domingo, 19 de fevereiro de 2017

MIDIOTA


Existe o midiota ativo e o midiota passivo. Este último recebe informações de programas televisivos “boca de lixo”, que repetem jargões discriminatórios e que atacam as minorias (índios, negros, sem-terra, estrangeiros, etc.). Se não eram apenas midiotas, ativos ou passivos, os “anticorruptos” de verde e amarelo, que antes batiam panelas contra o governo Dilma, se hoje os mesmos se calam contra os acusados do governo Temer? Isso prova que os coxinhas são tão somente analfabetos políticos, pessoas carentes de inteligência, de discernimento, que são apenas tolos, ignorantes, estúpidos; em suma: midiota.



Por Antonio Cavalcante Filho 




A língua é um dos exemplos de que as mudanças ocorrem em nossa vida o tempo todo. As transformações acontecem e são vistas nas paisagens das ruas, nos prédios de grandes instituições, na linguagem dos sermões religiosos, nas palestras dos cientistas, nos discursos dos políticos e advogados...

Para o filósofo estadunidense, Daniel Cloud, pode-se entender a linguagem humana como os nossos cachorros e gatos, pois do mesmo modo que domesticamos os animais e selecionamos suas características para que se tornem bichos de estimação, escolhemos as palavras para que as línguas sejam exatamente o que queremos.

Na França, existem centenas de queijos, das mais variadas cores, diferentes sabores, misturas de produtos em sua formação, mas todas essas variedades de alimentos têm uma mesma qualidade: são conhecidas como queijo. Daniel Cloud entende que os conceitos do naturalista britânico, Charles Darwin (1809-1892), governam a origem e desenvolvimento de nossa linguagem, e a palavra (escrita e falada) se revela em mais uma ferramenta que nos ajuda a ter sucesso no ambiente em que vivemos.

Há alguns anos, quando percorria alguns Estados do Brasil, junto com militantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), e diversas cidades aqui de Mato Grosso, na busca de assinaturas para subscrever projeto e propor a Lei da Ficha-Limpa, me deparei com um fenômeno. O fato de a sociedade desejar candidato Ficha Limpa estava levando as raposas da politicalha a criarem formas de se manterem no poder por meio de interpostas pessoas (candidatos laranjas).

Era o caso do ex-tudo na política (senador, governador, prefeito) que, desgastado por escândalos e pelos processos judiciais que vinham trazendo condenação, resolve lançar a esposa (recatada e do lar) para sucessão na política. E consegue. Tal como o outro coronel, acossado por centenas de processos, de acusações das mais diversas, de “maus tratos” com a coisa pública. Emparedado, resolve lançar o genro e a filha para darem sequência ao reinado.

A esses “sucessores” de políticos ficha-suja, a esposa, o genro e a filha, dei classificações de ficha-encardida, ficha mal-lavada e ficha-desbotada, porque poderiam até não ter uma condenação a que lhe impedissem o registro de candidatos, mas também não eram ficha-limpa. Muitos perguntavam o que era o ficha-encardida, o mal-lavada, ou o desbotada, e eu explicava os conceitos, com prazer. Os eleitores entenderam, alguns herdeiros de ficha-suja foram expurgados da política, por falta de votos e abundância de consciência política da cidadania, mas outros ainda foram exitosos, prova de que precisamos evoluir muito.

Ultimamente, venho usando um termo que não é meu, mas que ajudo a popularizar, porque acredito ser pertinente para a época em que vivemos, mas o faço harmonizando com as teorias darwinianas, buscando melhorar a significação e a ressignificação do termo atualíssimo do pós-verdade: midiota.

É a corruptela de dois signos: mídia e idiota.

Segundo especialistas, a mídia é constituída pela indústria de comunicação, os profissionais interligados a ela, os sistemas de transmissão de rádio e televisão, jornais e revistas, internet, e outros canais de comunicação menos tradicionais (redes sociais).

