Um sincero arrependimento sobre os erros e “barcos furados” é
recomendável e faz bem, a correção de rumos muito mais ainda, isso,
porque existe espaços para a restauração da democracia que nos foi
roubada. Já tenho visto cidadãos comuns, que se vestiram de verde e
amarelo, que produziram vídeos no Youtube e reproduziram os discursos
dos Bolsonaros e nazi-doidos, admitindo que perderam. É como diz um
ditado: “Errar é humano”, mas permanecer nesse erro, mais do que
burrice, é uma cretinice diabólica.
Por Antonio Cavalcante Filho
Percebo que os coxinhas e os mentores do golpe contra a democracia
entraram em parafuso porque a combinação não funcionou, o produto
“vendido” não pode ser entregue. Cassaram o mandado de uma mulher eleita
de modo legítimo, colocaram uma quadrilha no poder, cuja primeira
iniciativa foi desarticular a CGU (Controladoria Geral da União), órgão
que investigava e punia a corrupção.
Um dos objetivos do golpe era entregar o Brasil e suas riquezas para
os ianques, mas com a eleição do bobalhão do Donald Trump para a
presidência dos Estados Unidos, os golpistas não sabem o que fazer. E o
país caminha para o buraco em ritmo acelerado.
Mato Grosso também é vítima, inclusive porque Pedro Taques se orgulha
de apoiar os golpistas Aécio Neves e Michel Temer desde sempre, o que é
um absurdo, alguém se autoproclamar “legalista”, “moderno” e apoiar
políticas ultraconservadoras que acreditávamos já superadas em nosso
país, principalmente os golpes.
Trago o título da obra do filósofo e sociólogo polonês Zygmunt
Bauman, que nos deixou na última semana, para discorrer sobre as
tendências que vejo para este ano de 2017, em relação à administração do
poder Executivo de Mato Grosso, sob a batuta de Pedro Taques, que desde
o início do seu mandato (mesmo que na campanha tenha se apresentado
como o “novo”), já apontava que uma onda conservadora que se abateria
sobre o nosso Estado. E, assim, o que era para ser o “novo”, de repente
se fez tão velho, retrógrado e antiquado que até mesmo práticas que
imaginávamos há muito terem sido extintas, venham agora ressuscitar, tal
qual um “Retorno das Múmias”.
No livro a que me refiro, no título Bauman entendia que a
“Modernidade Líquida” compreende um período de intensa mudança na
humanidade, tudo que era sólido se liquidificou. De acordo com o
conceito, segundo o autor, “nossos acordos agora são temporários,
passageiros, válidos apenas até novo aviso”.
É a visão pessimista que tenho do governo estadual, diante do acúmulo
histórico destes dois anos de mandato de Taques, somadas as trapalhadas
de alguns assessores, a maluquice de outros, a incompetência de muitos
deles, e a desonestidade dos que estão presos (e de outros que deverão
conhecer o xilindró muito em breve). Isso se o promotor e a juíza
deixarem de absolver uns por antecipação!
Veja bem.
Na campanha eleitoral, o atual governador falava com críticas ácidas
sobre os tais excessos de arrecadação e o envio de recursos financeiros
extraordinários para a Assembleia Legislativa, mas isso não mudou nada
com a “nova direção”. Os deputados continuam recebendo mimos
representados por repasses polpudos, que aumentam conforme são
necessários mais votos para os projetos que ele pretende aprovar. Nem
sempre esses projetos são os melhores para os trabalhadores, e menos
ainda para Mato Grosso.
E, para piorar, Taques dá os mesmos “excessos de arrecadação” (que é
muita grana) para o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas e para
algumas empresas de comunicação. Estas levam R$ 70 milhões, quase o
dobro dos R$ 40 milhões que Silval repassava.
Com relação à secretaria de Educação, ressalvado que ainda não se
puniu o rombo criado por uma quadrilha que ali se instalou para dar
vazão aos interesses do PSDB em custear a campanha eleitoral, num caixa 2
que o Tribunal Eleitoral finge que não sabe, é boa a notícia de que
será aberto concurso público para a área de técnicos e professores. Mas é
estranho existirem 15 mil contratados e o concurso só oferecer umas 3
mil vagas, o que pode significar que está se “jogando pra torcida”, uma
simulação de que se deseja fazer a coisa certa, quando na verdade não
existe uma réstia sequer de boa intenção.
O Detran é um caso à parte, uma autarquia que já foi referência em
bom atendimento e qualidade na prestação de seus serviços, em matéria de
tecnologia e era motivo de orgulho para o nosso povo. Imaginando que
era boa ideia colocar um delegado de Polícia na gestão daquele órgão, e
que tudo iria melhorar da noite para o dia, decidiu Taques estender os
poderes da Delegacia Fazendária ao Departamento de Trânsito, e essa
burrada penaliza a sociedade todos os dias.
