Mas é uma volta para restaurar a Democracia, submeter ao voto popular as
alterações que os golpistas fizeram nas leis e na Constituição nesses
dias inglórios. E para a convocação de uma Constituinte em tempo
razoável para que as pessoas sejam esclarecidas das mudanças que devem
ser feitas para chegarmos ao modelo de país que queremos.
Por Vilson Nery
O nosso país mergulhou numa crise
política – primeiramente -, e depois constitucional, a partir do
fechamento das urnas na eleição presidencial de 2014, quando alguns
moralmente lesados, não suportando a derrota eleitoral e política,
passaram a atacar a Democracia com todas as armas, em busca de desgastar
o governo e provocar a queda da presidenta eleita por 54 milhões de
brasileiros.
E com isso, desde meados de 2016 o golpe
se consolidou, a presidenta eleita foi afastada pelo voto de diversos
congressistas réus em processos penais sob as mais diversas acusações, e
desde então se iniciou uma agenda que penaliza a sociedade, paralisa o
país, e lança gerações de brasileiros em uma angustiosa agonia em saber
qual o próximo direito a ser dilapidado.
Por isso não é tarde pedir: volta Dilma!
É claro que o mundo sofre uma crise
capitalista, e a política brasileira vinha sabendo enfrentar a situação e
mitigar os efeitos diante do cidadão comum, justo aquele que mais
necessita de política pública. Direitos veiculados por programas
inclusivos como o Minha casa Minha Vida, Pronatec, Bolsa Família,
Pronaf, Prouni, Fies, mais Médicos, entre outros, criavam uma ambiente
em que os efeitos da crise internacional não seriam “de todo doídos”.
Mas uma elite não se conformava com a
inclusão de pessoas, antes excluídas das políticas estatais, e reforçada
por uma campanha midiática e política, sustentada por um sistema de
monopólio de comunicação que convence a opinião pública a defender o
interesse dos poderosos, se concluiu um processo de impeachment sem
crime. Em outras palavras, o Golpe.
Só que passados seis meses o país
entrou numa enorme recessão e nem o mais otimista integrante do MBL, o
falso movimento liberal que pediu o “Fora Dilma”, (liberal, mas que não
consegue viver sem uma verba pública), consegue admitir que chegaram a
um bom termo com o governo Temer/PSDB. Um bando de homens brancos, ricos
e velhos, está liderando uma ruptura de direitos sociais nunca antes
vista.
Os nomes dos “novos gestores” aparecem em toda delação premiada da Lava
Jato, diferente de Dilma Roussef, não mencionada por ninguém como pessoa
ligada a malfeitos.
Querem acabar com a aposentadoria,
impondo obrigação de que a pessoa contribua por 50 anos para ter acesso a
um direito social que é garantido pela Constituição Federal, e que
também é princípio da dignidade da pessoa humana.
Cerca de 8 milhões de pessoas que
viajaram de avião até 2015 abandonaram os aeroportos, e isso demonstra
um rápido processo de empobrecimento da população brasileira. Em seis
meses os golpistas estão criando uma legião de desempregados que chega a
22 milhões de almas neste mês de dezembro de 2016.
Volta Dilma.
Mas é uma volta para restaurar a
Democracia, submeter ao voto popular as alterações que os golpistas
fizeram nas leis e na Constituição nesses dias inglórios. E para a
convocação de uma Constituinte em tempo razoável para que as pessoas
sejam esclarecidas das mudanças que devem ser feitas para chegarmos ao
modelo de país que queremos.
Pelo fim dos privilégios, mudança
radical em partidos, no sistema de justiça e a eliminação das
remunerações absurdas de alguns “iluminados”. Pela ampliação dos
direitos à escola, à saúde e por uma política de geração de empregos,
distribuição de renda e fim da mercantilização da previdência e para que
acabe de uma vez a farra fiscal.
Na atualidade cerca de 42% do orçamento
da União é destinado para o pagamento de juros, e esse almoço aos
abutres tem que acabar de uma vez; os golpistas estão destinando cerca
de R$ 100 bilhões de reais para as empresas de telefonia, o que
contraria o aperto que é imposto a toda a sociedade. Os trilhões de
reais sonegados demonstram que neste sistema os ricos vão ficar ainda
mais ricos, e a ideia de tributar as grandes fortunas, o sistema
financeiro, e não quem produz, não agrada aos golpistas.
Por tudo isso, volta Dilma!
Vilson Pedro Nery, advogado em Cuiabá
Fonte Fatos&Notícias
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