segunda-feira, 15 de junho de 2015

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral cobra agilidade no julgamento de Riva


Se o cara é corrupto, essa pessoa também é um assassino. Se de cada 50 mil reais pode morrer uma pessoa, uma pessoa que roubou, igual o Riva, R$ 62 milhões, quantas pessoas não morreram, estão morrendo ou vivendo uma vida miserável por falta desse dinheiro? Então o corrupto é um assassino e lugar de assassino e corrupto é na cadeia 

  

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral cobra agilidade no julgamento de Riva

 

Hiper Notícias


Por: GABRIEL SOARES / DA EDITORIA

 

A prisão preventiva do ex-deputado José Geraldo Riva (PSD) completará quatro meses no próximo domingo (21), mas até agora ainda não houve uma decisão sobre o processo que o levou à carceragem do Centro de Custódia de Cuiabá. Para o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o andamento do caso está lento.

Riva está preso sob suspeita de desviar mais de R$ 62 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa por meio de compras falsas de material de expediente e de escritório entre os anos de 2005 e 2009. Além do ex-deputado, sua esposa Janete Riva (PSD) e outras 13 pessoas foram denunciadas na Operação Imperador.

“Do jeito que está caminhando, daqui a pouco eles vão ser soltos”, avalia Vilson Nery, advogado do MCCE.

Já para Antonio Cavalvanti Filho, o Ceará, presidente do movimento, trata-se de uma questão de moralidade. “É preciso colocar eles na cadeira, para tirar essa sensação da impunidade. A certeza da impunidade é uma das coisas que mais favorece a corrupção, que faz os corruptos pegarem o dinheiro público com toda fome”.

Culpado ou inocente, quem irá definir é a juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá. Mas, além disso, é preciso fazer os envolvidos no caso ressarcirem o dinheiro que, segundo o Ministério Público, foi roubado do contribuinte. Até porque, como lembra Ceará, é no bolso que dói mais.

“Tem que fazer eles ressarcirem o dinheiro público, porque é só assim que eles sentem. Não vê o Pedro Henry, anda por aí com a tornozeleira, não está nem aí. Não tem vergonha. O que dói para eles mais não é tanto a cadeia, mas fazer devolver cada centavo que eles desviaram do dinheiro público”.

E quanto mais tempo passa, maior fica o mar de lama. Na semana que passou, José Riva foi chamado para depor em um processo – que corre em segredo de justiça – a respeito de fraudes que teriam acontecido entre os anos de 1996 e 1998. A questão que fica no imaginário popular é “o que mais teria acontecido entre este caso e o Imperador?”.

Ceará acredita piamente na culpa de Riva, e pontua que o dinheiro supostamente desviado pelo ex-parlamentar representa algumas centenas de mortes pela falta de presença do Estado, por meio de Saúde, Segurança e Educação.

“Se o cara é corrupto, essa pessoa também é um assassino. Se de cada 50 mil reais pode morrer uma pessoa, uma pessoa que roubou, igual o Riva, R$ 62 milhões, quantas pessoas não morreram, estão morrendo ou vivendo uma vida miserável por falta desse dinheiro? Então o corrupto é um assassino e lugar de assassino e corrupto é na cadeia”.

Mais garantista, Nery – o advogado do MCCE – diz que não deseja a prisão nem mesmo para o seu pior inimigo, e nem mesmo para Riva. Só, talvez, para Eder Moraes, que ele considera mais perigoso que o ex-deputado.

"A culpa do Riva é além daquele processo, dos R$ 62 milhões, ela vai muito além disso. Eu não desejo isso para ninguém, e nem para ele, agora ele está lá e não é injusto. Há uma relação de débito dele com a sociedade".

PERSEGUIÇÃO

Durante seu depoimento sobre o caso investigado na Operação Imperador, na quarta-feira (10), Riva disse que é alvo de uma suposta perseguição política e chegou a incluir o nome do procurador Paulo Prado, que teria sido mantido no cargo de procurador-geral do Estado só por tê-lo prendido, supostamente a mando do governador Pedro Taques.


O fato, no entanto, é que a Justiça estava esperando apenas o fim do mandato de deputado estadual, já que, sem o cargo eletivo, Riva volta a ser um cidadão comum aos olhos da lei, sem a tal prerrogativa de foro privilegiado, que emperrou a tramitação dos mais de 100 processos que existem contra o deputado. E até hoje a população segue sem saber se o campeão nacional de processos é culpado ou não.