quinta-feira, 6 de junho de 2013

GOVERNO E AL APLICAM O MAIOR GOLPE DA HISTÓRIA


A Educação Pública Básica em Mato Grosso sofreu recentemente uma de suas maiores perdas 



Nota: 
GOVERNO E AL APLICAM O MAIOR GOLPE DA HISTÓRIA

O Governador Silval Barbosa e a Assembleia Legislativa aplicaram um duro golpe na educação básica com a Emenda Constitucional nº. 66/2013, aprovada no dia 09 de maio do mesmo ano, que alterou o caput do artigo 245 da Constituição Estadual e retirou de assalto 10% das receitas previstas para investimento na da Educação Pública Básica que é sua responsabilidade legal e de atendimento prioritário. De forma irresponsável, o governo estadual tem desrespeitado esse dispositivo constitucional. Tal atitude tem resultado no sucateamento de nossas escolas e em problemas de todas as ordens no sistema educacional. A retirada desordenada das receitas da educação para investimento em outros setores comprova que a Educação Pública Básica nunca foi prioridade desse administrador. 

Há que se observar a contradição entre o que fala e o que pratica o atual governo. O referido governo que usa reiteradamente os meios de comunicação para afirmar que tem compromisso com a educação pública, age de forma sorrateira na retirada de direitos, em especial, o direito a Educação Pública Básica de qualidade. 

O mais intrigante é que a redução dos recursos para investimento na Educação Pública Básica ocorreu à revelia de qualquer discussão com a sociedade ou até mesmo com os/as principais interessados/as que lutaram pelo texto original da lei há 24 anos. Navegando na contramão da história e, em oposição ao debate nacional, no qual, o Plano Nacional de Educação recentemente aprovado no Senado Federal dobra os recursos para investimento na educação, Mato Grosso dá um péssimo exemplo com mais um golpe na Educação Pública Básica. 

O desafio da democratização do acesso ao ensino deve ser perseguido de forma a alcançar prioritariamente a universalização da educação obrigatória, que é de 4 a 17 anos de idade, ou seja, desde a educação infantil ao ensino médio, que demandam ações conjuntas, de cooperação entre Estado e municípios, zelando entre outros, pelo artigo 10 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional conforme versa o texto da referida lei: Art. 10. 

Os Estados incumbir-se-ão de: 
I - organizar, manter e desenvolver... 
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio. 

 Não é isso que vivemos em Mato Grosso. Temos grande demanda de atendimento da educação infantil e os municípios sobrecarregados com o atendimento do ensino fundamental com pouca colaboração do Estado. Grande índice de analfabetismo de jovens e adultos, alto número de evasão no ensino médio, educação profissional insuficiente e de baixa qualidade por não serem assegurados os recursos materiais e de pessoal necessários. 

O Estado oferece tão pouco para a formação dos jovens da população mato-grossense nas escolas de educação básica que admite que os empregos que exigem maior qualificação e melhores salários são ocupados por pessoas que vem de outros estados. Negou por mais de 2 anos a qualificação profissional para funcionários/as concursados/as que atuam nas escolas públicas, exigência mínima, até que o Governo Federal assumisse. Assim, acontece com outras iniciativas de formação profissional, com especialidade na Educação de Jovens e Adultos que, mesmo acontecendo nas escolas da rede estadual, dependem quase que exclusivamente dos recursos federais do PROEJA. 

Escolas sem a estrutura física adequada, sem recursos tecnológicos e pedagógicos adequados, nada agradáveis aos estudantes, especialmente aos jovens, e, até insalubres, é isto o que o Governo oferece em um Estado que cresce acima da média do país. E não basta falar que só restam 80 escolas para serem reformadas, pois para além do número ser ou não este, é discutível a qualidade de boa parte das reformas realizadas. 

O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso - SINTEP/MT vem nos últimos anos intensificando a cobrança ao Governo e Assembleia Legislativa sobre a necessidade do cumprimento do artigo 245 da Constituição Estadual, conforme redação original, buscando a ampliação gradativa dos investimentos na educação básica pública. A cobrança se fundamenta nas crescentes demandas educacionais que se apresentam. A universalização da educação básica e a educação como direito, supõe a oferta da educação com qualidade social em todas as suas etapas e modalidades, garantindo aos estudantes, além do acesso, a permanência com sucesso na escola pública. 

A atitude do Governo e legislativo estadual contribui para aprofundar as desigualdades, a exclusão e a violência, pois a grande maioria da população tem a escola pública como único espaço para que seus filhos/as se desenvolvam em toda a sua capacidade formativa, ou seja, também nas artes, na afetividade, na criatividade, o que sem a perspectiva da educação integral e escola em tempo integral, que requer maior investimento, não se concretizarão. Com esta atitude não resta outra opção senão a de registrar este Governo como o mais retrógrado da história de Mato Grosso das últimas décadas. 

