domingo, 23 de outubro de 2016

ESTADO DE PUTREFAÇÃO


Diante de flagrante crime eleitoral tão grave, Taques declara sem pestanejar que, “Wilson está passando por uma prova divina”, e Wilson, por sua vez, afirma na cara dura que, “meu irmão agiu com o coração”. É como se Deus tivesse “inspirado” Elias a cometer tamanho crime, e esse, num tom autoritário, chantagista e ameaçador contra os servidores, agisse inocentemente do fundo do coração, na crença de obedecer a “voz de Deus”. Dando a entender que o “pobre Elias”, nesse mal cheiroso episódio, foi tão somente um “instrumento do Divino” 




Por Antonio Cavalcante Filho

Quero dizer com sinceridade que busco incansavelmente horizontes positivos, sinais de que a política estadual vai mudar, recebendo em seus quadros as melhores pessoas da cidade, vocacionadas para defender o interesse público e os princípios constitucionais de uma sociedade justa, humanizada e solidária.

Mas aí vem Pedro Taques agindo em sentido oposto. Infelizmente, o seu tão prometido “Estado de Transformação” vem dia após dia se deteriorando e se convertendo rapidamente em “Estado de Putrefação”, um lugar onde tudo cheira mal, e no qual as práticas políticas e de gestão são visivelmente revestidas de uma espécie de naftalina. Por aqui, até onde a vista e o olfato alcança, tudo traz aquela sensação ruim de “deja vu”, tipo “eu já vi isso antes” e o resultado não foi bom.

Putrefato é palavra que tem origem no latim, com mais de uma vertente de significação. Pode ser “putredo” ou “putrefactio”, o primeiro significa literalmente podre, e putrefactio é putrefação como fenômeno físico de decomposição de matérias. Putrefactio significa podre, mas derivando da palavra putrefacere (estar a deteriorar, estar a desintegrar, estar a apodrecer), que deriva por sua vez de facere (fazer, agir, ser ativo, construir, criar, crescimento, levar adiante) e do sufixo putris (podre, decomposto, fedido), sufixo que por sua vez vem de pus (pus, matéria deteriorada, decomposta, fétida, resultado da falta).

De minha parte é muito triste reconhecer isso, principalmente por ter contribuído com o meu voto para a vitória do Pedro Taques ao Governo de Mato Grosso. Infelizmente são podres e putrefatas as práticas políticas que continuo vendo por aqui numa sequência de anos a fio. E olha que já vivo nessa terra há mais de três décadas.

Lembro que em 2010 a estrutura da Empaer, uma empresa estatal super importante para o pequeno agricultor, aquele que produz o feijão, a farinha e arroz que vêm à nossa mesa, foi rapinada e utilizada na campanha eleitoral.

O Tribunal Regional Eleitoral não puniu. Perdoou. E com o tempo o acusado usurpou ainda mais o poder do voto, que era para bem gerir a coisa pública, e serviu-se do erário à exaustão. A Justiça Eleitoral centra sua atuação nos “pardais”, mas esquece de julgar o “crime da ata” (que gerou um senador biônico, sem votos), e não julga o “refestejo churrasquífero” em um posto de gasolina nas últimas eleições gerais.

Mesmo que tenhamos eleito uma figura para transformar o Estado, creio que a Justiça Eleitoral atuará mais uma vez tal qual Pilatos, mas a sociedade, por meio dos seus cidadãos eleitores, precisa aplicar a sua sentença, é ela que irá punir, ante a ausência de “estado de justiça”. Daí a minha insistência: ali, na cabine indevassável, diante da urna, você é o juiz. O cidadão pode nesse momento, na solidão da sua consciência aplicar a tão desejada justiça. Se os partidos não nos respeitam, se eles não oferecem candidatos que nos representem, não somos obrigados a legitimar com nossos votos os nomes que só a eles interessam. E diante da ausência de alguém que possamos confiar, o voto consciente é o voto nulo.

Veja que a empresa Metamat vem sendo utilizada para interferir criminosamente na campanha eleitoral em Cuiabá através do seu presidente, irmão de um dos candidatos. Mesmo que nenhum dos dois “cândidos” postulantes a prefeito mereçam os nossos votos e muito menos ainda nossos choros, a defesa da probidade e do bom uso da coisa pública, sim! É claro que, infelizmente, um deles será eleito. Porém, com o meu voto consciente, jamais!

