segunda-feira, 6 de novembro de 2017

PEDRO TAQUES, DE NOVO?


Se pudesse voltar ao passado, no final de 2014, será que o Pedro Taques apostaria no caos, como fez ao apoiar o “carreirista” Aécio Neves em sua cruzada para destruir o país, mancomunado com o ex-presidente da Câmara, o achacador da república, o hoje presidiário Eduardo Cunha, juntamente com o golpista ladrão de direitos dos trabalhadores e vendilhão do Brasil, Michel Temer? 



Por Antonio Cavalcante Filho 


Dentre as muitas insanidades que ouço todos os dias, algumas delas me chamam a atenção, porque têm relação com todas as maldades governamentais dos últimos anos, como exemplo, a da entrega das riquezas do Brasil aos estrangeiros, inclusive com riscos à soberania nacional, e a destruição dos pilares da administração do Estado.

Hoje, em nosso país, impera o banditismo na gestão da coisa pública, os tribunais judiciais são simplesmente omissos em sua missão. Enfim, estamos jogados às traças. Até mesmo o arremedo de democracia que temos no Brasil já respira com dificuldade e seu estado de saúde inspira cuidados.

Segundo a mídia, Pedro Taques, o grande viajante de Mato Grosso, se prepara para um novo tour, dessa vez na China e Europa, aliás, neste último destino turístico já esteve em 2015, acompanhado de um primo-problema que desde o dia 27 de setembro deste ano estava “guardado” no xilindró (com ele vários figurões da cúpula palaciana). Mesmo assim, com o mundo desabando em sua cabeça, dizem que o Pedro estaria sonhando em disputar novamente a eleição para governador do Estado.

Tudo bem que as candidaturas que estão “pintando” na praça como opção eleitoral para o próximo ano são lixos tóxicos. A centralização coronelista no comando dos partidos impediu a renovação dos seus quadros, dificultando a oxigenação do exercício da democracia. O fato é que não temos, até o momento, nenhuma nova liderança e nenhum candidato à vista.

Mas, daí o Taques querer permanecer por mais quatro anos fazendo o “mesmo do mesmo”, reproduzindo no Estado o que faz o desgoverno federal, em Brasília, há uma distância enorme. Creio que Mato Grosso não merece e não suporta essa articulação continuísta que só contribuiria para as pessoas desacreditarem ainda mais das nossas instituições e da política.

Porque, com mais um mandato do TX, o próximo passo seria a instauração da barbárie, pois, prevalecendo a continuidade do conluio golpista que se apossou do comando do país, o estado e as suas instituições servirão apenas para proteger os malfeitores e os vendilhões do Brasil. Ou alguém ainda duvida de que o atual governador de Mato Grosso não seja um Temer em miniatura? Então, por que será que todas as maldades que o “Temeroso” faz no âmbito federal contra o povo brasileiro, o seu aluno, o “Temerosozinho” aplica aqui contra os mato-grossenses?

Estarei exagerando? Não! Basta lembrar que a justiça eleitoral não julgou até hoje o crime da ata (que permitiu a eleição de Taques ao Senado), e está “se fingindo de morta” (a justiça), quando as revelações de que recursos pagos por Silval aos deputados estaduais foram usados em campanha eleitoral, e que dinheiro da Seduc pagou a eleição de Pedro Taques, e que os “grampos” durante a eleição, tendo juizes, advogados e políticos como alvos, foram uma tática “taquiana” para vencer a eleição.

O Taques não consegue pagar salário de quem carrega o Estado nas costas, anuncia crise todos os dias, mas vive viajando, e não estou dizendo aqui no sentido de “viajando na maionese”. Digo que o cara não discute a gestão com seriedade, acha que a crise é gerada pelos salários pagos aos trabalhadores e se cala com os três bilhões de reais que dará de lambuja como benefícios fiscais (perdão de impostos) no ano de 2018 aos ricos empresários, os únicos beneficiários do golpe de 2016.

Há muita gente que diz que o problema do Estado é com os pagamentos de juros aos banqueiros. No governo federal, mais de 40% da receita de imposto se destinaram a essa nobre “gente de bens”. As mesmas fontes garantem que a dívida já foi paga, e tem muito rolo nesse esquema.

No governo passado, o Silval chamou o secretário “faz tudo” e fez a dolarização da dívida de Mato Grosso. Num passe de mágica pagou os R$ 400 milhões de dívidas que se transformaram em R$ 2 bilhões, e em dólares, que sobe todo santo dia. Legalmente, se contar o que foi pago em 2016 e 2017 essa dívida já está quitada. Mas o Pedro Taques continua mandando dinheiro para os banqueiros, e negando recursos financeiros para os hospitais, enquanto a administração do estado galopa a passos largos para a paralisação dos serviços públicos por falta de salário dos seus funcionários. E isso se estenderá ao Tribunal de Justiça, Assembleia e Tribunal de Contas incluídos.

É, ou não, uma negação de gestor público? Por que não audita a dívida de Mato Grosso? E por que não cobra imposto dos ricos fazendeiros? Por que vai “doar” R$ 3 bilhões para os milionários do agronegócio, em 2018?

Quando privatizou tudo o que podia nos anos 90, Dante de Oliveira, do PSDB de Taques, cometeu uns equívocos. O primeiro foi sonegar do povo algumas informações importantes. A principal dela é a lista dos devedores do Bemat, o antigo banco estatal. Acredito sinceramente que há muitos milionários em nosso meio que tomaram grana emprestada do Bemat e não pagaram.

Aí veio a privatização e o “beiço” foi assumido pelo povo de Mato Grosso. Esse “perdão” pode explicar o porquê dos ex-gestores públicos e seus amigos ostentam fazendas enormes, boiadas a perder de vista, aviões, carrões, empreiteiras, empresas de ônibus, emissoras de rádio e televisão entre tantas outras demonstrações exteriores de riqueza.

A Sanemat é outro exemplo de onde veio a dívida de Mato Grosso. Foram milhões de reais gastos não sei aonde, e só sei que até hoje essa empresa não foi fechada. O governo do PSDB mantém essa estrutura em funcionamento, e eu, sinceramente, não sei o que ela faz. Só sei que ela gastou muito, e ainda gasta, e o povo de Mato Grosso é quem paga.

E o “gestor” Pedro Taques acha que o salário dos servidores do Detran não pode aumentar. Para esses, spray de pimenta, gás lacrimogênio, "mata leão", pauladas, algemas e detenções, (dos fiscais da Fazenda, pode!) Como se os servidores públicos de Mato Grosso fossem os culpados da crise. Hoje, foram os servidores do Detran, amanhã, poderão ser os trabalhadores da educação, da saúde e até mesmo os próprios agentes da segurança pública que irão enfrentar o braço armado do “Governo da Transformação”.

Se pudesse voltar ao passado, no final de 2014, será que o TX apostaria no caos, como fez ao apoiar o “carreirista” Aécio Neves em sua cruzada para destruir o país, mancomunado com o ex-presidente da Câmara, o achacador da república, o hoje presidiário Eduardo Cunha, juntamente com o golpista ladrão de direitos dos trabalhadores e vendilhão do Brasil, Michel Temer?

Se Taques se arrependesse do seu apoio ao Golpe de 2016, seria até possível que algumas almas fossem liberadas do purgatório, já que as que foram diretas ao inferno não têm mais retorno muito menos a salvação. Essas, nunca mais assombrarão a vida pública.

Pedro Taques, de novo, governador? Nunca mais!

Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News