Deputados-caititus se curvam mais uma vez diante de Riva e alteram regimento da Assembléia para garantir-lhe novo mandato de presidente. Riva planeja encerrar carreira como governador deste Estado, no lugar de Silval.
Para alegrar o poderoso chefão Riva, nesta quarta-feira tão ditosa, só falta mesmo o juiz Julier Sebastião da Silva proclamar que o VLT, imposto por Riva, vai continuar sendo o modal vigente em Cuiabá - custe o que custar
Por Enock Cavalcante
Meus amigos, meus inimigos: em uma Assembléia Legislativa em que impera a subserviência política, expressa no comportamento de deputados como Alexandre César, Percival Muniz, Ademir Brunetto, Romualdo Jr, Walter Rabello, Emanuel Pinheiro e outros que tais, só poderia acontecer uma coisa dessas: José Geraldo Riva, o deputado mais processado por corrupção neste Brasil varonil, acaba de ganhar o direito de se reeleger presidente da Assembléia Legislativa, sempre que achar necessário.
Que adianta o desembargador Rui Ramos dizer que não devemos nos comportar como uma republiqueta, se nós temos uma Assembléia que se comporta dessa forma, sempre nivelando a atividade parlamentar pelo seu nível mais rasteiro?!
Na Assembléia de Mato Grosso, o poderoso chefão Geraldo Riva faz o que bem quer. Ele conta com 23 deputados, das mais diversas legendas, sempre a seu serviço. Os que, às vezes, não votam com ele, como Luciane Bezerra e ZecaViana, se calam quando o assunto é Riva. E o jornalista Eduardo Gomes, em sua revista “MTAqui”, já revelou que “a ultima cartada” de Riva, já que tudo indica que não poderá mais disputar uma eleição, tendo em vista as condenações que já mereceu no Tribunal Regional Eleitoral e também no Tribunal de Justiça, é tentar encerrar sua carreira como governador de Mato Grosso.
A trama se desenvolveria assim: no inicio de 2014, Silval Barbosa deve se afastar do governo para se candidatar a uma vaga de deputado federal (Silval dificilmente se elegeria senador, não tem estofo para isso). Chico Daltro, o vice-governador, que é homem de Riva, e que deveria assumir a governadoria, deve ser indicado para mais um cargo de conselheiro vitalício, ao lado daquele monte de outros conselheiros vitalícios que já atuam lá no Tribunal de Contas do Estado, ganhando gordos salários às custas do dinheiro público. Pronto. Riva, mantido no cargo de presidente da Assembléia, graças a este acerto operado nesta quarta-feira, 15 de agosto de 2012, se credenciará, então, a governar Mato Grosso por pelo menos uns sete meses, até 31 de janeiro de 2013, quando assumirá o novo governador livremente eleito pelo nosso povo.
Se você pensava que já viu de tudo em Mato Grosso, fique atento. O poderoso chefão Geraldo Riva, que parece controlar a tudo e todos neste Estado, tem sempre uma surpresa no bolsinho do paletó.
Para atrapalhar este roteiro de horror, só mesmo uma decisão judicial exarada pelos dignos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, onde diversos processos contra Riva, impetrados pelos comandados do corajoso promotor Célio Fúrio, aguardam por seu julgamento final. Sim, se o nosso TJMT afastar Riva, este seu sonho de uma noite de verão pode gorar. Mas será que nossos dignos julgadores já se livraram da conhecida influência que Riva sempre exerceu sobre nosso Judiciário? Eis aí uma questão ainda em aberto. Só vendo pra crer.
O fato é que Riva, ousamente, segue fazendo estas suas articulações, garante seu direito de continuar presidente da Assembléia por quanto tempo quiser – e os jornais amigos e os jornalistas amestrados – tipo Mauro Camargo, Diário de Cuiabá, A Gazeta, Antero Paes de Barros, etc – estão todos vibrando, destacando mais esta “vitória” do baixinho tão poderoso. Como se sabe, nossa elite ilustrada opera descaradamente seu projeto de poder, acreditando sempre que a grande massa popular, formada por eleitores-cidadãos, em sua maioria desatenta às entrelinhas do noticiário, vai continuar sempre trabalhando, sampre pagando seus impostos, sempre acreditando no Bom Deus, sempre elevando seus pensamentos para Jesus Cristo e sempre permitindo que eles continuem operando a política como uma prática “de poucos e bons”.
Para alegrar o poderoso chefão Riva, nesta terça-feira tão ditosa, só falta mesmo o juiz Julier Sebastião da Silva proclamar que o VLT, imposto por Riva, vai continuar sendo o modal vigente em Cuiabá – custe o que custar!
Fonte Pagina do E
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