quarta-feira, 31 de agosto de 2016

“Canalha, canalha, canalha”: a homenagem de Requião a Aécio fica para a história.


Com a contundência que lhe é peculiar, Roberto Requião foi direto ao coração da besta em seu último pronunciamento no julgamento do impeachment. Canalha! Canalha! Canalha! Requião não se dirigiu nominalmente a ninguém, mas não precisou. No plenário, Aécio Neves, ao lado de Antonio Anastasia, sabia que era para ele. 



Com dureza, dispensando eufemismos e gentilezas, o senador Roberto Requião expôs suas razões finais para condenar o golpe do impeachment, na sessão desta terça-feira (30), no Senado, quinto dia do julgamento da presidente Dilma Rousseff. Repetindo Tancredo Neves que, em março de 1964, chamou o então presidente do Senado Mauro Andrade de canalha, pela cumplicidade com o golpe que derrubou João Goulart, Requião disse que as mesmas palavras coçavam a sua garganta, hoje. 




 Diário do Centro do Mundo

Por Kiko Nogueira


Com a contundência que lhe é peculiar, Roberto Requião foi direto ao coração da besta em seu último pronunciamento no julgamento do impeachment.

“Não pretendo, nesta sessão, moderar a linguagem ou asfixiar o que penso. Não vou reprimir a indignação que me consome. ‘Canalha! Canalha! Canalha!’”, falou.

Requião não se dirigiu nominalmente a ninguém, mas não precisou. No plenário, Aécio Neves, ao lado de Antonio Anastasia, sabia que era para ele. O câmera da TV Senado também. Teve a gentileza de focalizar Aécio mais adiante no discurso, escarrapachado na poltrona, visivelmente desconfortável.

Em 2 de abril de 1964, o avô de Aécio, Tancredo, deu o mesmo grito para Auro de Moura Andrade, que declarou vaga a presidência da República quando João Goulart estava em Porto Alegre (ouça abaixo).

“A Constituição Federal está sendo rasgada e estamos diante de um golpe de Estado”, disse Requião.

“Duvido que um só de nós esteja convencido de que a Presidente Dilma deva ser impedida por ter cometido crimes. Não são as pedaladas ou a tal irresponsabilidade fiscal que a excomungam. O próprio relator da peça acusatória praticou-as à larga, só que lá, em Minas, não havia um providencial e desfrutável Eduardo Cunha nem um centrão querendo sangue, salivando por sinecuras e pixulecos.”

Prosseguiu: “A inocência do relator é a mesma de Moura Andrade, declarando vaga a presidência. Ah!, as palavras de Tancredo coçam-me a garganta. Este Senado está prestes a repetir a ignomínia de março de 64. O que se pretende? Que daqui a alguns anos se declare nula esta sessão, como declaramos nula a sessão que tirou o mandato de Goulart, e peçamos desculpas à filha e aos netos de Dilma?”

Assim como o depoimento de Dilma na farsa do impedimento foi seu ápice, aquele foi o de Roberto Requião. Aécio sai dessa fraude ainda menor do que entrou.

Canalhas. Canalhas. Canalhas.

Fonte Diário do Centro do Mundo



PARTICIPE DESTA CAMPANHA:

"EU NÃO VOTO EM GOLPISTAS"

INDEPENDENTE DA SUA POSIÇÃO POLÍTICA, DEFENDA A DEMOCRACIA. DIGA NÃO AO GOLPE E AOS GOLPISTAS!