Se houve a intenção de transformar a Lava Jato num ensaio de golpe político contra a presidenta, não está dando certo.
A presidenta prometeu que as investigações seriam levadas às últimas consequências e que não sobraria pedra sobre pedra.
A mídia vai tentar esconder isso, mas não será possível.
Os procuradores que respondem pela Operação Lava Jato afirmaram ontem,
em coletivas de imprensa, que o esquema de cartel das empreiteiras em
obras da Petrobrás teve início antes da chegada dos diretores Paulo
Roberto Costa e Renato de Souza Duque.
Aliás, sempre é bom lembrar que Costa e Duque estavam na Petrobrás
desde os anos 70, e que assumiram cargos de responsabilidade bem antes
da eleição de Lula.
Voltando aos procuradores, eles afirmaram que o esquema dura há, no mínimo, 15 anos, ou seja, desde 1999, bem antes de Lula.
Sem esquecer que as mesmas empreiteiras envolvidas no esquema junto a
Petrobrás, desbaratado pela Polícia Federal, também estão envolvidas
com escândalos relacionados à oposição, como o Rodoanel de São Paulo.
Essas informações são importantes para que o escândalo seja
despolitizado e tratado como ele é: uma esquema de corrupção que precisa
ser investigado com objetividade.
Corruptos e corruptores acusados no escândalo da Petrobrás não queriam implantar nenhum “bolivarianismo” no país.
Não estão interessados em “revolução comunista”.
Não participam do “Fóro de São Paulo”.
Muito provavelmente não são nenhum entusiastas da reforma agrária ou da necessidade de ampliação de programas sociais.
Ao contrário, são empresários politicamente conservadores, que corromperam servidores que pensam da mesma forma.
Os marchadores golpistas, portanto, devem baixar a bola, porque a
informação do Ministério Público confirma um fato insofismável: as
investigações de hoje apenas são possíveis em virtude da autonomia e
liberdade proporcionadas por Dilma Rousseff à Polícia Federal e ao
próprio MP.
Não se trata apenas de autonomia funcional, mas de um posicionamento
político republicano, e que inclusive às vezes criticamos como
republicano demais, ao permitir um proselitismo político e partidário de
oposição dentro das próprias instituições do Estado.
Entretanto, desta vez, o republicanismo radical de Dilma deu certo.
Se os delegados federais responsáveis pelo Lava Jato, ao invés de
flagrados fazendo festinha para Aécio Neves e xingando o governo, no
Facebook, tivessem sido apanhados na situação contrária, fazendo
festinha para Dilma e xingando o PSDB, Dilma estaria sendo chamada de
“bolivariana”.
E “bolivariano”, no vocabulário especial da mídia brasileira, que é
uma espécie de universo paralelo do ultraconservadorismo, mas com grande
influência nos estamentos superiores da sociedade, significa
autoritarismo.
Se houve a intenção de transformar a Lava Jato num ensaio de golpe político contra a presidenta, não está dando certo.
A presidenta prometeu que as investigações seriam levadas às últimas consequências e que não sobraria pedra sobre pedra.
Está cumprindo o que prometeu, e da maneira mais democrática e republicana: sem interferir nas investigações.
Como o escândalo respinga em todos os principais partidos e teve
início na gestão FHC, atravessando a era Lula, até explodir no governo
Dilma, a imprensa de oposição terá dificuldade em aplicar seus critérios
de indignação seletiva.
Fonte Tijolaço
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