O pastor é um dos alvos da Operação Timóteo da PF, que investiga um esquema de cobranças irregulares de royalties da exploração mineral.
Teria usado contas correntes para lavar dinheiro. Um cheque de 100 mil reais foi depositado por um colega de profissão chamado Michael Abud.
Malafaia tentou se explicar. Tratar-se-ia de uma oferta por ter orado por um empresário em 2013.
Eles
Por Kiko Nogueira
O lúcido Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça, condenou a condução coercitiva de Malafaia.
Para quem defende o estado democrático de direito, diz
Aragão, “não pode haver dois pesos e duas medidas: um abuso contra Silas
Malafaia vale tanto quanto um abuso contra Lula”.
“Ambos, independentemente de suas orientações políticas, têm
o mesmo direito à dignidade, de não serem expostos como troféus pela
meganhagem persecutória e de expressarem com veemência seu protesto”.
O pastor é um dos alvos da Operação Timóteo da PF, que
investiga um esquema de cobranças irregulares de royalties da exploração
mineral.
Teria usado contas correntes para lavar dinheiro. Um cheque
de 100 mil reais foi depositado por um colega de profissão chamado
Michael Abud.
Malafaia tentou se explicar. Tratar-se-ia de uma oferta por ter orado por um empresário em 2013.
Na saída da delegacia, se vitimizou. “Sabe o porquê disso?
Porque, há dez dias atrás, eu falei que sou a favor de uma justiça
independente, forte, mas não absoluta. Retaliação, é isso? Querem
aparecer em cima de mim?”, gritou.
E então Malafaia foi mais Malafaia do que nunca.
“Acho engraçado os esquerdopatas. Quando o Lula foi levado
coercitivamente, eu botei no Twitter. Tem que levar. Agora, são quantas
denúncias contra o Lula? Essa cambada de corrupto e de PT quer me
comparar com isso? É uma afronta. Quem está me denunciando? Quem é que
foi preso e disse que eu recebia dinheiro? Querem comparar?”,
indignou-se, sempre apoplético.
Malafaia poderia sair do episódio com uma reflexão como a de
Aragão sobre os excessos policialescos do Brasil. Prefere, no entanto, a
ignorância e, como de hábito, a insuflação do ódio.
Aragão não está sozinho. Outros juristas progressistas estão
quase se desculpando pelo que ocorreu ao empresário dono da igreja
Vitória em Cristo.
E aí se incorre num equívoco que lembra o republicanismo
torto do PT, que esconde uma espécie de superioridade inconsequente,
esperando uma reciprocidade que nunca aparece.
Para além da explicação rocambólica que deu, absolutamente
difícil de engolir, Malafaia é um monstro normal. Isso jamais deve ser
perdido de vista.
É um dos responsáveis pelo ambiente fascista que tomou conta
das redes e da vida nacional. Ataca sistematicamente gays, LGBTs,
feministas, “abortistas”, comunistas e outros espantalhos.
Prega na televisão há mais de 30 anos. Segundo o colunista Ricardo Feltrin,
recentemente admitiu que, por causa da crise, estava faltando dinheiro
para pagar aluguéis, “fornecedores” (de quê?) e o horário de seu
programa na RedeTV.
Anda implorando por doações para manter sua “obra”, que se baseia, na superfície, na exploração da fé dos humildes.
Berrando contra a corrupção, casou com a escória que tomou o
poder. “Estivemos na posse do novo presidente e fizemos uma oração para
Deus abençoar o Brasil e seu governo”, tuitou ele. Ninguém se alia a
essa escumalha de graça. São feitos do mesmo material.
Que se avie com a Receita e com a Justiça porque Deus já o abandonou faz muito tempo.
Fonte Diário do Centro do Mundo
Saiba mais
MALAFAIA DIZ QUE NÃO É BANDIDO
A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é se esse líder religioso pode ter ’emprestado’ contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência, com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores”, informou a corporação.
O pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em
Cristo, chegou à sede da superintendência da Polícia Federal, em São
Paulo, para depor, por volta das 16h de hoje (16). Ele é um dos alvos da
Operação Timóteo, deflagrada hoje pela PF, que investiga
irregularidades em cobranças de royalties da exploração mineral.
