Sarney é quase onipresente, tendo apoiado a ditadura e com participação em todos os governos centrais do país de 1985 até o presente.
Por Bruno Lima Rocha
Na última segunda-feira, 22 de abril, José
Sarney de Araújo Costa, ex-presidente da Arena, fez uma declaração
antológica quando de sua passagem em Porto Alegre. O acadêmico,
literato, controlador de mídia, bacharel em direito e senador da
república (PMDB/AP) afirmou que as instituições políticas brasileiras
remontam ao século XIX. Ao caracterizar este arcaísmo, fundamenta ser
muito difícil a aprovação da reforma política. Poucas vezes uma fala
descompromissada cumpriu o papel de auto-análise como nesta ocasião.
Desnecessário traçar aqui uma pequena biografia do político oriundo do
PSD maranhense, que após desentendimento com um cacique local, integra a
ala bossa nova da UDN - então capitaneada nacionalmente por Carlos
Lacerda - fazendo de si e sua família ampliada um fiel e valoroso braço
civil da ditadura militar.
Surpreende a afirmação acima pela sinceridade. Se há alguém que remonta as piores tradições do mandonismo brasileiro, onde a fronteira entre o bem público e o usufruto particular é nula, este é o ex-presidente do Senado. Consideremos que nosso país nasce desta tradição evocada no início do século retrasado, quando os proprietários de escravos – “nobres” parlamentares se auto-representando – concordaram com a unidade territorial do Império em troca da manutenção da escravatura. São estes os predecessores dos coronéis brilhantemente descritos por Victor Nunes Leal e cuja versão contemporânea encarna em personagens da estirpe do escritor de Marimbondos de Fogo.
Sarney não é um sobrevivente e tampouco um equilibrista. Ele é a personificação da política profissional brasileira, tendo a mais longa carreira em atividade no Brasil. Tamanha é sua desenvoltura na função que inspira livros de investigação jornalística e de análise institucional. Toda vez que tenho de materializar o conceito de cultura política paroquiana, fisiológica, patrimonialista regida por relação de clientela, o candidato a vice de Tancredo Neves no colégio eleitoral ganha presença em sala de aula. A cada semestre, ao ter de abordar o tema da transição democrática e do pacto intra-elites inspirado na mudança de regime na Espanha, o ex-governador do Maranhão e presidente da república sem haver sido eleito, é citado.
Sarney é quase onipresente, tendo apoiado a ditadura e com participação em todos os governos centrais do país de 1985 até o presente. Se alguém personifica a permanência das relações políticas do século XIX no Brasil, este é o maranhense senador pelo Amapá.
Artigo originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat
Fonte estratégia e Análise
Saiba Mais:
O
Maranhão fica no Brasil ???!!!
Por
favor, após leitura, envie para parentes e amigos para
que
façam o mesmo, para que muitos saibam.
NO MARANHÃO É ASSIM:
- Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
-
Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho,
Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney. Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário, do tal José Sarney;
- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas 'maravilhosas' rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.
Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney...
Seria cômico se não fosse tão triste....
Infelizmente,
o texto é verdadeiro...
MAS
QUANDO ALGUÉM DA FAMÍLIA SARNEY FICA DOENTE, O MELHOR
HOSPITAL DO MARANHÃO É O AEROPORTO, NUM VÕO PAGO COM
DINHEIRO DO CONTRIBUINTE PARA SÃO PAULO, E RESERVA
ASSEGURADA NOS HOSPITAIS SÍRIO LIBANÊS OU ALBERT
EINSTEIN.
Leia mais:
Depois de 15 anos, nome de Sarney deve ser retirado da sede do TRT-MA. E, nós, em Mato Grosso, quando nos livraremos do puxassaquismo subserviente a políticos como Júlio e Jaime Campos?
Depois de 15 anos, o povo do Maranhão
conseguiu se livrar da homenagem ilegal e espúria ao ex-presidente
Sarney. Em Mato Grosso, um Ministério Público omisso, uma Assembléia
Legislativa semprea acocorada, uma magistratura leniente e uma cidadania
dispersa e dispersiva, todos aparentemente paralisados diante da
despudorada ousadia dos poderosos de plantão, vem permitindo que
políticos como Julio e Jaime Campos transformassem ruas, avenidas,
bairros e até mesmo municipios inteiros em propaganda explícita de suas
vaidades e de sua capacidade de manipulação política. Até quando?
Da pagina do Enock Cavalcante
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região manteve sentença que
determinou a retirada do letreiro com o nome de José Sarney da fachada
da sede do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (16ª Região). De
acordo com a relatora do caso, desembargadora Selene Maria de Almeida, a
Lei Federal 6.454/1977 proíbe, em todo o território nacional, atribuir
nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à
União ou às pessoas jurídicas da administração indireta. Além disso,
fere o princípio constitucional da impessoalidade.
“Atribuir nome de pessoas vivas a edifícios, a escolas, a
bibliotecas, ruas, bairros e a outros locais públicos é uma medida de
autopromoção, contraditória ao princípio da impessoalidade,
destacando-se que a regra legal deve prevalecer em qualquer parte do
território nacional”, afirmou a desembargadora.
Segundo a relatora, o artigo 37, caput, da Constituição
Federal é claro ao dispor que a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.
A União recorreu contra a sentença, para afastar a tutela concedida,
ao argumento de que não existe, na espécie, urgência tal que torne
premente a necessidade de retirada do letreiro, principalmente se for
levado em consideração o fato de que o prédio-sede do Tribunal ostenta
há mais de 15 anos a denominação “Fórum José Sarney”.
Sustenta a União que a remoção do letreiro, embora pareça simples,
altera a fachada do prédio-sede, não sendo possível, portanto,
simplesmente arrancar as letras, deixando no local um espaço vazio que
trará dano visível à fachada. “Há necessidade, ao retirar o letreiro, de
uma nova definição da fachada, o que implica custos não previstos pela
instituição, inclusive acima do limite de dispensa de licitação, assim
como demanda tempo para sua execução”, ressaltou.
Para a desembargadora Selene Maria de Almeida, a sentença não merece
reforma. “De fato, não se discute nos autos a questão da realização de
uma mini-reforma da fachada do prédio em comento, mas da observância de
um ditame constitucional, qual seja, a observância da impessoalidade
quando da designação de prédios públicos”, afirmou. O voto da relatora
foi seguido por unânimidade pelos demais integrantes da 5ª Turma do
TRF-1. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-1.
Processo 0004279-46.2005.4.01.3700
FONTE CONSULTOR JURÍDICO
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