sábado, 23 de abril de 2016

Banana’s Republic


Pelo visto, somos uma republiqueta de banana, e o golpe contra o Brasil, os brasileiros, nossas riquezas e tradições está em curso. Nem precisou de tanques de guerra, bastou para o golpe existir um juiz, um sistema eleitoral corrupto, uma empresa de comunicação que falseia a informação e uma massa desnorteada na Câmara dos Deputados liderados por um corrupto confesso 




BANANA'S REPUBLIC

Por Vilson Nery


O anglicismo, estrangeirização de termos anglo-saxões com a busca de equivalente em nossa língua revelando uma submissão ao pensamento alienígena, nunca foi meu forte, a esse movimento sempre ofereci resistência. Todavia, diante da adoção da palavra “impeachment” como vocabulário cotidiano para justificar o golpe em meu país, revejo meu posicionamento.

Ainda que anglicismo tenha também o significado de idiotia.

O nosso país virou chacota mundial e isso decorre em grande parte de dois fenômenos que muitas pessoas não dão conta de compreender, e essa confusão é proposital, provocada pela grande mídia que representa os interesses da classe dominante; e do capital financeiro que, de quando em vez, sofre algum revés, e busca tirar o “prejuízo” avançando sobre as riquezas das nações.

É o caso. A crise financeira mundial é oportunidade para avançar no pré-sal.

E tudo começa com o “fracasso que subiu à cabeça” dos derrotados nas últimas eleições gerais de 2014, que nunca se sujeitaram à vontade da maioria da população evidenciada nas urnas, ainda que houvesse uma grande coalização de partidos políticos no segundo turno da eleição, regados com muito dinheiro de empreiteiras (inclusive as encrencadas na operação lava-a-jato), financiadas por multinacionais do agronegócio e do sistema de comunicação – mesmo assim obtiveram menos votos.

Foi inútil a massiva propaganda dos grandes meios de comunicação, aí incluídas as redes de televisão e rádio que são concessões públicas – logo deveriam ser isentas-, e os chamados jornalões.

A esse projeto derrotado aliaram-se alguns agentes públicos do sistema de justiça (delegados, juízes e procuradores da república) que foram além de assinarem manifestos em favor de uma candidatura e formular críticas ácidas para aquele que tinham como “desafeto” durante a campanha eleitoral. Se utilizaram das prerrogativas do cargo público para direcionarem operações policiais, buscando pautar a agenda política e econômica nacional.

O golpe foi dado.

 
O espetáculo de horror dos deputados federais na votação do domingo 17 de abril de 2016 foi a parte visível do golpe, ninguém ali sabia que se tratava de votação para receber (ou não) um processo por crime de responsabilidade. Ainda que a maior parte daqueles homens e mulheres, uns 300 deputados, sejam réus em ações judiciais, os crimes de são acusadas são aqueles tipificados no Código Penal – e que dão cadeia. Diferente do crime de responsabilidade.

Contra a presidenta reeleita Dilma Roussef pesa a acusação de desobediência ao orçamento de 2014, infração que 10 entre 10 gestores cometem. E observem os que o mandato eletivo de 2014 se expirou, portanto não há “causa determinante” para o tal processo e está precluso o direito de punir.

Mas o fato é que o Brasil virou presa fácil, a abundância de água, riqueza do nosso solo e do subsolo, principalmente com o petróleo (até em Mato Grosso a Petrobrás tem projeto de prospecção) chamou a atenção das “seis irmãs” (companhias petrolíferas).

Em outros espaços do mundo a expropriação de riquezas foi por meio de guerras, recentemente, entre 1991 e 1995, a Europa foi palco de conflito opondo separatistas eslovenos, croatas e bósnios a grupos armados sérvios. Houve “patrocinadores” da guerra em busca do espólio.

No Iraque a justificativa para o massacre de homens, mulheres e crianças foi a existência de armas de destruição em massa, a invasão ianque ocorreu, o país foi dizimado, o petróleo apropriado e o Senhor da Guerra ficou ainda mais rico.

Por aqui, pelo visto, somos uma republiqueta de banana, e o golpe contra o Brasil, os brasileiros, nossas riquezas e tradições está em curso. Nem precisou de tanques de guerra, bastou para o golpe existir um juiz, um sistema eleitoral corrupto, uma empresa de comunicação que falseia a informação e uma massa desnorteada na Câmara dos Deputados liderados por um corrupto confesso.

Não vai ter Golpe. Vai ter luta!

Vilson Pedro Nery, advogado em Cuiabá, Especialista em Direito Público e Mestrando em Educação pela UFMT


CONTRA O GOLPE, EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA SOBERANIA NACIONAL, NÃO ACEITAREMOS OUTRO GOVERNO!




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