O gráfico do blog Poder 360 não deixa dúvida. Estamos diante de um governo tucano. O PSDB tem mostrado mais fidelidade às propostas do governo do que o PMDB. Nas votações realizadas até agora, a taxa de apoio dos deputados tucanos é de 78,7%. A taxa de apoio dos deputados do PMDB ao governo tem sido de 69,9%.
Poder 360
Por Naomi Matsui
Em 1 momento decisivo para a aprovação de reformas prioritárias para o governo, o presidente Michel Temer ainda encontra dificuldades com os congressistas de seu próprio partido, o PMDB.
Isso pode ser constatado nos resultados obtidos na Câmara. A taxa de
fidelidade ao Planalto dos deputados peemedebistas é menor do que a do
principal aliado do governo, o PSDB.
De 5 votações de textos-base feitas nominalmente em 2017 na Câmara,
os tucanos deram ao governo uma média de 78,7% de seus votos. A bancada
tem 47 deputados.
Já o PMDB, que, em tese, deveria demonstrar 1 apoio maior ao presidente, essa média foi de 69,9%. O partido tem 64 deputados.
Ou seja, embora tenha menos deputados, proporcionalmente, o PSDB apoia mais o governo na Câmara do que o PMDB.
Das votações, apenas em uma o aproveitamento dos votos dos
peemedebistas foi superior. Foi na repatriação 2.0, apreciada em
fevereiro.
Em todas as outras 4, o PSDB superou. No final de março, durante
votação que rejeitou a cobrança de universidades públicas por cursos de
MBAs, a média de fidelidade dos tucanos foi 20 pontos percentuais maior.
O governo não conseguiu aprovar a PEC por falta de 4 votos favoráveis.
A cobrança foi autorizada posteriormente pelo STF.
8 VOTOS DE DIFERENÇA
O PMDB uma bancada com 17 deputados a mais que o principal aliado.
Teria, portanto, maiores chances de fornecer mais votos ao governo.
Mas, na prática, a diferença absoluta é de apenas 8 votos. Enquanto o
Planalto teve, em média, 45 votos de deputados peemedebistas, foram 37
de peessedebistas.
Em duas votações (terceirização e PEC da cobrança de MBAs em
públicas), os votos dos tucanos superaram numericamente os dos
peemedebistas.
TUCANOS COBRAM DO PMDB APOIO MAIOR
Nesta 4ª feira (3.mai.2017), 1 jantar na casa do senador e presidente
nacional do PSDB Aécio Neves (MG) reuniu congressistas, governadores e
ministros de Estado do PSDB. Também foram o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso e o presidente Michel Temer.
Os tucanos reiteraram a Temer seu apoio nas reformas propostas pelo
governo no Congresso, como a previdenciária (atualmente na Câmara) e a
trabalhista (em tramitação no Senado). Pediram também que o PMDB “mostrasse uma maior reação nas votações”, ou seja, apoiasse mais o governo nas votações que se aproximam.
O presidente também tem tido dificuldades com seus congressistas no Senado. As rixas com o líder peemedebista na Casa, Renan Calheiros (AL), têm sido frequentes neste ano.
Além disso, alguns senadores publicamente se mostram contrários aos
projetos enviados pelo governo ao Congresso. Foi o que aconteceu, por
exemplo, com a terceirização, hoje já sancionada.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
O governo está a poucas semanas de colocar em votação na Câmara a reforma da Previdência, seu principal projeto.
Para aprovação, são necessários 308 votos favoráveis em 2 turnos de
votação. O PMDB precisaria mobilizar e garantir uma alta
fidelidade de sua base de apoio na Casa. Recentemente, líderes de bancadas afirmaram ao Poder360 ter dúvidas sobre a capacidade de Michel Temer de conseguir o apoio necessário.
Fonte Poder 360
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