o “Ceará”, afirmou que o temor do movimento é que a prática, constantemente registrada no passado, volte a se tornar comum.
“Temos registros históricos, de décadas atrás, de grupos políticos que atentavam contra a vida das pessoas. Achávamos que essa prática já estava enterrada, mas parece que está retornando. Muitas pessoas estão se sentindo perseguidas”.
Da Reportagem/Diário de Cuiabá
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) denuncia a prática de “pistolagem” na eleição em Várzea Grande e chama à atenção da Justiça Eleitoral para a necessidade de adotar medidas preventivas com o objetivo de coibir esse tipo de prática.
O advogado do MCCE, Vilson Nery, afirma que a maior preocupação do movimento em relação ao pleito deste ano na segunda maior cidade do Estado é garantir a integridade física das pessoas, já que, segundo ele, “em Várzea Grande os pistoleiros estão agindo livremente”. “Os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas contam com seguranças armados”.
Segundo ele, já foram registradas invasões em algumas casas de candidatos. Na última quinta-feira (23), duas candidatas a vereadora do município foram vítimas de criminosos. “De uma das residências levaram dinheiro e cesta básica. Em outra não encontraram nada, apenas uma criança de 10 anos, que acabou apanhando dos bandidos”.
Ele próprio afirma ter observado a situação durante um comício que presenciou no bairro Mapim. “Era possível observar, nos cantos, quatro ou cinco homens armados”.
Pessimista quanto ao rumo que as campanhas eleitorais deverão tomar, o advogado aposta que a situação ficará ainda pior quando se aproximar do dia 7 de outubro. “O pior ainda está por vir, principalmente nos 15 últimos dias nos quais a ‘grana derrama’. Podemos constatar que todos vão usar dessa violência e a usam desmedidamente lá. Além disso, tem a questão da propaganda eleitoral. Acusações pessoais serão violentas, com a confecção de dossiês e ‘tiroteios’”.
Coordenador do MCCE, Antônio Cavalcante, o “Ceará”, afirmou que o temor do movimento é que a prática, constantemente registrada no passado, volte a se tornar comum.
“Temos registros históricos, de décadas atrás, de grupos políticos que atentavam contra a vida das pessoas. Achávamos que essa prática já estava enterrada, mas parece que está retornando. Muitas pessoas estão se sentindo perseguidas”.
Atualmente o
confuso “Caso Quintella” está esquecido, bem como as fraudes que levaram
a derrota do Padre Pombo no histórico ano de 1982.
Como exemplo de casos passados, o representante do movimento citou o assassinato do então candidato a prefeito de Várzea Grande, Celso Quintela, ocorrido em 1982. Na época, a morte de Quintela foi vinculada a denúncias que ele estava fazendo sobre a prática de crimes eleitorais na cidade. Ele disputava a prefeitura juntamente com o ex-prefeito do município e atual senador, Jayme Campos (DEM), que concorria a um cargo eletivo pela primeira vez.
Ceará informou ainda que o movimento está compilando informações para fazer uma representação à Justiça Federal.
Foto:José Luiz Medeiros/DC
O ex presidente do diretório municipal do PT, Sivaldo Dias de Campos, hospitalizado no Santa Rosa em
Cuiabá – De acordo com os membros
do MCCE, ainda não foi registrada nenhuma denúncia referente à prática
de violência durante a campanha eleitoral na Capital. Em anos
anteriores, entretanto, já foram registradas situações graves, como no
pleito de 2000, quando o então presidente do Partido dos Trabalhadores
em Cuiabá e militante ativo do Movimento Cívico de Combate à Corrupção
(MCCC), Sivaldo Dias Campos, foi vítima de uma tentativa de assassinato,
cujo mandante foi o terceiro suplente de sua coligação, Nicássio José
Barbosa.
Fonte: Diário de Cuiabá
Saiba mais:
“Um povo sem memória é um povo
sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente
e no futuro, os mesmos erros do passado”.(Emília Viotti da Costa, historiadora brasileira)
Caso Quintella
Fonte: Pau-rodado
Celso Mendes Quintella, candidato do PMDB a prefeitura de Várzea Grande foi derrotado pelo candidato do PDS Jaime Veríssimo de Campos em 1982.
Porém, se dizia que o pleito não fora justo, e que havia a conversa de
que pelo menos 150 mil eleitores inaptos ao voto em Mato Grosso e que 50
mil votaram, derrotando-o à prefeitura, e ao candidato ao governo,
padre Raimundo Pombo, de modo que, Quintella teria reunido provas e
testemunhas para impugnar os votos.
Na noite de sexta-feira de 26/11/1982 recebeu a informação de que alguém teria mais provas das fraudes na Alameda Júlio Muller. Colocou um dos suspeitos de falsificar títulos eleitorais, Timóteo Ponce Gonçalves, na sua caminhonete e seguiu para o encontro onde foi cercado por três carros, houve discussão, pancadas e um tiro o acertou na cabeça. No dia seguinte revelaria o que tinha descoberto e no domingo os cuiabanos saberiam de toda a fraude através dos jornais.
