Cada gabinete recebia R$ 8 mil por mês para gastos
GILSON NASSER
Da Redação
Ao menos três presos na “Operação Metástase” revelaram aos promotores
e delegados do Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) como
funcionava o esquema de desvio da verba de suprimentos da Assembleia
Legislativa entre os anos de 2011 e 2014. As investigações apontam que
as fraudes somam R$ 2 milhões.
Os servidores efetivos Sérvio Miguel Jacob e Agenor Jácomo Clivanti
Junior, e o ex-servidor Frank Antônio da Silva, contaram que recebiam
ordens de pagamento em seus CPFs (Cadastro de Pessoas Físicas) para
manutenção de e custeio de algumas secretarias do poder legislativo. Na
sequência, eles efetuavam os saques e repassavam os valores aos chefes
de gabinete da presidência ou 1ª secretaria da Assembleia.
Os servidores contaram que cabia aOS representantes dos gabinetes
“comprovar” os gastos pelos quais eles recebiam as ordens de pagamento.
“Não eram eles quem apresentavam as notas. Isso já vinha pronto, de uma
auditoria. Na prática, eles foram usados por superiores”, declarou ao FOLHAMAX o advogado Avelino Tavares Junior, que responde pela defesa de Sérvio, Agenor e Frank.
O advogado informou ainda que os servidores não tinham contato com
nenhum deputado estadual. “Tudo era feito com os chefes de gabinete”,
destacou.
Avelino afirmou que não foi firmado nenhum tipo de acordo de delação
premiada entre os advogados e o Ministério Público Estadual. “Não teve
nenhum acordo. Eles simplesmente prestaram os depoimentos, contando a
verdade deles”, colocou.
Após prestarem depoimentos nesta quinta-feira, os três servidores
foram liberados para responder ao inquérito em liberdade. Cada deputado
tinha direito de receber R$ 8 mil por mês com a VS sendo R$ 4 mil para
compras de materiais e outros R$ 4 mil para gastos com pessoas físicas.
DELAÇÕES
os bastidores, são fortes os rumores de que dois servidores do poder
legislativo fecharam acordo de delação premiada com o Ministério
Público. Eles teriam revelados detalhes e nomes dos reais beneficiados
com o esquema.
Além disso, a investigação deve chegar outros gabinetes. Em
entrevista na manhã desta quinta-feira, o promotor Roberto Turim
explicou que até o momento as investigações estão centralizadas no
gabinete da presidência e do ex-deputado José Riva (PSD) devido a
documentos apreendidos na “Operação Ararath”, da Polícia Federal. “Só
que essa mesma verba de fundos era também de todos os demais gabinetes.
Neste ponto a investigação ainda vai andar”, disse.
Turim colocou que servidores de outros gabinetes e até deputados
estaduais devem ser convocados a depor. Dados do Tribunal de Contas e da
própria Assembleia irão contribuir com a investigação sobre os outros
gabinetes. “Foi pedida ao Ministério Público uma auditoria do TCE e uma
auditoria da própria Assembleia Legislativa para verificar quanto foi
gasto em cada gabinete desta mesma verba no período”, colocou.
Fonte Folha Max
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