sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PRISÕES À VISTA: Em depoimentos, servidores culpam chefes de gabinetes por fraudes na AL


Cada gabinete recebia R$ 8 mil por mês para gastos 






GILSON NASSER 
Da Redação 

Ao menos três presos na “Operação Metástase” revelaram aos promotores e delegados do Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) como funcionava o esquema de desvio da verba de suprimentos da Assembleia Legislativa entre os anos de 2011 e 2014. As investigações apontam que as fraudes somam R$ 2 milhões.

Os servidores efetivos Sérvio Miguel Jacob e Agenor Jácomo Clivanti Junior, e o ex-servidor Frank Antônio da Silva, contaram que recebiam ordens de pagamento em seus CPFs (Cadastro de Pessoas Físicas) para manutenção de e custeio de algumas secretarias do poder legislativo. Na sequência, eles efetuavam os saques e repassavam os valores aos chefes de gabinete da presidência ou 1ª secretaria da Assembleia. 

Os servidores contaram que cabia aOS representantes dos gabinetes “comprovar” os gastos pelos quais eles recebiam as ordens de pagamento. “Não eram eles quem apresentavam as notas. Isso já vinha pronto, de uma auditoria. Na prática, eles foram usados por superiores”, declarou ao FOLHAMAX o advogado Avelino Tavares Junior, que responde pela defesa de Sérvio, Agenor e Frank.

O advogado informou ainda que os servidores não tinham contato com nenhum deputado estadual. “Tudo era feito com os chefes de gabinete”, destacou.

Avelino afirmou que não foi firmado nenhum tipo de acordo de delação premiada entre os advogados e o Ministério Público Estadual. “Não teve nenhum acordo. Eles simplesmente prestaram os depoimentos, contando a verdade deles”, colocou.

Após prestarem depoimentos nesta quinta-feira, os três servidores foram liberados para responder ao inquérito em liberdade. Cada deputado tinha direito de receber R$ 8 mil por mês com a VS sendo R$ 4 mil para compras de materiais e outros R$ 4 mil para gastos com pessoas físicas.

DELAÇÕES

os bastidores, são fortes os rumores de que dois servidores do poder legislativo fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público. Eles teriam revelados detalhes e nomes dos reais beneficiados com o esquema.

Além disso, a investigação deve chegar outros gabinetes. Em entrevista na manhã desta quinta-feira, o promotor Roberto Turim explicou que até o momento as investigações estão centralizadas no gabinete da presidência e do ex-deputado José Riva (PSD) devido a documentos apreendidos na “Operação Ararath”, da Polícia Federal. “Só que essa mesma verba de fundos era também de todos os demais gabinetes. Neste ponto a investigação ainda vai andar”, disse.

Turim colocou que servidores de outros gabinetes e até deputados estaduais devem ser convocados a depor. Dados do Tribunal de Contas e da própria Assembleia irão contribuir com a investigação sobre os outros gabinetes.  “Foi pedida ao Ministério Público uma auditoria do TCE e uma auditoria da própria Assembleia Legislativa para verificar quanto foi gasto em cada gabinete desta mesma verba no período”, colocou. 

Fonte Folha Max


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