Enquanto o candidato Haddad hasteia em sua campanha a bandeira da promoção da vida, da educação, da geração de emprego, da distribuição de renda e da saúde, o outro candidato, o inominável que foge dos debates, durante entrevista realizada em Porto Alegre, disparou: “sou capitão do exército, minha especialidade é matar, não é curar ninguém”.
“Eu decidi ficar com o amor.
O ódio é um fardo muito
grande para se carregar”
(Martin Luther King)
Ainda que alguns polticoídes já estejam pagando pelos açoites que fizeram com a democracia, pelos estupros aos direitos sociais dos trabalhadores, pelos atentados aos interesses nacionais e pela depredação do patrimônio público, são muito preocupantes e assustadores os resultados prévios desta eleição.
Os parlamentares, representantes das elites empresariais,
que apresentaram a proposta de lei que destruiu a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), bem com o seu relator, não conseguiram a reeleição.
Outros que atacaram a universidade pública e o sistema educacional do
país, como o ex-ministro do golpe, Mendonça Filho, também não se
reelegeram e ainda terão que procurar trabalho honesto e ocupação lícita
a partir de agora.
Aqui, aos nossos olhos, o deputado Leitão, autor da lei que
transformaria o salário dos trabalhadores rurais em um simples “casa e
comida”, os reduzindo a escravizados do agronegócio, que queria ser
senador, “foi abatido” pelo eleitorado mato-grossense e servido cru aos
convivas do banquete festivo da democracia burguesa.
Também foi expulso do Congresso por ato da população eleitoral o
deputado Sachetti, candidato ao Senado bancado pelo amigão de longa
data, o “Motosserra de Ouro”, Blairo Maggi, ministro do latifúndio,
predador, que apoiou a proposta do Leitão de pagamento em espécie
(moradia e alimentação) aos trabalhadores rurais.
Igualmente, foram banidos do poder gente da qualidade de Romero Jucá
(aquele que disse que o golpe seria com o supremo e tudo), Cristóvão
Buarque, Garibaldi Alves Filho, Beto Richa, Marconi Perilo e muitos
outros. Em mato grosso, Valtenir Pereira, Ezequiel Fonseca, Victório
Galli, que participaram da trama golpista.
Sem esquecer do governador Pedro Taques, que há 4 anos teve o meu
voto, mas desde então venho desvotando-o religiosamente como numa prece
que se faz todo o santo dia, matutino, vespertino e noturno pelo seu tão
malfadado governo.
Mas o que preocupa e assusta é que os que irão substitui-los não
oferecem confiança nenhuma para desviar o país desta rota
de fascistização para a qual estão empurrando o país desde o golpe de
2016.
Neste segundo turno, há um silêncio ensurdecedor sobre os planos e
projetos das candidaturas a presidente. A falta de debates entre os
candidatos é escabrosa, e pode levar às pessoas a votarem motivadas
apenas pelos “memes” nas redes sociais e das notícias falsas, chamadas
de fake news, que vicejam sob o complacente olhar da Justiça Eleitoral.
O jovem aposentado Jair Bolsonaro, que acumula o provento de
aposentado com o gordo salário de congressista, tem fugido dos debates
como o Satanás corre da cruz. O sujeito não quer se expor ao sol de
maneira nenhuma, preferindo se esconder nas brumas da ignorância.
Disse que quer taxar todos os trabalhadores com imposto de renda de
20%, o que levaria a um rápido empobrecimento dos trabalhadores,
vitimando aqueles que ainda possuem carteira assinada.
Outra sua proposta é criar a Carteira de Trabalho Verde e Amarela, em
que o trabalhador não teria direito algum, a não ser aos dias
trabalhados. Quer dizer: o pobre vai se ferrar “de verde e amarelo”,
para repetir argumento do citado político.
Ele já disse que é contrário ao direito das mulheres receberem
salário igual ao dos homens, atacando um direito conquistado a duras
penas. O problema é que o sujeito se recusa em vir a público debater as
suas propostas, o que deixa o eleitor bastante confuso.
O dito político prega que o ensino seja ministrado à distância,
acabando com as aulas presenciais, afastando as crianças do ambiente
escolar. Prega também que haja liberação de armas e a redução da
menoridade penal, mandando crianças e adolescentes para a cadeia, para
depois serem “soldados” das facções criminosas.
Simplificando: propõe que as crianças não vão à escola e fiquem nas
suas casas aprendendo pelo computador (ensino à distância). Longe da
mãe, que precisa trabalhar fora de casa, essa criança vai pra rua e,
como o armamento fica liberado, ela rapidamente pode ser “selecionada”
por exércitos criminosos. E vai para a cadeia, onde aprenderá lições
diárias de como se tornar uma pessoa pior!
Enquanto o candidato Haddad hasteia em sua campanha a bandeira da
promoção da vida, da educação, da geração de emprego, da distribuição de
renda e da saúde, o outro candidato, o inominável que foge dos debates,
durante entrevista realizada em Porto Alegre, disparou: “sou capitão do
exército, minha especialidade é matar, não é curar ninguém”.
A nossa escolha agora não é apenas entre partido a ou b, mas, sim,
entre a vida ou a morte. Entre ficar com o amor ou com o ódio, entre a
luz ou as trevas. Se olharmos bem, veremos que nuvens escuras pairam
sobre os céus do Brasil.
É de dar medo toda essa escuridão...!
Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e
escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail:
antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
Ele já disse que é contrário ao direito das mulheres receberem salário igual ao dos homens, atacando um direito conquistado a duras penas. O problema é que o sujeito se recusa em vir a público debater as suas propostas, o que deixa o eleitor bastante confuso.