Já a palavra “idiota” dispensa maiores apresentações. Trata-se de adjetivo e substantivo de dois gêneros, e de acordo com os dicionários é a pessoa que carece de inteligência, de discernimento; em suma: tolo, ignorante, estúpido. E pasmem: pode ser uma pessoa pretensiosa, vaidosa, tola.

O midiota é aquela pessoa que busca se informar pelos mesmos meios de comunicação de sempre, mídia tradicional, em que as opiniões e os editoriais geralmente defendem o interesse dos poderosos, da plutocracia e do sistema escravagista. O midiota não varia suas fontes, não lê livros, não busca formar a sua opinião após ler e ouvir os argumentos diversificados, costuma repetir o que diz o seu pastor sem quaisquer questionamentos. Por vezes, repete valores cristãos, mas jamais oferece auxílio a um drogadito, acha que as mulheres devem receber salários inferiores, e acredita ser “normal” que uma pessoa gaste no restaurante, no almoço, o que o garçom recebe em um mês de salário.

O grande defensor do status quo é exatamente o midiota.

Existe o midiota ativo e o midiota passivo. Este último recebe informações de programas televisivos “boca de lixo”, que repetem jargões discriminatórios e que atacam as minorias (índios, negros, sem-terra, estrangeiros, etc.). Detesta a pessoa que não é de sua religião, e nem reconhece aquela que faz a opção de não professar nenhuma igreja. Em resumo, o midiota passivo é aquele que recebe a “doutrina” feita por pessoas desqualificadas, assume como verdade, e as defende com unhas e dentes. Vários destes vibraram com a queda da presidenta Dilma, por suposta irregularidade na gestão, e agora se veem acuados com um governo golpista que solapa os direitos sociais todos os dias.

O midiota ativo é um capítulo à parte.

Para entendê-lo (e tentar explicar sua existência), recordo-me de um jornalista que trabalha em diversas mídias tradicionais, o qual eu costumava ler, ainda que em tom crítico. Numa tarde de domingo, ele publica em rede social que estava muito bravo com o Programa do Faustão (Rede Globo) pelas “atrações” que apresentava naquele dia.

Perguntei-me: eu leio esse cara? Ele escreve para jornais, as pessoas o reproduzem? Mas ele usa o tempo livre para ver esse tipo de lixo na televisão? Será que ele não tem melhores opções, tais como namorar, brincar com filhos, sobrinhos, jogar futebol, ler um livro, ou tomar uma “breja”? Será que se abebera desse lixo de informação para escrever seus textos?

Esse é o perfeito midiota ativo. O que é mal-formado (intelectual e moralmente), e tal qual um “capitão do mato” usa seus textos e falas para ampliar a discriminação contra empobrecidos e populações vulneráveis. Suas “fontes” são mídias do tipo Globo, Veja, Estadão, Folha e outras “vendedoras de opinião”. É desse jeito que se cria um midiota ativo, e que dissemina informações para criar midiotas passivos.

Se não eram apenas midiotas, ativos ou passivos, os “anticorruptos” de verde e amarelo, que antes batiam panelas contra o governo Dilma, se hoje os mesmos se calam contra os acusados do governo Temer? Se não são midiotas, por que não fazem panelaço e passeatas com bonecos infláveis vestidos de presidiários para combater a pobreza, as desigualdades sociais, os cortes de recursos para saúde, educação, contra a entrega das nossas riquezas às multinacionais e contra o roubo de direitos dos trabalhadores? Isso prova que os coxinhas são tão somente analfabetos políticos, pessoas carentes de inteligência, de discernimento, que são apenas tolos, ignorantes, estúpidos; em suma: midiota.

É triste, mas é assim!

Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News 


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Teste de Inteligência para midiotas. Se você se acha muito inteligente e que a sua capacidade de raciocínio está acima da média dos coxinhas, então tente resolver esse teste de conhecimentos .