Malafaia foi levado coercitivamente para depor. Antes de prestar o
depoimento, conversou com jornalistas na porta da superintendência e
disse que se apresentou espontaneamente.
O pastor diz ser inocente. Exaltado, confirmou ter recebido um cheque
no valor de R$ 100 mil de um amigo, que também é pastor, depositado
diretamente em sua conta bancária. Ele disse que o valor era uma
“oferta” por ter orado por uma pessoa, em 2011, que agora, descobriu
fazer parte do esquema criminoso. O valor, segundo ele, foi declarado no
Imposto de Renda.
“Em 2013, eu recebi em meu escritório o pastor Michael Abud, meu
amigo há mais de 20 anos, sobre um membro da igreja dele, que é
empresário, para me dar uma oferta pessoal. Ele me deu uma oferta de R$
100 mil depositado na minha conta, declarado no Imposto de Renda”,
disse.
Ao ser indagado sobre o depósito ter sido em sua conta pessoal, e não
na da Igreja, Malafaia respondeu que “é muito fácil” fazer essa
diferenciação. “Recebo oferta, como vários pastores. Eu fui na igreja
desse pastor Abud, que é meu amigo, em 2011. ‘Ore aqui por um empresário
que está envolvido em negócios’. Eu orei por ele. Em 2013, o Michael
Abud me liga e diz: ‘Silas, sabe aquele empresário por quem você orou?
Ele quer fazer uma oferta pessoal. Eu não recebi oferta só de R$ 100 mil
não. Recebo ofertas até maiores e declaro no Imposto de Renda. Não tem
nada escondido, não tem nada oculto. A diferença é que as pessoas dão
oferta ou para o pastor ou para a instituição. Muito mais na instituição
do que para o pastor”, disse.
O pastor disse que recebe cheques de altos valores para a igreja e,
também, pessoalmente. Valores, de acordo com ele, muitas vezes superior a
R$ 100 mil, chegando a R$ 5 milhões.
Malafaia reclamou de ter sido convocado para prestar esclarecimentos
hoje. “Não sou bandido, não estou envolvido com corrupção, não sou
ladrão. Estou indignado. Que Estado de Direito é esse? Sabe o porquê
disso? Porque, há dez dias atrás, eu falei que sou a favor de uma
justiça independente, forte, mas não absoluta. Retaliação, é isso?
Querem aparecer em cima de mim?”, falou em tom alto. “Essa é uma
tentativa de denegrir, e tem interesses pessoais, porque eu me
posiciono, porque eu me coloco. Isso é uma safadeza, uma molecagem.
Estou desafiando a provar que estou envolvido com esses canalhas. Metam
eles na cadeia”, disse.
Segundo ele, é impossível saber se as pessoas que depositam dinheiro
ou fazem doações são criminosos. “Amanhã, um vagabundo qualquer, um
bandido qualquer, um traficante qualquer, um canalha qualquer deposita
um cheque na minha ou qualquer igreja. E o cara é descoberto. Quer dizer
que o pastor é bandido?.”
Twitter
Sobre o fato de, há alguns meses, ter se posicionado no Twitter a
favor das conduções coercitivas, principalmente no caso do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o pastor Malafaia disse que agora é
diferente. “Acho engraçado os esquerdopatas. Quando o Lula foi levado
coercitivamente, eu botei no Twitter. Tem que levar. Agora, são quantas
denúncias contra o Lula? Essa cambada de corrupto e de PT quer me
comparar com isso? É uma afronta. Quem está me denunciando? Quem é que
foi preso e disse que eu recebia dinheiro? Querem comparar? Tem que ter
lógica, gente”, afirmou.
Operação Timotéo
A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Timóteo, com ações em 11
estados e no Distrito Federal. Estão sendo realizadas buscas e
apreensões em 52 endereços relacionados a uma organização criminosa
investigada por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties
da exploração mineral.
“Entre uns dos investigados por esse apoio na lavagem do dinheiro
está uma liderança religiosa, que recebeu valores do principal
escritório de advocacia responsável pelo esquema. A suspeita a ser
esclarecida pelos policiais é se esse líder religioso pode ter
’emprestado’ contas correntes de uma instituição religiosa sob sua
influência, com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores”,
informou a corporação.
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