Apesar do esforço em coletar documentos e testemunhos citando entre outras fraudes, urnas lacradas no dia da votação, eleitores impedidos de votar, eleitores com quinze anos de idade, eleitores votando dez vezes pelas cidades próximas a Cuiabá, o juiz eleitoral José Ferreira Leite e o desembargador Onésimo Nunes Rocha consideraram tudo algo inconsistente e acabaram empossando os candidatos de 1982.
Em 1986, Laury San Martin da Paixão, o "Peninha", e Moacir Roberto Tenuta França, ex-policiais que faziam a segurança do prefeito Jaime Veríssimo de Campos, presos devido ao envolvimento no “caso da toalha azul” e no “esquadrão da morte de Mato Grosso”, denunciaram o cunhado do prefeito Jorge Antônio Pires de Miranda de tê-los procurado a mando do governador Júlio José de Campos para executar Celso Mendes Quintella.
A execução custaria um valor em dinheiro e um fusca ao pistoleiro. O policial Peninha disse que se demorou para tratar dessa execução e Jorge Pires pediu para esquecer tudo. Com a denúncia, ainda que apresentada por um presidiário contra um governador, o TJ designou o juiz Simão Aureliano de Barros Filho para apurar o caso, mas nada encontrou além do falatório, ou da política. Com o tempo, ou com mais uma ou duas eleições, o aspecto político da morte de Celso Quintella sumiu, e todo o clamor popular.
Quase 20 anos após o crime houve o julgamento de um dos três acusados. O crime não seria prescrito porque várias ações detiveram essa contagem. Assim, em 2001, Daniel Germano Gonçalves sentou por 14 horas no banco dos réus. Deveriam estar juntos também Mário César Machado e João da Silva Filho, o "João Viola", mas eles estavam foragidos da Justiça.
Defendendo Daniel Gonçalves estava o defensor público André Luiz Prieto que conseguiu a absolvição ao apresentar várias dúvidas aos jurados. A vítima tivera traumatismo craniano devido a um balaço e a pancadas na cabeça.
Daniel Gonçalves admitiu que bateu duas vezes na cabeça da vítima com uma chave de roda de carro porque ele estava ameaçando seu irmão Timóteo Gonçalves com um revólver e, enquanto os três lutavam apareceu Mário César Machado, amigo de Quintella, que, por acidente, atirou na sua cabeça. O laudo não apontava qual das duas ações tinha levado à morte, então o acusado foi liberado por 6x1.
Dias depois dessa absolvição de Daniel se apresentou à Justiça João da Silva Filho. Disse que viu a tocaia e correu para defender seu amigo, Celso Quintella, tendo chegado a sacar um revólver mas que não chegou a disparar porque a arma não funcionou.
Apesar da importância do julgamento, se notou a ausência dos ex-companheiros do PMDB de Quintella. Nenhum político, parentes ou amigos apareceram. O mesmo comportamento foi observado durante o velório do padre Raimundo Pombo, também vazio de ex-companheiros militantes de esquerda e, no meio de meia dúzia de pessoas, todos religiosos católicos, Júlio Campos velava o corpo do antigo adversário.
Em 2003, o promotor Theodósio Ferreira de Freitas após 12 horas de julgamento conseguiu condenar Daniel Germano Gonçalves a quatro anos de prisão por lesão seguida de morte, cumprida em regime semi-aberto. João da Silva Filho foi absolvido.
Atualmente o confuso “Caso Quintella” está esquecido, bem como as fraudes que levaram a derrota do Padre Pombo no histórico ano de 1982.
Fonte: Pau-rodado http://pau-rodado.blogspot.com.br/2010/03/celso-mendes-quintela-41-anos-candidato.html
Leia mais:
Caso Sivaldo Dias Campos
"Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça." (Rui Barbosa)
Relarório da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados
janeiro de 1997 a fevereiro de 2002
Comissão de Direitos Humanos
Câmara dos Deputados
Brasília — Brasil
março de 2002
Apresentação
O presente relatório contém informações sobre atos de violência contra
dirigentes e militantes do PT — Partido dos Trabalhadores - no período
entre janeiro de 1997 e fevereiro de 2002. O foco sobre um partido
específico se justificou por duas razões. A primeira é que a agremiação
tem sido vítima de um grande número de casos de assassinatos, agressões e
ameaças. Essa recorrência torna o PT o partido mais atingido pela
violência de cunho político nos últimos anos, embora não haja dados
precisos de todos os episódios tipificados dessa forma no Brasil.
