sábado, 6 de agosto de 2016

O DELITO DA PROPAGANDA ENGANOSA


Neste artigo, faço um paralelo entre o gasto de R$ 70 milhões que o governo faz, na insana campanha de agredir as trabalhadoras e trabalhadores que buscam seus direitos, inclusive distorcendo o teor de uma decisão judicial da Corte Suprema (STF), e a atuação do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels.
 




Por Antonio Cavalcante Filho 


Tenho me esforçado no sentido de encontrar ações do governador Pedro Taques que tenham sido postas em prática, e que, de alguma forma, tenham beneficiado, ou venham a beneficiar a população mais empobrecida, mas confesso meu retumbante fracasso. Tudo leva a crer que todo o seu legado, e pelo o qual será lembrado para sempre, é o de ter sido um político golpista, um aliado das forças mais conservadoras e atrasadas do país.

Quanto mais procuro algo de bom desse governo, eleito com promessas de “transformação”, inclusive com o meu voto, mais me decepciono, ainda mais quando vejo que a culpa do “estouro” da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita despesas com salários) é dele próprio, que nomeou 5 mil pessoas indiscriminadamente. E, por outro lado, reduziu o ingresso de recursos financeiros no caixa do Tesouro Estadual, vínculo estreito com o apoio dado (retribuído) aos barões do agronegócio, aquele grupo de pessoas bem alimentadas com suas picapes importadas, que se fartam de recursos federais e gozam cada vez mais de isenções de tributos na esfera estadual.

Claro que foram apoiadores da campanha eleitoral, mas “isso não vem ao caso” (mantra tucana!).

Todavia, a mais nova “barbeiragem” da gestão do governador se alinha aos demais escândalos já identificados: desvio de dinheiro na Secretaria de Educação, todo o alto escalão está preso no Centro de Custódia da Capital; fraude no Detran (em Lucas do Rio Verde um aliado, que ganhou cargo em comissão do governador, foi preso); aumento das isenções fiscais; indiscriminada dispensa de licitação em contratos; nebulosa contratação da empresa Consginum (envolvida em esquema policial); contratação de prestadores de serviço na campanha eleitoral como fornecedores do governo; festa de posse do mandato em janeiro de 2015, paga com recursos financeiros sem origem; a construção de um pomposo jardim nas imediações do gabinete imperial, digo do governador... Paro, por aqui, pois a lista é extensa.

Mas a “última” presepada (tomara que fosse, mas não seria a mais recente?) o uso imoderado da mentira na propaganda oficial.

E neste assunto, faço um paralelo entre o gasto de R$ 70 milhões que o governo faz, na insana campanha de agredir as trabalhadoras e trabalhadores que buscam seus direitos, inclusive distorcendo o teor de uma decisão judicial da Corte Suprema (STF), e a atuação do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels.

O alemão Paul Joseph Goebbels foi ministro da Propaganda na Alemanha Nazi entre 1933 e 1945, sendo um dos mais devotos apoiadores de Adolf Hitler. Grande orador e fanático antissemita militante que apoiou o extermínio dos judeus no Holocausto. Formado em Filosofia, aderiu ao Partido Nazi em 1924 e começou a utilizar a propaganda para promover o partido e o seu programa, obtendo um controle absoluto da imprensa, da arte e da informação na Alemanha nazista.

Não é o que se observa em terras tapuias?

Em decorrência de decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, considerando legal a greve dos profissionais da educação, professores e técnicos, representados pelo Sintep, o Governo Taques ingressou no STF com uma medida chamada Reclamação. Argumentou que a decisão do TJ violou decisão da Corte Suprema. Em resposta, o STF se disse incompetente e devolveu os autos ao TJ. Mas não foi isso que o “Ministério da Propaganda” de Taques divulgou.

Em resumo que faço, o governo disse que “O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o reinício das aulas da rede estadual de ensino em Mato Grosso a partir de segunda-feira (1º de agosto). Na decisão, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, acatou uma Reclamação Constitucional ajuizada pela Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) para encerrar a greve dos profissionais da educação”.

O próprio Supremo divulgou em seu portal que “O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, deferiu pedido de tutela antecipada na Reclamação (RCL) 24656 para determinar ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) que imponha ao movimento grevista, deflagrado pelos trabalhadores do ensino público do estado, a observância da garantia constitucional da continuidade de prestação dos serviços públicos”.

Trocando em miúdos, o STF disse que a Lei de Greve deve ser observada. E só.

Em verdade, o teor de algumas peças de comunicação do governo do Estado beira os delitos de propaganda enganosa e abusiva como descreve o Código de Defesa do Consumidor. Diz o CDC que é crime “Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços” (art. 66).

E o Código, que defende inclusive os usuários do serviço público, prevê que “É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor” (art. 37, § 1º, CDC). Abusiva seria a propaganda que seja omissiva quanto a qualidade do produto.

Portanto, a propaganda do governo vem mentindo para a população e se caracteriza como um mau uso dos recursos públicos, próximo do desvio de finalidade, inclusive podendo ser identificada como um ato de improbidade administrativa, como prevê o Art. 11, inciso I, da Lei 8429/92.

Se fosse um “prefeitinho do interior” já estava sob as chibatas do Ministério Público!

O governador “jogou as cordas” no que tange ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ao enterrar nas profundezas das avenidas da FEB em Várzea Grande, e CPA na Capital, uma parte substancial dos custos milionários da obra. São as redes lógicas e elétricas subterrâneas, que, por decisão conjunta com os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande, candidatos ou não à reeleição, mas que precisam “mostrar serviço” em ano eleitoral, estão sendo recapeadas as avenidas principais das cidades, e o VLT literalmente vai sendo enterrado junto com os milhões dos nossos impostos.

Pena que a máquina de propaganda não informe devidamente à população. E que, com relação às greves, cometa improbidades em seus atos de propaganda.


Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas-feiras neste blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News


NÃO VAI TER PERDÃO, TODO GOLPISTA É INIMIGO DA NAÇÃO!




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