Extremistas de direita e ratos de igreja, deixem de ser hipócritas. Ao combater ideias de igualdade entre os homens enquanto aproveitam a celebração máxima do cristianismo para se deliciarem com bugigangas e iguarias que o dinheiro pode comprar, sejam cristãos de verdade. Defendam as ideias socialistas pelas quais Jesus Cristo deu a vida.
Por Eduardo Guimarães
É raro encontrar pesquisador histórico que discorde de que Jesus
existiu, mesmo à falta de consenso sobre a precisão dos Evangelhos. Em
um ponto, porém, a maioria dos cientistas históricos concorda: Jesus foi
um pregador judeu que, por suas ideias sobre igualdade, foi considerado
ameaça pelas elites e pelo Império Romano, e condenado a uma execução
lancinante para servir de exemplo a outros revolucionários.
Os acadêmicos construíram vários perfis do Jesus histórico que
geralmente o retratam em um ou mais dos seguintes papéis: o líder de um
movimento apocalíptico, o Messias, um curandeiro carismático, um sábio e
filósofo, um reformista igualitário.
O reformismo pregado por Jesus, suas pregações, levaram os poderosos
de dois milênios atrás a se preocuparem com uma revolução que
pretendesse distribuir riquezas de forma igualitária entre os povos.
Tomemos como exemplo a parábola sobre o jovem rico, episódio da vida
de Jesus que trata da vida eterna e que pode ser encontrado nos três
evangelhos sinópticos: Mateus 19:16-30, Marcos 10:17-31 e Lucas
18:18-30.
Nesse episódio, Jesus prega sobre “Quão dificilmente entrarão no
reino de Deus os que têm riquezas, pois mais fácil é passar um camelo
pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Lucas
18:24-25).
E Jesus expulsando os vendilhões do Templo? Eis um dos eventos do
ministério de Jesus, narrado nos quatro evangelhos canônicos do Novo
Testamento, que não deixa dúvidas sobre a ideologia política do “filho
de Deus”.
Nesse episódio, Jesus e seus discípulos viajam a Jerusalém para a
Pessach (a Páscoa judaica) e, uma vez lá, Ele expulsa os cambistas do
Templo de Jerusalém (o Templo de Herodes ou “Segundo Templo”),
acusando-os de tornar o local sagrado numa cova de atividades
comerciais.
A narrativa ocorre perto do final dos evangelhos sinóticos (em Marcos
11:15-19; Mateus 21:12-17 e Lucas 19:45-48) e perto do início do
Evangelho de João (em João 2:13-16).
Esse é um relato evangélico sobre Jesus utilizando a força física;
sim, Jesus promovia uma revolução socialista, o que o levou a uma morte
horrível, imposta por uma elite que queria deixar bem claro que ideias
sobre igualdade entre os homens não seriam toleradas.
Pregar contra os ricos?
Pregar distribuição de renda?
Pregar igualdade?
Muitas vezes foi feita essa analogia, mas vale revivê-la porque ganha
um significado todo especial neste país em um momento no qual ideias
como as de Jesus Cristo são tratadas pelos impérios de comunicação e por
grupos político-ideológicos quase que como perversões.
Imaginemos, pois, Jesus Cristo caminhando pela avenida Paulista, com
um megafone à mão, pedindo distribuição de renda, igualdade,
fraternidade, solidariedade. Não é difícil imaginar quanto tempo
demoraria até que uma súcia de fanáticos de ultradireita se aglomerasse
em torno Dele e berrasse a principal palavra de ordem do fascismo
contemporâneo tupiniquim: “Vai pra Cuba, petralha!”
É Natal. Em vez de se atirar nos ritos pagãos que ironicamente
usurparam a comemoração do nascimento do maior socialista da história,
molde seu pensamento ao de Jesus Cristo.
Extremistas de direita e ratos de igreja, deixem de ser hipócritas.
Ao combater ideias de igualdade entre os homens enquanto aproveitam a
celebração máxima do cristianismo para se deliciarem com bugigangas e
iguarias que o dinheiro pode comprar, sejam cristãos de verdade.
Defendam as ideias socialistas pelas quais Jesus Cristo deu a vida.
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PS: Feliz Natal a todos e a todas que prestigiaram este Blog em 2015
Fonte Blog da Cidadania
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