“O crime
organizado é o que mais lesa a sociedade e, muitas vezes, as polícias
têm mais dificuldades em investigar esses crimes, seja por falta de
estrutura ou, até mesmo, por falta de independência” (Tiago de Souza Afonso da Silva)
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de
Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), apreendeu, nos
últimos quatro anos, mais de quatro toneladas de drogas. Foram
realizadas, ainda, diversas operações contra quadrilhas que realizavam
roubos a banco nas modalidades ‘Novo Cangaço’, ‘saidinha de banco’ e
arrombamento de caixas eletrônicos, além das ações voltadas para coibir
os crimes contra a administração pública. Os dados foram apresentados
nesta terça-feira (02.04), durante o lançamento da campanha contra a
aprovação da PEC 37, que dá às polícias civil e federal, a exclusividade
nas investigações criminais.
Durante o evento,o procurador-geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge
do Prado, ressaltou que, caso a PEC 37 seja aprovada pelo Congresso
Nacional, o grande prejudicado será o povo brasileiro. “O Ministério
Público não se apresenta para a nação como grande prejudicado pela PEC
37, quem realmente vai sentir o efeito de tudo isso será a sociedade.
Pretendem amputar as pernas e os braços da sociedade, reduzindo as
instituições que possam estar trabalhando contra o crime organizado”,
destacou o procurador-geral de Justiça.
Segundo ele, até o momento, dos integrantes da bancada federal de
Mato Grosso, apenas o senador da República, Pedro Taques, e os deputados
federais Valtenir Pereira e Nilson Leitão, se posicionaram contrários à
PEC 37. O senado Blairo Maggi disse que aguarda uma alternativa
intermediária. “Estamos buscando contatos com as assessorias dos demais
parlamentares para alcançarmos o apoio que a sociedade tanto almeja. A
bancada de Mato Grosso também foi convidada a participar do ato público
contra a PEC da Impunidade, que será realizado no dia 12 de abril, às
8h30, nas Promotorias de Justiça de Cuiabá para se posicionarem
diretamente à sociedade”, disse Prado.
O procurador-geral de Justiça assegurou que, entre os dias 08 a 11 de
abril, todos os promotores de Justiça que atuam em Mato Grosso,
seguindo orientação do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do
Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) e da Conamp, vão
realizar atos de mobilização junto à sociedade contra a PEC da
Impunidade ou PEC do PCC, como vem sendo chamada.
O corregedor-geral do Ministério Público, procurador de Justiça Mauro
Viveiros, lembrou que não existem argumentos plausíveis que possam
justificar a aprovação da referida emenda constitucional. “Alguns dizem
que a PEC 37 irá coibir os excessos de alguns promotores de Justiça, mas
isso não é verdade, pois já existem órgãos com essas atribuições que
são o Conselho Nacional do Ministério Público e as corregedorias. Na
verdade, a PEC tem outros fins e vem a baila justamente no momento em
que o Ministério Público está investigando e produzindo mais”, afirmou
Viveiros.
Para o procurador-geral de Justiça Adjunto, Marcelo Ferra de
Carvalho, a PEC 37 não pode ser vista como questão corporativista, pois
não se trata de uma disputa entre o Ministério Público e a polícia. “As
instituições devem trabalhar em conjunto, pois o resultado beneficiará a
sociedade. O Ministério Público que ser um colaborador, alguém a mais
para ajudar a sociedade na disputa contra a criminalidade”, disse.
Salientou, também, que somente na Indonésia, Uganda e Zambia a
investigação é exclusividade da polícia.
O diretor social e de eventos da AMMP, promotor de Justiça Tiago de
Souza Afonso da Silva, enalteceu o trabalho desenvolvido, em parceria,
pelo Ministério Público e a polícia e lembrou que Mato Grosso possui
experiências bem sucedidas resultante dessa integração. “O crime
organizado é o que mais lesa a sociedade e, muitas vezes, as polícias
têm mais dificuldades em investigar esses crimes, seja por falta de
estrutura ou, até mesmo, por falta de independência”, afirmou.
Fonte: MPE MT
Hitler ea PEC 37
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