Delegado de Polícia é competente para fazer gestão de inquérito
policial onde há a supremacia estatal, o poder de requisitar, enfim, não
se trata de um produto que requeira as habilidades de um administrador
(que trata com gentes, servidores e usuários do serviço público).
Portanto, delegado de Polícia não é gestor e isso explica porque houve o
fechamento de diversas unidades de atendimento descentralizadas, em que
os serviços de vistoria, emplacamento de veículos e outros, eram
prestados para a sociedade.
Na época o sindicato dos servidores do Detran protestou contra as
medidas, e pediu inclusive um concurso público e a nomeação e servidores
comprometidos com o serviço. Em troca disso seus dirigentes sofreram
perseguição do governador. A bem da verdade, o ex-governador que está
“de férias” no presídio também tinha o sindicato como desafeto, quando
este denunciava as irregularidades e pedia respeito aos trabalhadores e
aos contribuintes.
Há coisas que “não Consignum” entender.
Por que a pessoa compra um veículo financiado e precisa pagar uma
taxa de R$ 120 reais para registrar um tal gravame. Esse dinheiro é
embolsado por uma empresa particular, mas quase nada fica com o Estado? O
processo de registro de gravame (financiamento) é simples, basta
digitar nos computadores do Detran e isso poderia ser feito por
servidores do órgão.
Mas a burocracia é tanta que até mesmo uma assinatura em documento
feita diante do servidor do Detran e, no interior do órgão, precisa ser
levada a reconhecimento de cartórios extrajudiciais. Há documentos que
são produzidos pelo Detran, que estão na base de dados do órgão, que o
contribuinte precisa autenticar, se não o processo não anda.
Por que isso, “seo” Taques?
Paro por aqui a análise de setores emperrados da gestão Taques, e
continuo em outro momento, porque o acervo de erros é grande e todo dia é
ampliado.
Gestão se faz com competência, amor à causa e conhecimento. Nomear
amigos, pessoas investigadas por improbidade, políticos sem qualquer
preparo, não irá em nada melhorar a imagem de Taques perante a
sociedade. Nem que gaste mais R$ 70 milhões com pagamento pela “limpeza”
por meio de propaganda.
O fim dos penduricalhos do tipo dos gabinetes extraordinários, cessar
a distribuição de cargos de chefia a políticos e partidos, é uma medida
que se espera. A taxação do agronegócio é outra decisão que precisa ser
tomada, custe o que custar. São bilhões que escapam dos cofres todos os
anos com a farra fiscal (isenções, incentivos fiscais etc.).
Fecho com uma frase de Bauman, sobre as políticas de distribuição de
renda no Brasil concedida ao jornalista Alberto Dines, em 2015: “Vocês
estão no caminho certo e eu espero de todo o meu coração que vocês
cheguem lá. Eu apenas direi que os representantes de 66 governos do
mundo vieram para o Rio de Janeiro para se consultarem, para aprenderem
sobre a experiência de retirar 22 milhões de pessoas da pobreza. Ninguém
mais repetiu esse milagre, só o Brasil. Desejo que continuem isso, mas
também agora algumas deficiências estão vindo à tona”.
Mesmo tantas vezes atacados por Pedro Taques, em razão do seu apoio
ao golpe e a Aécio Neves, não há dúvidas de que os governos Lula/Dilma
fizeram muitas coisas boas para o Brasil e seu povo, que agora,
paulatinamente, vem sendo destruídas pelo que há de pior na politicalha
brasileira. Mas o excesso de incompetência, a falta de preparo e a
carência de vergonha na cara dos golpistas já começam a ser demonstradas
à luz do dia.
Um sincero arrependimento sobre os erros e “barcos furados” é
recomendável e faz bem, a correção de rumos muito mais ainda, isso,
porque existe espaços para a restauração da democracia que nos foi
roubada. Já tenho visto cidadãos comuns, que se vestiram de verde e
amarelo, que produziram vídeos no Youtube e reproduziram os discursos
dos Bolsonaros e nazi-doidos, admitindo que perderam. É como diz um
ditado: “Errar é humano”, mas permanecer nesse erro, mais do que
burrice, é uma cretinice diabólica.
Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
A VERDADE É ESTA:
Os coxinhas paneleiros encolerizados e
analfabetos políticos, que bradavam o "Fora Dilma", estavam cagando e
andando contra a corrupção. No fundo dos seus cérebros vazios de
conhecimento e de solidariedade, o que sentiam na realidade, era ódio
contra a inclusão social.
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