Por Luis Nassif
No início de 2015, quando a base de
apoio à Dilma Rousseff erodiu, iniciou-se imediatamente uma caça ao
petróleo, digna dos pioneiros texanos. Três craques saíram na frente
tentando perfurar o primeiro poço: o presidente da Câmara Eduardo Cunha e
os senadores José Serra e Renan Calheiros.
Serra e Calheiros acabaram se aliando em seus trabalhos pioneiros.
Nas votações de ontem conseguiram a adesão do governo com uma versão muito simples da estratégia do bode na sala.
Consistiu no seguinte.
A Petrobras, de fato, tem problemas
imediatos para manter o ritmo de investimentos no pré-sal. Está com um
alto grau de endividamento agravado pela queda nos preços do petróleo.
Serra apresentou um projeto que tirava
da Petrobras a obrigatoriedade e a preferência de ficar com os 30% de
cada exploração. Teve início às negociações, e a base aliada foi
convencida de que, dando à Petrobras o direito de preferência, tudo
estaria resolvido.
Ou seja, em cada leilão, a Petrobras
terá direito de preferência sobre seus 30%. Só se abrir mão dele, o
leilão será estendido às demais petroleiras.
Resolvido. A Petrobras optará apenas
pelos campos que forem vantajosos e empurrará os demais para outras
petroleiras - como sustentou Serra e outros senadores. Não explicaram
por que petroleiras competentes aceitariam ficar com campos
desinteressantes.
A questão central é que em 2018 haverá
novas eleições presidenciais. E há enorme possibilidade de entrar um
presidente que não tenha o pré-sal em suas prioridades.
Entrando, indicará uma nova diretoria da
Petrobras. Para alijar a Petrobras do pré-sal, bastará a nova diretoria
não exercer nenhum de seus direitos de preferência. Tudo de acordo com o
projeto de lei aprovado ontem no Senado.
Fonte GGN
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