terça-feira, 9 de agosto de 2016

Gilmar ultrapassou todos os limites: basta!


Gilmar não age por impulso, age com consciência. Ele é um empreendedor ideológico do fascismo que está se plasmando no sistema jurídico brasileiro.





Por Jeferson Miola

Se fosse preciso descrever as características que um ser humano em hipótese alguma deveria possuir para exercer o cargo de juiz, o modelo irretocável seria Gilmar Mendes.

Gilmar é o exemplar mais perfeito do anti-juiz, do anti-magistrado. Ele é uma enciclopédia do anti-Direito. A Enciclopédia Gilmar do anti-Direito deveria ser de distribuição obrigatória aos estudantes de todas faculdades de Direito do país, ainda na fila de matrícula para o curso.

Gilmar não age por impulso, age com consciência. Ele é um empreendedor ideológico do fascismo que está se plasmando no sistema jurídico brasileiro. Criou sua própria escola, o Instituto do Direito Público, para disseminar sua corrente de pensamento e formar as novas lideranças jurídicas da oligarquia reacionária – Kim Kataguiri, o soturno líder do MBL, cursa Direito nesta igreja.

Gilmar não tem equilíbrio, isenção, imparcialidade e ética para ser funcionário público, quanto menos para ser juiz. E menos condições ainda para ser juiz da mais alta Corte da sétima economia do planeta.

Falta-lhe, sobretudo, o recato e a parcimônia esperada de juízes. E sobram-lhe extravagância e boçalidade. Certa vez seu ex-colega Joaquim Barbosa disse que Gilmar tem capangas no Mato Grosso. É provável que a arrogância tenha sido lapidada nessa experiência de vida.

Gilmar é um militante partidário engajado. É do PSDB, fato conhecido pelas pedras de Brasília. Chegou ao STF menos por méritos jurídicos e mais por identidade e lealdade ideológica. Em 2001, deixou de ser Advogado-Geral do FHC para ser promovido a líder partidário tucano no Supremo.

Ele, incrivelmente, não sofre impeachment por atuar fora-da-lei da Magistratura, por ferir o Código de Ética da Magistratura e por violentar a Constituição, e está sempre em busca dum protagonismo político ainda maior. É o que se observa na compulsão por aparecer, que faz intrometer-se, comicamente, até em assuntos da política externa, como o golpe na Turquia.

Gilmar é um ativista tucano internacionalista. Em março passado, patrocinado pela FIESP, FECOMÉRCIO/R J, CNI, FGV, OAB, FIESP [as entidades sócias do golpe], ele levou seu Instituto a Portugal para promover e divulgar internacionalmente o golpe. Diligente como só ele, é claro que não esqueceu de incluir na programação o Toffoli, o Serra, o Aécio, o Temer.

Gilmar é um sujeito destemido e intimidador [um parêntesis: para entender este traço da sua personalidade, é impossível não evocar outra vez aquele modo de vida mato-grossense, entre capangas e jagunços...]. Ele peita os adversários e assume posições pró-tucanas com um descaramento assombroso. A coleção de feitos pró-PSDB-PMDB-DEM-PTB-PP é tão extensa quanto os feitos anti-PT.

Agora Gilmar foi radical, determinando a abertura de processo para cassar o registro do PT. Essa medida equivale a pedir a proscrição, a extinção do partido. Ele argumenta que “há vários indicativos de que o Partido dos Trabalhadores foi indiretamente financiado pela Petrobrás”, porque recebeu contribuições eleitorais de empresas implicadas na Lava Jato.

Isso é risível e absurdo numa democracia séria, porque é uma indignidade de moleque, de provocador, de conspirador fascista; jamais deveria ser admitida.

Como não conseguem derrotar o PT nas urnas, mesmo com a caçada implacável ao Lula, engendram manobras fascistas nas instituições de Estado – no Poder Judiciário, no MP, na PF – aparelhadas para o extermínio dos adversários, tratados como inimigos que devem ser aniquilados.

Gilmar deveria desvestir a toga e trajar a camiseta tucana que usa por baixo do disfarce jurídico. Que dispute eleições e tente realizar o sonho de entrar na política, o sonho de pertencer, junto com sua corja fascista, à “assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido Eduardo Cunha”, como a imprensa internacional chama a Câmara dos Deputados.

É inconcebível que Gilmar Mendes, juiz sem-votos do STF, continue atuando política e partidariamente, como se fosse detentor de mandato popular. A permanência dele no STF é fator de desestabilização do ambiente político e degradação do Judiciário brasileiro.

Gilmar é um sujeito sem limites e sem freios, que ultrapassa todos os limites toleráveis pela democracia e pela Constituição brasileira. Ele tem de ser demitido do serviço público, a bem do interesse público.

Para não se auto-extinguir, o PT tem de reagir energicamente a mais esta infâmia fascista. O PT tem a responsabilidade de unir as consciências democráticas do país e propor o julgamento do impeachment de Gilmar Mendes pelo Senado da República, nos termos do artigo 52 da Constituição Federal.

A luta contra o golpe é indissociável da luta contra a ameaça fascista e em defesa do Estado Democrático de Direito.




COMEÇOU A CAMPANHA PARA PREFEITOS E VEREADORES. OS CANDIDATOS JÁ ESTÃO RONDANDO OS NOSSOS LARES. QUEM VOTA CONSCIENTE NÃO VOTA EM CANDIDATOS OU EM PARTIDOS QUE APOIARAM O GOLPE CONTRA A DEMOCRACIA. SE SÃO GOLPISTAS, POR FAVOR NÃO PEÇAM O MEU VOTO!





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