Ao menos 13 políticos da lista de Edson Fachin foram às ruas "contra a corrupção", em defesa da "ética e da moralidade". Eles respondem inquéritos por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Considerando apenas a lista de Fachin, que foi
baseada em delações de ex-executivos da Odebrecht, os políticos mais
citados são Aécio Neves (PSDB) e Romero Jucá (PMDB), com 5 inquéritos
cada um.
13 nomes da lista de Fachin saíram às ruas ‘contra a corrupção na política’. Eles são acusados de receber milhões ilegalmente
Pragmatismo Político
Os desdobramentos da Operação Lava
Jato, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2014, aumentaram o
número de figurões da política nacional encrencados com a Justiça.
Passados mais de dois anos desde a divulgação da
primeira lista, quando 50 políticos foram mencionados em depoimentos,
praticamente dobrou a lista de congressistas que, segundo
investigadores, beneficiaram-se de esquemas de corrupção com
empreiteiras e na Petrobras.
Nesta semana, o ministro relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, divulgou os nomes dos 108 acusados que responderão a inquérito por corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Considerando apenas a lista de Fachin, que foi
baseada em delações de ex-executivos da Odebrecht, os políticos mais
citados são Aécio Neves (PSDB) e Romero Jucá (PMDB), com 5 inquéritos
cada um.
Um breve levantamento divulgado pelo portal UOL
revelou que pelo menos 13 políticos que integram a lista de Edson
Fachin participaram de manifestações “contra a corrupção” e por “mais
ética no Brasil”.
Confira os nomes abaixo:
Confira os nomes abaixo:
1. AÉCIO NEVES (PSDB). O senador
tucano atuou em manifestações de rua pelo impeachment de Dilma Rousseff
(PT), sua rival na eleição de 2014, com um discurso de moralidade na
política. Alvo de cinco inquéritos na lista de Edson Fachin, Aécio é
alvo do maior número de pedidos de investigação feitos pelo ministro
STF.
2. GERALDO ALCKMIN (PSDB). Citado
nas delações da Odebrecht, o governador paulista é apontado pelo
recebimento de R$ 10,7 milhões em caixa dois do departamento de propina
da Odebrecht, segundo delatores da empreiteira. No acordo de delação
homologado pelo STF, um cunhado de Alckmin é citado como o nome que
teria recebido “pessoalmente parte desses valores”: o empresário Adhemar
Cesar Ribeiro, irmão da primeira-dama paulista, Lu Alckmin. Segundo a
delação, R$ 2 milhões foram aplicados na campanha do tucano ao Palácio
dos Bandeirantes em 2010, e o restante, na de 2014, “todas somas não
contabilizadas”, ou seja, caixa dois. Alckmin participou de ato contra a
corrupção e pelo impeachment de Dilma na av. Paulista.
3. JOSÉ SERRA (PSDB). Citado nas
delações por recebimento de pagamentos irregulares nas campanhas de 2004
(R$ 2 milhões), 2006 (R$ 4 milhões), 2008 (R$ 3 milhões) e 2010 (R$ 23
milhões), Serra esteve em protestos na avenida Paulista, em São Paulo,
ano passado, pelo impeachment e contra a corrupção.
4. ROMERO JUCÁ (PMDB). Alvo de
cinco inquéritos, um deles sobre recebimento de R$ 10 milhões para
favorecer a Odebrecht na construção da usina de Santo Antônio, Jucá foi
às ruas em março do ano passado pelo impeachment de Dilma Rousseff e
“contra a corrupção”. Presidente do PMDB, o senador é o político que
acumula, ao lado de Aécio Neves, o maior número de pedidos de
investigações feitas por Fachin.
5. BLAIRO MAGGI (PMDB). O pedido
de instauração de inquérito acusa Maggi de ter recebido R$ 12 milhões na
campanha para o governo de Mato Grosso no ano de 2006. Ele, que também
foi às ruas contra a corrupção, nega a acusação.
6. ALOYSIO NUNES (PSDB). Citado na
lista sob suspeita de ter recebido R$ 500 mil em caixa dois na campanha
para o Senado em 2010, o tucano, nomeado ministro por Michel Temer
(PMDB), Nunes esteve sorridente em manifestações de rua convocadas ano
passado por movimentos pró-impeachment.
7. CÁSSIO CUNHA LIMA (PSDB). Nome
assíduo na defesa do impeachment de Dilma , o tucano é acusado de ter
recebido R$ 800 mil na campanha ao governo da Paraíba em 2014. Cássio
costuma usar a tribuna do Senado Federal para proferir discursos
‘anti-corrupção’.
8. RODRIGO MAIA (DEM). Citado nas
delações porque teria recebido R$ 350 mil em campanha, em 2008, sem ser
candidato, e outros R$ 100 mil para garantir aprovação da Medida
Provisória do Refis, o atual presidente da Câmara Rodrigo Maia, teria
ainda solicitado em 2010, segundo as delações, R$ 600 mil para a
campanha do pai, César Maia. Defensor do impeachment de Dilma e
participante de atos públicos da causa, Maia nega irregularidades.
9. BRUNO ARAÚJO (PSDB). O ministro
do governo Temer é acusado por delatores de receber doação de R$ 600
mil não declarados em 2010 e 2012. Foi de Bruno Araújo o voto 342 na
Câmara dos Deputados contra Dilma Rousseff — número necessário para
abertura do processo de impeachment.
10. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM).
Acusado de ter recebido R$ 300 mil em caixa dois em 2010 e R$ 280 mil em
doação oficial, com contrapartidas, em 2014, Aleluia foi às ruas de
Salvador, em 2015, contra a corrupção.
11. JUTAHY JÚNIOR (PSDB).
Mencionado por delatores por recebimento de R$ 850 mil não
contabilizados nas campanhas de 2010 e 2014, o tucano disse ter
“absoluta convicção” de que o procedimento será arquivado. Ele esteve no
protesto de março de 2016 pela deposição de Dilma – evento organizado
para a “luta contra a corrupção”.
12. PAULINHO DA FORÇA (SD). Citado
nas delações porque teria recebido R$ 1 milhão de propina na campanha à
Câmara em 2014, além de outros R$ 200 mil em espécie para a campanha de
2010, o fundador da Força Sindical, segunda maior central sindical do
país, vinha ao menos desde 2015 defendendo a queda de Dilma em um
discurso “contra a corrupção”.
13. ANTONIO ANASTASIA (PSDB). O
tucano foi citado nas delações pelo recebimento de R$ 7,3 milhões, em
2009 e 2010, a pretexto de doação eleitoral para campanha ao governo de
Minas. O senador e ex-governador de Minas, que foi às ruas pelo
impeachment e contra a corrupção em março de 2016, afirma que “nunca
tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém”.
Fonte Pragmatismo Político
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