A segunda razão diz respeito à notificação das ocorrências. Muitos atos
de violência contra o PT foram registradas nesta Comissão de Direitos
Humanos, que obteve junto às instâncias do partido acesso ao conjunto de
informações sobre os fatos aqui organizados. Dos demais partidos
políticos temos recebido poucas e esparsas informações, que não
permitiram uma consolidação em nível nacional, capaz de sustentar um
estudo comparativo global da violência política no país. Portanto, esse é
um trabalho ainda a ser realizado, para o qual a CDH está disposta da
dar sua colaboração.
Independentemente de quem seja vítima e criminoso, é dever desta
Instituição Pública registrar os crescentes atos de violência que, ao
atingir um partido político, afronta o Estado de Direito, desafia a
sociedade e nos compele a todos a reagir em defesa da democracia e dos
princípios que fundamentam o direito à vida e à segurança. Se um partido
político organizado nacionalmente é atingido de forma tão brutal, o que
dirá sobre a segurança do cidadão comum?
Esperamos que o presente relatório contribua para a busca de soluções
para superar este desafio que, nesta quadra histórica no Brasil, se
opõem ao primado da paz, da segurança do cidadão e de todos os demais
direitos humanos.
Deputado Nelson Pellegrino
Presidente da Comissão de Direitos Humanos
Câmara dos Deputados
MATO GROSSO
Cuiabá (I) — O presidente municipal do PT de Cuiabá, SIVALDO DIAS
CAMPOS, 36 anos, recebe dois tiros na cabeça, em 10 de outubro de 2000.
SIVALDO consegue sobreviver com graves seqüelas. Na ocasião ele
integrava o Movimento Cívico Combate à Corrupção (MCCC). Seis dias antes
das eleições municipais a entidade denunciou 12 candidatos por compra
de votos. Dez dos denunciados se elegem vereadores. O crime ocorre
quatro dias após as eleições.
Fonte: Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
Saiba Mais:
STJ remete o processo para Cuiabá
Ex-suplente de vereador perdeu recurso em última instância e agora deverá ser levado para a cadeia
O ex-suplente de vereador Nicássio José Barbosa, que foi condenado por tentativa de homicídio
ADILSON ROSA
Da Reportagem
A juíza da 1a Vara Criminal de Cuiabá Mônica Catarina Perri de Siqueira poderá expedir a qualquer momento o mandado de prisão e captura em desfavor do ex-suplente de vereador Nicássio José Barbosa. Ele perdeu a apelação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que remeteu o processo para a Justiça de Mato Grosso.
O mandado de prisão deverá ser cumprido pela Gerência Estadual de Polícia (Gepol), chefiada pelo delegado Máurio César Bencice. “Assim que recebermos a determinação judicial, iremos cumpri-la”, explicou ontem um policial plantonista.
Com todos os recursos esgotados, Nicássio deverá ser preso nos próximos dias e levado para a Penitenciária Regional de Pascoal Ramos, em Cuiabá, para cumprir uma pena de nove anos e oito meses de prisão em regime integralmente fechado.
O ex-suplente de vereador foi condenado como mandante da tentativa de assassinato contra o líder petista e vereador aposentado Sivaldo Dias Campos, de 39 anos. O crime ocorreu em outubro de 2000 no Jardim Industriário, em Cuiabá.
Por se tratar de crime hediondo, Nicássio deverá ficar preso, no mínimo por seis anos e quatro meses, em regime fechado. Após esse período, poderá ter ser beneficiado pelo regime semi-aberto.
No recurso impetrado no STJ, os advogados de Nicássio pediam a anulação do julgamento alegando incorreções no inquérito, ausência de perícias científicas e, principalmente, que a decisão teria sido “manifestamente contrária à prova dos autos”. O recurso, porém, foi negado em Brasília. Em dezembro de 2003, o Tribunal de Justiça (TJ) negou recurso e os advogados de Nicássio apelaram para instância superior.
Para o Ministério Público (MP), o crime praticado por Nicássio é hediondo porque a vítima ficou totalmente incapaz para as atividades normais e foi obrigado a se afastar da política.
Em fevereiro de 2003, assumiu uma Cadeira na Câmara Municipal de Cuiabá, mas em dezembro, renunciou ao cargo após obter pensão vitalícia.
Segundo a tese do Ministério Público, a morte de Sivaldo era a primeira parte de um plano que levaria Nicássio da terceira suplência a uma vaga definitiva na Câmara Municipal. As investigações da Polícia Civil, no entanto, puseram fim ao plano, segundo o Ministério Público Estadual.
Nicássio foi condenado por tentativa de homicídio qualificado (por motivo torpe: ambição). No processo, ele foi apontado como o arquiteto do atentado à bala sofrido por Sivaldo A tentativa de assassinato contra Sivaldo ocorreu uma semana depois da eleição, na qual ele ficou como terceiro suplente.
Fonte: Diário de Cuiaba
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