Um ano depois do conluio de bandidos afastar Dilma, o que temos a
dizer é que há muitas vítimas, mas a principal delas é a democracia, que
precisa ser fortalecida, sob pena de que o estado da barbárie impere em
nosso país.
Por Antonio Cavalcante Filho
Uma das dificuldades de não seguir bovinamente a opinião da mídia corporativa, Rede Globo e suas organizações satélites à frente, é que o cidadão não dispõe do mesmo espaço para contrapor à onda de ódio e informações falsas, disseminadas com a intenção de formatar a opinião pública. Desse modo, somente o tempo consegue ser mais eficiente em convencer as pessoas de que elas foram enganadas, e aquilo que elas defendiam nas ruas era, na verdade, o interesse de uma burguesia corrupta, entreguista e ladra, travestida de “combatentes da corrupção”.
Uma das dificuldades de não seguir bovinamente a opinião da mídia corporativa, Rede Globo e suas organizações satélites à frente, é que o cidadão não dispõe do mesmo espaço para contrapor à onda de ódio e informações falsas, disseminadas com a intenção de formatar a opinião pública. Desse modo, somente o tempo consegue ser mais eficiente em convencer as pessoas de que elas foram enganadas, e aquilo que elas defendiam nas ruas era, na verdade, o interesse de uma burguesia corrupta, entreguista e ladra, travestida de “combatentes da corrupção”.
Mas, a missão é seguir denunciando o aniversário de 1 ano sem democracia.
Pelas tais pedaladas ficais, há exatos 365 dias, um consórcio
golpista afastou da Presidência Dilma Roussef, a primeira mulher a
eleger-se presidente da República do Brasil, tendo o candidato
megaderrotado Aécio Neves à frente, juntamente com o multirréu Eduardo
Cunha, o ilegítimo Michel Temer e o rebolante MBL.
Aqui, em Mato Grosso, a oposição à Dilma era liderada por Blairo
Maggi, Silval Barbosa, Emanuel Pinheiro, Pedro Taques, Leitão, apenas
para citar alguns. E todos sabem que os “respeitáveis” senhores brancos e
“bem-criados” acima fizeram e fazem diante da sofrida população
mato-grossense.
Dilma foi reeleita em 2014 pelo voto de mais de 54 milhões de
brasileiros, e passou a enfrentar uma oposição criminosa dos derrotados
que usaram as tais “pautas bombas” para paralisar o país. Nos
noticiários da Rede Globo era só pronunciada a palavra “impitima”, dia e
noite. E no dia 31 de agosto do ano passado, em votação no Senado
Federal, 61 senadores deram à Dilma a “graça” de ser a segunda
presidente do Brasil a sofrer impeachment.
Pois bem, a petista deixou o cargo garantindo que a “história seria
implacável” com os traidores, e o vendilhão Michel Temer assume o
governo, com a promessa de ser um governo de “travessia para dias
melhores”, mostrando a tal “ponte para o futuro”. E hoje, 1 ano depois,
somente 5% da população aprova a gestão golpista, segundo dados do
CNI/Ibope. No seu pior momento, por se recusar a negociar com os
congressistas do naipe de Fufuca, Cunha, Galli e Bolsonaro, a menor
aprovação de Dilma foi de 9% no período de junho a dezembro de 2015.
A mentira tem mesmo perna curta, tão curta que chega a ser
estropiada. Em menos de um ano, a Polícia Federal isentou Dilma, e os
ministros do Superior Tribunal de Justiça acolheram a manifestação no
tal processo que se investigava eventual obstrução à Justiça. Na mesma
toada, os técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) isentaram Dilma
pelo prejuízo com a compra da refinaria de Pasadena.
Era mentira: as tais pedaladas não existiram.
Só que essa mudança no cenário político gerou consequências maléficas
para o Brasil: na atualidade, são 15 milhões de pessoas desempregadas e
sem nenhuma perspectiva de melhoras no curto prazo. É muito comum
vermos idosos nas ruas das cidades vendendo picolés e outros produtos de
pequeno valor. Ao mesmo tempo em que atingiu os mais empobrecidos, o
golpe contra a Democracia permitiu que os ricos aprovassem leis que tão
somente a eles beneficiam. É o caso da entrega do trilionário petróleo
do pré-sal, que agora é de petroleiras estrangeiras e não será mais
aplicado nas políticas de educação e saúde, como era o desejo do povo
brasileiro que elegera Dilma presidente da república.
