terça-feira, 5 de janeiro de 2016

FHC: espião, criador de mitos e paraninfo dos golpistas


O governo FHC foi um fracasso e uma ameaça ao Brasil, o verdadeiro caos foi FHC, foi a política econômica fracassada defendida ainda hoje pelos tucanos. Portanto, em sendo um corrupto ou espião de segunda classe, um “fracasso econômico rotundo” e agora o “paraninfo do golpe” só nos resta propor: por que não se cala FHC? 






Pedro Benedito Maciel Neto

Em entrevista ao programa Manhattan Connection o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a defender o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Ele foi ofensivo e irônico, atitudes que o tornam seguramente o paraninfo do movimento golpista. FHC tem defendido o “vale tudo lacerdista” para derrubar Dilma: "renúncia, retomada da liderança presidencial em novas bases ou, sendo inevitável, impeachment ou nulidade das eleições". 

Mas afinal, quem é FHC? 

Bem, o Jornalista Sebastião Nery afirmou que FHC foi cooptado pela CIA e que tornou-se, financiado pela agência de informação dos EUA, um “propagandista” do american way of life, uma espécie de espião de segunda classe.

Não é exatamente um segredo que após a 2ª. Guerra Mundial a CIA passou a financiar artistas e intelectuais de centro e de esquerda, num esforço de cooptação para afastar esses intelectuais do comunismo e aproximá-los do citado American way of life. Quem afirmou foi Frances Stonor Sauders, no seu livro “Quem pagou a conta? A CIA na Guerra fria da Cultura[1]. Fernando Henrique Cardoso, dentre outros, corrompeu-se e vendeu-se à CIA por um punhado de dólares?

Noutro livro chamado "Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível[2]", da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni há a seguinte narração: "Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o CEBRAP".

Esta história está contada na página 154 do citado livro de Brigitte Hersant e somada à densa pesquisa da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders nos revela que possivelmente o Brasil tenha sido governado por oito anos por um intelectual corrupto, cooptado pela CIA em fevereiro de 1.969, e quem "pagava a conta" de Fernando Henrique e do seu CEBRAP era a CIA, através da Fundação Ford. 

E não se pode esquecer que em dezembro de 1968 a ditadura lançou o AI-5 e jogou o Brasil no máximo do terror do golpe de 64, desde o início financiado, comandado e sustentado pelos interesses dos Estados Unidos. FHC poderia explicar esse paradoxo?

E enquanto centenas de cassações e suspensões de direitos políticos estavam em curso, com prisões lotadas, Fernando Henrique recebeu da poderosa Fundação Ford a primeira parcela de 145 mil dólares para fundar o CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) de um total de quase 1 milhão de dólares à época.

O jornalista Sebastião Nery afirmou que “Os americanos não estavam jogando dinheiro pela janela. Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando sua grana. Com o economista chileno Faletto, Fernando Henrique havia acabado de lançar o livro "Dependência e desenvolvimento na América Latina", no qual FHC e Faletto defendem a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados devem para desenvolver-se manterem-se dependentes, ou alinhados, aos países mais ricos. Como os Estados Unidos.

FHC, cheio da grana, fruto da venda de sua alma, logo se tornou uma "personalidade internacional" e passou a dar "aulas" e fazer "conferências" em universidades norte-americanas e européias. Era "um homem da Fundação Ford", ou melhor, da CIA.

Esse senhor foi Presidente do Brasil: um intelectual corrupto.

Mas não é só. Amigo de FHC, Theotônio Costa, em artigo denominado “Carta Aberta a Fernando Henrique Cardoso” afirmou que FHC foi um fracasso como presidente em todas as áreas de seu governo. O artigo trouxe à reflexão argumentos que me parecem bastante razoáveis e oferece interessantes elementos de reflexão. Ele afirma que FHC é pura ficção, se não fosse  não teria saído do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixou o seu governo com 96% de aprovação. E diz também que o “sucesso do período FHC” é puro mito, recriação da história, muito eloqüente, mas sem substância, portanto na realidade um enorme fracasso.

Foram criados mitos em torno dos chamados êxitos do governo tucano, os quais na verdade, segundo ele, tentam esconder que as premissas teóricas em que baseou a ação política eram equivocadas e contrárias aos interesses nacionais, tanto da população mais carente, quanto aos interesses do setor produtivo.

O primeiro mito: “o governo FHC foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos de FHC”, isso é uma grande mentira, pois os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%, mas a partir de 1994, todas as economias do mundo apresentaram uma queda da inflação para menos de 10%.”.

Segundo o Professor Theotônio também é mentira que a política econômica de FHC teria assegurado a transformação do real numa moeda forte, pois em 1994 o real começou valendo R$ 0,85 por dólar e manteve um valor falso até 1998, mas quando foi flexibilizado o câmbio chegou rapidamente a R$ 4,00 por dólar, muito antes da chamada “ameaça petista”, pois tal desvalorização ocorreu muito antes da consolidação da vitória de Lula. Por isso é uma mentira deslavada afirmar que uma moeda que se desvaloriza 4 vezes em 8 anos pode ser considerada uma moeda forte. E conclui afirmando que o plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o governo FHC. 

Outro mito diz respeito ao governo FHC ser um “exemplo de rigor fiscal”. Outra mentira, pois como um governo que elevou a dívida pública do Brasil de 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares oito anos depois, pode ser um exemplo de rigor fiscal? Se isso é verdade de fato me parece que houve um significativo descontrole fiscal, próximo ao caos.

Mais um mito criado por FHC diz respeito à causa da dificuldade do Brasil pagar sua dívida externa, que seria, segundo o ex-presidente, decorrente da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo de Lula; outra mentira, pois já em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido todas as suas divisas, obrigando a nação a curvar-se frente aos EUA e ao FMI.

FHC também fracassou na tentativa de aumentar as exportações do país para gerar divisas e pagar esta dívida, mas a recusa dos seus neoliberais em promover uma política industrial na qual o Estado apoiasse e orientasse nossas exportações, geraram um endividamento interno colossal.

Outro aspecto diz respeito a inexistência de investimentos públicos durante o governo FHC, apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras.

O governo FHC foi um fracasso e uma ameaça ao Brasil, o verdadeiro caos foi FHC, foi a política econômica fracassada defendida ainda hoje pelos tucanos. 

Portanto, em sendo um corrupto ou espião de segunda classe, um “fracasso econômico rotundo” e agora o “paraninfo do golpe” só nos resta propor: por que não se cala FHC?

Pedro Benedito Maciel Neto, 51, advogado, sócio da MACIEL NETO ADVOCACIA, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007.



[1] Editora Record
[2] Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha

Fonte Brasil 247


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