Índios invadidos invadem invasão e invasores vazam!
Como era o dia do índio e como é o índio hoje em dia?
ÍNDIOS: PRECISAVA TUDO ISTO?
"Por que foi , e ainda é, preciso tudo isto? "
Você aí, tem alguma resposta?
Pequena História do Extermínio da Grande Nação Xokleng - Índios Brasileiros
Documentário produzido em dezembro de 2008, apresenta fotos, matérias
jornalísticas, cartas e relatos históricos sobre o processo de
extermínio da Nação Xokleng na Colonização do Vale do Itajaí - Direção
Nassau de Souza e Produção Jozzy de Souza
Ou esta é a resposta?
Indios invadem plenário e põe Deputados para correr
Os indios estão ali forçando para entrar no plenário. Todo mundo está
com medo", disse ao microfone Francisco Escórcio PMDB-MA.
Fonte http://www.shasca.blogspot.com.br
Leia mais:
Nenhum dia mais é dia do índio
Huka-huka
disputado no I Festival de Culturas Xinguanas, em 2011, durante
comemoração dos 50 anos do Parque Indígena do Xingu, na aldeia Kamaiurá
da lagoa Ipavu, no Alto Xingu, Mato Grosso|Ana Lucia Gonçalves-ISA
Márcio Santilli* – ISA
Com o fim da ditadura, o Dia do Índio
foi adotado como ocasião oportuna para os governos apresentarem um
balanço do que andam fazendo a respeito e, via de regra, aproveitarem a
visibilidade do assunto para anunciar demarcações de terras indígenas
(TIs). Cumprimento, ainda que lento, da Constituição.
Há também os que consideram a homenagem
uma forma hipócrita de afagar aqueles a quem se negam direitos nos
demais dias do ano: “todo dia era dia de índio”. Ou, deveria ser, pois
são atores vivos do presente e do futuro, não apenas do passado. Em
2012, no entanto, a presidente Dilma preferiu nem realizar qualquer
cerimônia, muito menos anunciar alguma demarcação. Pouco depois,
homologou sete TIs, num total de pouco mais de 900 mil hectares. E
seguiu-se um ano duro para os índios, com os processos fundiários quase
paralisados, nenhum investimento sério na gestão das terras demarcadas,
imposição de obras impactantes sem consulta e com condicionantes
fictícios.
Nunca antes na história deste país,
porém, havíamos assistido a uma semana do índio como esta, de 2013,
antecedida do envio da Força Nacional para aterrorizar aldeias dos
índios Munduruku, que se opõem à implatanção de mais de hidrelétricas no
Rio Tapajós (PA), o que o transformará numa sequência de lagos mortos
que inundariam parte das suas terras. Enquanto isso, o presidente da
Câmara, Henrique Alves, anunciou a instalação de uma comissão para
analisar uma proposta de emenda à Constituição visando travar, no
Congresso, a demarcação de TIs. Uma emenda para descumprir o princípio
constitucional. Depois da ocupação do plenário da Câmara por
manifestantes revoltados com a medida, Alves suspendeu a discussão do
assunto por seis meses.
Vale destacar o esforço da Fundação
Nacional do Índio (Funai), neste ano, para identificar as terras dos
Guarani Kaiowá, etnia mais numerosa do Brasil e que dispõe de menor
extensão de áreas do que as destinadas aos assentados da reforma agrária
do Mato Grosso do Sul. Já o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
em vez de tomar a decisão política de oficializar essas terras, que cabe
a ele e não à Funai, prefere receber ruralistas, acolher interesses
contrariados e fragilizar a posição da órgão vinculado ao seu
ministério. Em 28 meses de governo, ele delimitou apenas duas TIs, num
total de 5 mil hectares. Até o momento, é o ministro mais omisso, desde o
final da ditadura, no que se refere ao provimento de justiça.
Pior ainda foi a atuação da Advocacia
Geral da União (AGU), que, na esteira de escandalosos pareceres
produzidos para atender interesses escusos, também expediu uma portaria
para generalizar restrições às demarcações. Em vista de intensos
protestos, a AGU acabou suspendendo a norma, sem, no entanto, reconhecer
e revogar o dano pretendido às TIs, que são bens da União.