A este Governo e Assembleia Legislativa, o nosso repúdio pelo desrespeito e traição à população mato-grossense, pela falta de transparência e compromisso com a educação pública. 

Por isso exigimos a imediata revogação da Emenda Constitucional Nº. 66/2013! 

RUIM PARA A EDUCAÇÃO, PIOR PARA O POVO! 
SINTEP/MT - Livre, Democrático e de Luta! 

Fonte Sintep/MT


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Governo de MT é o mais retrógrado da história, diz presidente do Sintep 

 Sindicalista se diz indignado com redução de 10% na receita destinada à Educação

Presidente do Sintep/MT afirma que aprovação da Emenda será investigada



FELIPE DE ALBUQUERQUE 
DA REDAÇÃO/Isso É Notícia

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso (Sintep/MT), Henrique Lopes, acusou o Governo do Estado, sob a gestão de Silval Barbosa (PMDB), de ser o “mais retrógrado da história” por retirar 10% das receitas previstas para investimento na Educação Pública Básica. Segundo Lopes, a redução seria convertida numa amplificação de investimentos à Universidade do Estadual de Mato Grosso (Unemat).

“Há um projeto de emenda Constitucional, desde 2011, que prevê um aumento nos investimentos da Unemat. Nós não somos contra a amplificação destes investimentos, pelo contrário, entendemos a luta dos professores da Universidade. Mas somos contra que se retire da Educação Básica para ser aplicado no Ensino Superior. Por que só agora o projeto foi aprovado? O governo se confirma como mais retrógrado da história do Estado de Mato Grosso”, exclamou o presidente do Sintep.

Apesar da aprovação da emenda ter sido efetivada há quase um mês, no dia 9 de maio, Henrique Lopes afirmou que o fato veio a público hoje, com a publicação no Diário Oficial e levantou dúvidas quanto à regularidade da votação da PEC da Unemat, que não previa essa redução na receita destinada à Educação Básica.

“Nós só nos manifestamos agora, porque o projeto parece ter sido votado na calada da noite. Nós sequer sabíamos que havia esse projeto, que deveria ter sido discutido abertamente com a sociedade”, pontuou.

Segundo Lopes, o Governador junto a Assembleia Legislativa passaram por cima da Constituição Estadual, que prevê que 35% da receita seja aplicada na Educação. O presidente relatou, também, ao Isso É Notícia, que o Sintep já solicitou a abertura de um foro na AL para investigar a medida.

“Nós solicitamos a abertura do foro e pedimos a revisão da matéria que transitou na Assembleia. Queremos apurar se tudo aconteceu dentro das normas da casa e, caso se confirme a regularidade, ficará claro que os 24 deputados não tiveram o mínimo de preocupação quanto a educação”, revelou.

PEC-UNEMAT

O projeto de Emenda Constitucional nº. 66/2013, que ampliaria os recursos destinados à Unemat, foi aprovado na Assembleia Legislativa. No entanto, não estava prevista a exclusão do parágrafo que impõe que 25% dos recursos da Educação, sejam investidos no Ensino Básico (que corresponde ao Ensino fundamental e médio).

Deste modo, além da redução de 10% nos investimentos que, agora somam apenas 25%, pode-se estar incluso a aplicação do montante, também, no Ensino Superior. 25% é o valor mínimo da receita prevista na Constituição Federal para se aplicar na Educação.


Seduc  

Secretário alega que não sabia da aprovação da Emenda

O Isso É Notícia conversou por telefone com o Secretário de Educação do Estado, Ságuas Moraes, para saber quais seriam as próximas ações da Secretaria de Educação (Seduc) diante da Emenda.

Ságuas afirmou que a PEC da Unemat não previa as alterações no artigo 245 da Constituição, nem a exclusão do parágrafo que garantia 25% da receita exclusivamente destinado para a Educação Básica. Alegou, também, não ter conhecimento prévio da votação ou dos motivos que levaram as modificações.

“Na verdade, nós ficamos sabendo hoje dessa emenda. A PEC da Unemat garantia a ampliação dos investimentos da Universidade, não a modificação no artigo 245, que iguala a 25%, como a constituição federal. Tiraram o parágrafo único que impunha que seria aplicado exclusivamente no Ensino Básico 25% da receita", argumentou o Secretário.

Ságuas disse que não concorda com o procedimento silencioso no qual foi aprovada a PEC da Unemat e que a Seduc dialogará com o Governo do Estado para que o artigo 245 seja mantido.

“Esses 35% previstos na Constituição Estadual foi uma conquista do Sintep e eles não querem abrir mão, mas governo nenhum cumpriu até hoje. O Governo do Estado aprovou a Emenda sem a Seduc participar da discussão. Mas amanhã o Deputado Alexandre [César – PT] , que é presidente da Comissão da Educação, volta de viagem e conversaremos com ele pra ver se a gente mantém o artigo 245”, finalizou Ságuas. 


Fonte Isso É Notícia

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