quarta-feira, 18 de março de 2015

O ÍCONE DA CORRUPÇÃO E DA IMPUNIDADE CONTINUARÁ NA CADEIA


NÃO ADIANTA CHORAR, JOSÉ GERALDO RIVA: Político mais processado por corrupção na história de Mato Grosso perde pela 5ª vez e continuará na cadeia. Desembargadores Rui Ramos, Rondon Bassil e Marcos Machado confirmam decisão da juíza Selma Arruda. 



E DISSE O PROCURADOR DOMINGOS SÁVIO NO JULGAMENTO DE RIVA: “Confesso que não é do meu conhecimento existência de outro réu com tamanha “folha corrida” sendo processado perante o Poder Judiciário Mato-grossense. Supera, em longa margem, conforme registros no Sistema Apolo, indivíduos como “Sandro Louco” e João Arcanjo, “O Comendador”. Creio que essa “ficha imunda” de JOSÉ GERALDO RIVA revele, à saciedade, a chamada reiteração criminosa. É considerado, como destacado pela juíza de 1º grau, um verdadeiro “ícone da corrupção e da impunidade” e ninguém, neste auditório, ignora esse fato”. 

LEIA O PARECER:
Procurador Domingos Sávio se pronuncia contrário a Habeas Corpus para José Geraldo Riva


Da pagina do Enock Cavalcanti


Quem já foi rei, em Mato Grosso, segue perdendo a sua majestade. Os desembargadores Rui Ramos, Rondon Bassil e Marcos Machado (em substituição a Orlando Perri, em gozo de férias), que compõem a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negaram nesta terça-feira (17), por unanimidade, o pedido de relaxamento da prisão do ex-deputado estadual e ainda presidente do PSD em nosso Estado, José Geraldo Riva, o parlamentar mais processado por corrupção – com provas robustas, segundo o MP – em toda a história de nossa província, conforme registra o noticiário regional e nacional.

Para mostrar o poder de Riva, o salão onde se deu o julgamento ficou lotado, principalmente de jornalistas. Lá estavam, também, é claro, os advogados de Riva que tanto antes quanto depois do julgamento, que marcava a quinta derrota deles na sua tentativa de libertar o ex-poderoso chefão da política de Mato Grosso, insistiam, nas entrevistas, e, ousadamente, mesmo no processo, em falar de “prisão medieval, midiática e pré-condenatória”. (Imagino, data maxima venia, que Riva deve considerar a possibilidade de mudar sua tese de defesa – ou mudar seus advogados. Em time que está ganhando não se mexe, ensina a sabedoria popular. Mas em time que está perdendo…)

É que os desembargadores Rui Ramos, Bassil e Machado, como já aconteceu em ocasiões recentes, refutaram com uma penada as teses repetitivas e já cinco vezes derrotadas dos advogados de Riva e argumentaram que, com o poder que concentrou em suas mãos através dos tempos, Riva deve continuar preso para que fique afastada qualquer possibilidade de que ele possa prejudicar o bom andamento das investigações, já que seu poder dentro da sociedade mato-grossense continua evidente – tanto que elegeu uma filha deputada estadual com muita facilidade, muito recentemente, e quase fez da mulher conselheira do Tribunal de Contas, o que só não aconteceu devido à oportuna reação do Ministério Público, através de uma série de ações. Coubesse a decisão apenas aos caititus de Riva que se mantinham em maioria, então, na Assembleia e a esposa de Riva hoje já seria conselheira, colega no TCE de Antonio Joaquim, Waldir Teis, Valter Albano e outros que tais, como se conclui do farto noticiário acerca do episódio.

Para Riva e suas viúvas, imagino eu, tão doloroso quanto o voto dos desembargadores, foi ouvir o parecer do procurador de Justiça Domimgos Sávio de Arruda que, na sua peroração, chegou a comparar o ex-deputado Riva com dois criminosos de notória periculosidade, João Arcanjo Ribeiro, chamado de Comendador, e Sandro Louco que teria liderado, durante breve período, a facção criminosa Comando Vermelho nos presídios de Cuiabá.

José Geraldo Riva, como se sabe, foi preso no dia 21 de fevereiro, durante a chamada Operação Imperador, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado) que reúne autoridades do Ministério Público, da Policia Civil e da Polícia Militar. O ex-parlamentar é acusado de desviar mais de R$ 62 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa, através de compras simuladas de materiais de escritórios e de papelaria. Garante o MP que, dentro deste esquema que teria montado, Riva acabava ficando com a maior parte do dinheiro movimentado. Por enquanto, só existe a acusação, neste caso, e o processo contra Riva apenas se iniciou. Mas não creio que seja tão midiático e medieval como argumenta a defesa de Riva porque o MP já conseguiu mostrar e documentar a montagem de “empresas fantasmas” para atender o núcleo dirigente da Assembléia em vários outros episódios, objetos de vários outros processos em andamento na Justiça. A repetição, nessa caso, também seria praticada por Riva e se voltaria contra ele.

Outra questão mais dolorosa ainda para o paciente Riva é que ele não é acusado apenas por este possível golpe investigado na chamada Operação Imperador. Os processos contra ele, nas áreas cíveis e criminais, se avolumam, tanto que o desembargador Rondon Bassil chegou a fazer um prognóstico de que o homem forte do PSD, que agora já não goza de privilégio de foro, pode vir a ser condenado, no final de tudo, a mais de 100 anos de cadeia. Bassil falou como se tivesse uma bola de cristal, o que deve ter assustado os mais crédulos adeptos de Riva.

Decididamente, este 17 de março não foi um dia de sorte para quem já foi considerado o político mais poderoso de Mato Grosso, agregando em torno de si lideranças empresarias e comunitárias, como o empresário Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso (que já estaria dando as de Vila Diogo, saltando com mala e cuia para longe de Riva, mirando o colo do PSDB) e o também empresário Paulo Gasparotto, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá. Assim como a ficha corrida de Riva, sua relação de apoiadores é longa, vastíssima. Mesmo perdendo, paulatinamente, a majestade, Riva ainda tem poder e influência. Vamos descobrir até quando.

Fonte Pagina Do Enock


"A impunidade é a matriz e a geratriz de novos e insensatos acontecimentos e o desmoronamento do que ainda resta de bom na alma humana." (Leon Frejda Szklarowsky)




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