A questão importante, porém, é outra: será que, depois de ter se exibido por meses a fio como “coxinha furioso”, Aécio vai conseguir apresentar-se como “conservador cordato”, neto de Tancredo?
Pouco provável.
Essa imagem de “coxinha”, colada nele antes mesmo de trocarem o velho termo playboy por este neologismo, ficará grudada, ao que parece, até o fim dos tempos.
Por Fernando Brito
Diz o Estadão que Aécio Neves planeja abandonar a postura de histeria coxinha e se mostrar como alguém “com propostas” para o país.
A razão, ora, é obvia: olho nos votos.
A mudança de atuação do tucano, o
maior representante da oposição no Legislativo, decorre de uma série de
avaliações feitas por aliados e assessores próximos. Desde o segundo
semestre do ano passado, pesquisas mostraram uma queda das intenções de
voto em Aécio em simulações de corrida presidencial e ainda um aumento
de rejeição.
Levantamentos qualitativos internos
identificaram Aécio como um senador que não propunha saídas para superar
a crise. As sondagens também mostraram uma corrosão na imagem do PSDB
pelo apoio às pautas-bomba. Uma delas foi o aval maciço da legenda à
tentativa de derrubar, em setembro, o fator previdenciário, regra de
aposentadoria instituída no governo Fernando Henrique, em 1999, para
diminuir o déficit da Previdência Social.
O curioso é que você só fica sabendo por conta das “internas” do
tucanato, pois nos meios de comunicação a impressão que se tem é que
“Lula morreu” e Aécio apenas “cumpre tabela” para ganhar o título de
Presidente da República.
A questão importante, porém, é outra: será que, depois de ter se
exibido por meses a fio como “coxinha furioso”, Aécio vai conseguir
apresentar-se como “conservador cordato”, neto de Tancredo?
Pouco provável.
Essa imagem de “coxinha”, colada nele antes mesmo de trocarem o velho termo playboy por este neologismo, ficará grudada, ao que parece, até o fim dos tempos.
Até os satélites tucanos do PPS, DEM e o inefável Paulinho da Força
fazem-lhe críticas na mesma matéria por essa reviravolta anunciada. Mas
estes, na hora H, dificilmente romperão a simbiose em que vivem com o
PSDB.
Mas há a horda furiosa que ele ajudou a levantar, não lhe vai dar trégua.
Os três patetas do Antagonista, por exemplo, já abriram fogo: “Ele
(Aécio)perdeu votos porque não se empenhou o bastante no afastamento de
Dilma Rousseff. E o eleitorado desconfia que ele não tenha se empenhado
o bastante por interesse próprio ou por temor da Lava Jato.”.
Parece claro, a esta altura, que teremos um (ou dois) candidatos de
extrema-direita nas próximas eleições: Bolsonaro e, talvez, outro com
menos odor de passado.
Fragrância que, claro, não faltará à ex-ex-novidade Marina Silva, que será candidata diversionista até o final dos tempos.
De qualquer forma, saudemos a anunciada volta de Aécio Neves ao clima
de civilidade política que ele trabalhou o quanto pôde para destruir no
Brasil.
Nem que seja para ver, obrigado, que isso devora até ele mesmo.
Fonte Tijolaço
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