O que mais dói do vergonhoso escândalo da Metamat é observar nas “explicações” e desculpas esfarrapadas, tanto por parte do governador da “transformação”, quanto do seu apadrinhado político, que eles não têm o menor respeito com a inteligência dos cidadãos. Diante de flagrante crime eleitoral tão grave, Taques declara sem pestanejar que, “Wilson está passando por uma prova divina”, e Wilson, por sua vez, afirma na cara dura que, “meu irmão agiu com o coração”. É como se Deus tivesse “inspirado” Elias a cometer tamanho crime, e esse, num tom autoritário, chantagista e ameaçador contra os servidores, agisse inocentemente do fundo do coração, na crença de obedecer a “voz de Deus”. Dando a entender que o “pobre Elias”, nesse mal cheiroso episódio, foi tão somente um “instrumento do Divino”.

Isso me lembra o Cunha, que não é apenas “um homem de fé” mais também de “visões”. Jurava ele que não tinha um centavo em contas secretas, no entanto foi descoberto que possuía milhões de dólares até mesmo na conta de “jesus.com”. Mas segundo o pastor Silas Malafaia, o “irmão Eduardo Cunha é a pessoa mais inteligente e honesta do mudo”.

Por ironia, foi criada de afogadilho um programa chamado “Caravana da Transformação” e – à parte as cirurgias oftalmológicas em estrebarias – prometia levar serviços públicos para as cidades interioranas, o que se parecia bom. Mas não se ouviram as críticas, inclusive de que isso (caravana) não estava no Plano Plurianual, que isso se tratava de conduta vedada na seara do Direito Eleitoral, e uma infração contra o orçamento, as chamadas “pedaladas fiscais”.

O mesmo “delito” que Taques imputou a Dilma, como causa de sanção!

Mas as caravanas do governo foram até as cidades incensar os candidatos do establishment, os “bem-criados” do PSDB, partido político do governador, que saiu da eleição de 2016 sem ter vencido em nenhuma cidade pólo, demonstrando que a máquina de propaganda não surte mais efeitos na população. Mesmo assim o governo Taques prometeu gastar uns 70 milhões em propaganda, e essa promessa ele já cumpriu, a tanto que pediu uma suplementação orçamentária na última semana, destinando mais alguns milhões para essa “prioridade” governamental.

Lamentável.

Ao invés de diminuir as secretarias, extinguir cargos comissionados e seus cabides de emprego, trocar peças-chave do governo, designando servidores de carreira para as funções de relevância, pessoas que conhecem a máquina pública e os objetivos da administração, o governador prefere manter figuras decorativas (palavra da moda) que apenas estão empurrando Mato Grosso para um precipício, condenando gerações futuras.

Ainda sem solução a rapinagem de R$ 56 milhões em 16 contratos na Secretaria de Educação. Sem explicação o envolvimento do líder do governo na Assembleia Legislativa no rolo de terras em Itanhangá, assentamento que seria destinado a agricultores que produzem arroz e feijão, mas está a serviço do agronegócio.

Pelo visto não precisa ser adivinho para perceber que o Estado de Putrefação deveria melhorar com urgência as instalações do Anexo I do Presídio Pascoal Ramos, onde a comida é boa, mas as acomodações são péssimas, pois os quartos, além de não serem individuais, não possuem frigobar, não tem banheira com hidromassagem e nem sequer ar condicionado tem. É preciso prevenir, pois logo mais poderá haver superlotação, motins e rebeliões de reeducando de colarinho branco, homens de grifes...

Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News


ELEIÇÃO SEGUNDO TURNO (Cuiabá MT)

EU NÃO VOTO EM GOLPISTAS

PATÉTICO E INCOERENTE É VOTAR NOS CANDIDATOS DOS PARTIDOS QUE DERAM O GOLPE NA DEMOCRACIA. O MEU VOTO NÃO TERÁ PARA OS GOLPISTAS O MESMO VALOR QUE ELES TEM, OU SEJA: NULO! POIS É ASSIM QUE VOU DIZER A TODOS ELES QUE, NENHUM GOLPISTA ME REPRESENTA!
 




Visite a pagina do MCCE-MT