E por aqui, em terras tapuias, o que foi feito daqueles políticos que
vestiram a camiseta amarela da CBF e foram às ruas fazer a “dancinha do
impeachment”, tocada pelos militontos do MBL?
O senhor Blairo Borges Maggi está sendo denunciado pelo STF, por ser o
chefe de uma organização criminosa que se perpetuou no poder através de
crimes e chantagens, gerando prejuízos milionários ao sofrido povo de
Mato Grosso. As pessoas devem se lembrar dos discursos do Emanuel
Pinheiro na assembleia pregando o impeachment de Dilma, acusando-a de
cometer atos ilegais. Logo o Emanuel, que pegava tanto dinheiro ..., mas
tanto dinheiro, que chegava a escorrer pelos bolsos do paletó. Segundo
Silval Barbosa, que disse ao STF, esse dinheiro era desviado dos cofres
públicos para pagar a chantagem que os deputados lhe faziam.
Vou reduzir a lista dos caras que são vítimas da “maldição do
impeachmnent”, políticos e pessoas públicas que criticaram Dilma por ser
corrupta, mas a verdade os desmentiu. E de quebra, estão caindo um a
um, só para lembrar. O ex deputado Eduardo Cunha, amigão do MBL, repousa
numa desconfortável cela da prisão, cumprindo a primeira condenação que
a ele foi imposta.
O megadenunciado Aécio neves é um cadáver que anda, é rejeitado até
pelos próprios colegas do PSDB, que sentem-se mal em ter a sua companhia
tão desagradável. Até o medo de delatar Aécio, e ser morto, parece que
não existe mais. Em terras tapuias, Pedro Taques é acusado de permitir
que a Secretaria de Educação, Esportes e Lazer se transformasse em um
órgão, onde “o esporte é roubar”, e que políticos e empresários ali
tenham seu “espaço de lazer” contínuo.
Taques está na lista da JBS, segundo consta na investigação do STF,
junto com seu colega Nilson leitão, aquele deputado que deseja revogar a
Lei Áurea. Pesa contra o governador Pedro Taques, uma série de
acusações, entre elas permitir que seu primo e assessores próximos
mantivessem uma central criminosa de escutas telefônicas, em que os
alvos eram jornalistas, políticos e amantes de políticos.
Já Blairo Maggi dispensa apresentação, uma vez que o sujeito se dá
bem mesmo em tempo de turbilhão. Conseguiu que os trilhos da ferrovia
passassem na porteira de sua fazenda, ganhou um banco de Temer e se
prepara para ser candidato a qualquer coisa que lhe mantenha protegido
pelo foro privilegiado.
Mas a delação do Silval Barbosa, outro que se insurgiu contra Dilma e
que fomentou o Golpe, lança novas luzes sobre a burguesia local,
mostrando que de liberais eles não têm nada, uma vez que suas fortunas
crescem com dinheiro público, e os caras não têm limite quanto aos
métodos para a sua obtenção.
Com toda essa enxurrada de denúncias de corrupção, o Grupo Gazeta de
Comunicação tem promovido diariamente ampla campanha, estimulando os
cidadãos a denunciarem os corruptos, mas até agora, o que parece, como
resultado da campanha "Cidadão Delator", somente o ex-governador Silval
Barbosa, seus familiares e assessores aderiram à campanha, que poderia
ser chamada daqui pra frente, de “Delator Ladrão’, que vem delatando
todos os seus cúmplices e comparsas, delatando, inclusive, a gráfica
Milenium, pertencente ao presidente do mesmo grupo de comunicação da
campanha "Cidadão Delator".
Um ano depois do conluio de bandidos afastar Dilma, o que temos a
dizer é que há muitas vítimas, mas a principal delas é a democracia, que
precisa ser fortalecida, sob pena de que o estado da barbárie impere em
nosso país.
Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e
escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail:
antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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Temer se beneficia do silêncio das ruas e da condescendência dos
movimentos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua, que
promoveram várias manifestações para tirar Dilma do Planalto.
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