Curioso que, agora, ninguém se lembre da teoria do domínio do fato. Como dizia Jucá, Michel é Cunha — que é também Geddel, que é Assis Filho, que é Padilha, que é o golpe.
Em breve, estarão todos juntos novamente, mas numa cadeia.
Eles
Por Kiko Nogueira
O silêncio de Michel Temer diante do novo escândalo
envolvendo dois de seus antigos homens fortes, Eduardo Cunha e Geddel
Vieira Lima, é ensurdecedor.
Temer, o bom e velho covarde com quem nos acostumamos, manter-se-á calado porque tem as mãos sujas. Até quando é que são elas.
Num vídeo que viralizou, MT aparecia num culto da Assembleia
de Deus confessando que as tarefas difíceis ele entregava para Cunha. A
produtiva amizade culminou no impeachment. Hoje Cunha é uma ameaça
porque sabe de tudo.
A operação Cui Bono (“Quem se beneficia”, em latim) da PF
colocou Geddel como membro de uma “organização criminosa”. No posto de
vice-presidente da Caixa, liberava empréstimos para empresas. Na
sequencia, Cunha chegava para cobrar propina ou “doação” para o PMDB.
O nível da coisa fica explícito nas trocas de mensagens de
um celular apreendido na Residência Oficial da Câmara. Questionado por
Eduardo sobre uma movimentação envolvendo a J&F, Geddel responde:
— Ta resolvido Ta na pauta do CD de terça Vc tá pensando que eu sou esses Ministros q vc indicou? Abs.
Cunha devolve com o proverbial “rsrsrs”.
Geddel foi indicado para o cargo por Michel Temer, então
vice decorativo e bastante ativo nas sombras, e presidente nacional do
partido. De acordo com uma matéria do Globo de 2011, a indicação “foi
acertada com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci”.
Temer e Geddel se conhecem há 23 anos. A proximidade ficou
evidente na pressão que Michel exerceu sobre Calero no episódio do
edifício La Vue e na subsequente tentativa de segurar Geddel quando o
escândalo estourou.
É assim que esse pessoal opera. Está tudo em casa. Veja o
caso do novo secretário nacional de juventude, Francisco de Assis Costa
Filho.
Substituto de Bruno Júlio, o indigente mental que defendeu
mais chacinas em presídios, Assis Filho, do PMDB do Maranhão, teve os
bens bloqueados num processo por enriquecimento ilícito e improbidade
administrativa.
Ninguém olhou? Havia alternativa de um sujeito ficha limpa?
Provavelmente, não.
Curioso que, agora, ninguém se lembre da teoria do domínio
do fato. Como dizia Jucá, Michel é Cunha — que é também Geddel, que é
Assis Filho, que é Padilha, que é o golpe.
Em breve, estarão todos juntos novamente, mas numa cadeia.
https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante
Visite a pagina do MCCE-MT
www.mcce-mt.org
Visite a pagina do MCCE-MT
www.mcce-mt.org