Também cabe um destaque positivo para a
retirada de invasores da terra Marãiwatséde, dos Xavante (MT), para a
qual foi decisiva a ação articulada de vários órgãos, por meio da
Secretaria Geral da Presidência. Mas não há como atender à demanda
acumulada por uma secretaria sem estrutura executiva. Os pontos de apoio
que restam aos índios dentro desse governo estão remando contra a
corrente.
Atravessamos conjunturas diversas e
adversas para os direitos indígenas no período democrático mais recente.
Mas o atual governo é o primeiro a renunciar à responsabilidade
histórica e à obrigação constitucional de tutelar os direitos das
minorias, cujo destino foi relegado às correlações locais de força e à
sanha dos seus inimigos. Assim, nenhum dia mais será dia de índio.
*Publicado na seção Tendências e Debates do jornal Folha de S. Paulo, de 19 de abril de 2013.
Leia mais:
Encontrados registros de índios torturados pela ditadura militar
Foi encontrado recentemente, no Museu do Índios, no Rio de Janeiro, o Relatório Figueiredo, que estava desaparecido há 45 anos. Com mais de 7 mil páginas preservadas e contendo 29 dos 30 tomos originais, o texto redigido pelo então procurador Jader de Figueiredo Correia traz denúncias de caçadas humanas promovidas com metralhadoras e dinamites atiradas de aviões, inoculações propositais de varíola em povoados isolados e doações de açúcar misturado a esctricnina.
Uma das fotos que fazem parte do Relatório Figueiredo/Reprodução Estado de Minas
Uma das versões sobre o desaparecimento do material era de que ele teria sido destruído em um incêndio no Ministério do Interior.
Em 1968, a comissão de inquérito administrativa produziu a documentação que ficou conhecida como Relatório Figueiredo, uma referência ao presidente da comissão, o ex-procurador Jader Figueiredo Correia. Convidado para a função pelo ex-ministro do Interior general Afonso Augusto Albuquerque Lima, Figueiredo esteve à frente do grupo que, por quase um ano, percorreu todo o país, em plena ditadura militar, para apurar as denúncias de crimes cometidos contras a população indígena.
As investigações começaram em 1967 e tiveram como base comissões parlamentares de inquérito de 1962 e 1963 e denúncias posteriores de deputados. No total, a expedição percorreu mais de 16 mil quilômetros, entrevistou dezenas de agentes do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e visitou mais de 130 aldeias. Jader de Figueiredo e sua equipe constataram diversos crimes, propuseram a investigação de muitos mais que lhes foram relatados pelos índios, se chocaram com a crueldade e bestialidade de agentes públicos.
Em um dos diversos registros brutais de tortura, um instrumento era bastante utilizado nos postos do SPI, o chamado “tronco”, descrito da seguinte maneira: “Consistia na trituração dos tornozelos das vítimas, colocadas entre duas estacas enterradas juntas em um ângulo agudo. As extremidades, ligadas por roldanas, eram aproximadas lenta e continuamente”.
Comissão da Verdade
Agora, o relatório pode se tornar um trunfo para a Comissão da Verdade, que apura violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988. As informações foram publicadas no jornal Estado de Minas.
Naquela ocasião, em 1968, o país foi privado da possibilidade de fazer justiça nos anos seguintes. Em 13 de dezembro do mesmo ano o governo militar baixou o Ato Institucional nº 5, restringindo liberdades civis e tornando o regime autoritário mais rígido. Albuquerque Lima chegou a recomendar a demissão de 33 pessoas do SPI e a suspensão de 17, mas, posteriormente, muitas delas foram inocentadas pela Justiça. Funcionários que haviam participado do trabalho foram exonerados. Quem não foi demitido foi trocado de função, numa tentativa de esconder o acontecido.
Especialistas, como o vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, Marcelo Zelic, acreditam que algumas dessas questões podiam ter sido esclarecidas há 44 anos, quando o então Ministério do Interior criou uma comissão de inquérito administrativa para apurar denúncias contra o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão que antecedeu a Fundação Nacional do Índio (Funai), criada em 1967
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