Pelo visto, somos uma republiqueta de banana, e o golpe contra o Brasil, os brasileiros, nossas riquezas e tradições está em curso. Nem precisou de tanques de guerra, bastou para o golpe existir um juiz, um sistema eleitoral corrupto, uma empresa de comunicação que falseia a informação e uma massa desnorteada na Câmara dos Deputados liderados por um corrupto confesso
BANANA'S REPUBLIC
O anglicismo, estrangeirização de termos anglo-saxões com a busca de
equivalente em nossa língua revelando uma submissão ao pensamento
alienígena, nunca foi meu forte, a esse movimento sempre ofereci
resistência. Todavia, diante da adoção da palavra “impeachment” como
vocabulário cotidiano para justificar o golpe em meu país, revejo meu
posicionamento.
Ainda que anglicismo tenha também o significado de idiotia.
O nosso país virou chacota mundial e isso decorre em grande parte de
dois fenômenos que muitas pessoas não dão conta de compreender, e essa
confusão é proposital, provocada pela grande mídia que representa os
interesses da classe dominante; e do capital financeiro que, de quando
em vez, sofre algum revés, e busca tirar o “prejuízo” avançando sobre as
riquezas das nações.
É o caso. A crise financeira mundial é oportunidade para avançar no pré-sal.
E tudo começa com o “fracasso que subiu à cabeça” dos derrotados nas
últimas eleições gerais de 2014, que nunca se sujeitaram à vontade da
maioria da população evidenciada nas urnas, ainda que houvesse uma
grande coalização de partidos políticos no segundo turno da eleição,
regados com muito dinheiro de empreiteiras (inclusive as encrencadas na
operação lava-a-jato), financiadas por multinacionais do agronegócio e
do sistema de comunicação – mesmo assim obtiveram menos votos.
Foi inútil a massiva propaganda dos grandes meios de comunicação, aí
incluídas as redes de televisão e rádio que são concessões públicas –
logo deveriam ser isentas-, e os chamados jornalões.
A esse projeto derrotado aliaram-se alguns agentes públicos do
sistema de justiça (delegados, juízes e procuradores da república) que
foram além de assinarem manifestos em favor de uma candidatura e
formular críticas ácidas para aquele que tinham como “desafeto” durante a
campanha eleitoral. Se utilizaram das prerrogativas do cargo público
para direcionarem operações policiais, buscando pautar a agenda política
e econômica nacional.
O golpe foi dado.
O espetáculo de horror dos deputados federais na votação do domingo
17 de abril de 2016 foi a parte visível do golpe, ninguém ali sabia que
se tratava de votação para receber (ou não) um processo por crime de
responsabilidade. Ainda que a maior parte daqueles homens e mulheres,
uns 300 deputados, sejam réus em ações judiciais, os crimes de são
acusadas são aqueles tipificados no Código Penal – e que dão cadeia.
Diferente do crime de responsabilidade.
Contra a presidenta reeleita Dilma Roussef pesa a acusação de
desobediência ao orçamento de 2014, infração que 10 entre 10 gestores
cometem. E observem os que o mandato eletivo de 2014 se expirou,
portanto não há “causa determinante” para o tal processo e está precluso
o direito de punir.
Mas o fato é que o Brasil virou presa fácil, a abundância de água,
riqueza do nosso solo e do subsolo, principalmente com o petróleo (até
em Mato Grosso a Petrobrás tem projeto de prospecção) chamou a atenção
das “seis irmãs” (companhias petrolíferas).
Em outros espaços do mundo a expropriação de riquezas foi por meio de
guerras, recentemente, entre 1991 e 1995, a Europa foi palco de
conflito opondo separatistas eslovenos, croatas e bósnios a grupos
armados sérvios. Houve “patrocinadores” da guerra em busca do espólio.
No Iraque a justificativa para o massacre de homens, mulheres e
crianças foi a existência de armas de destruição em massa, a invasão
ianque ocorreu, o país foi dizimado, o petróleo apropriado e o Senhor da
Guerra ficou ainda mais rico.
Por aqui, pelo visto, somos uma republiqueta de banana, e o golpe
contra o Brasil, os brasileiros, nossas riquezas e tradições está em
curso. Nem precisou de tanques de guerra, bastou para o golpe existir um
juiz, um sistema eleitoral corrupto, uma empresa de comunicação que
falseia a informação e uma massa desnorteada na Câmara dos Deputados
liderados por um corrupto confesso.
Não vai ter Golpe. Vai ter luta!
Vilson Pedro Nery, advogado em Cuiabá, Especialista em Direito Público e Mestrando em Educação pela UFMT
CONTRA O GOLPE, EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA SOBERANIA NACIONAL, NÃO ACEITAREMOS OUTRO GOVERNO!
CONTRA O GOLPE, EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA SOBERANIA NACIONAL, NÃO ACEITAREMOS OUTRO GOVERNO!
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