segunda-feira, 15 de outubro de 2018

É DE DAR MEDO TODA ESSA ESCURIDÃO...!


Enquanto o candidato Haddad hasteia em sua campanha a bandeira da promoção da vida, da educação, da geração de emprego, da distribuição de renda e da saúde, o outro candidato, o inominável que foge dos debates, durante entrevista realizada em Porto Alegre, disparou: “sou capitão do exército, minha especialidade é matar, não é curar ninguém”. 



“Eu decidi ficar com o amor.
 O ódio é um fardo muito 
grande para se carregar” 
(Martin Luther King)


 Por Antonio Cavalcante Filho



Ainda que alguns polticoídes já estejam pagando pelos açoites que fizeram com a democracia, pelos estupros aos direitos sociais dos trabalhadores, pelos atentados aos interesses nacionais e pela depredação do patrimônio público, são muito preocupantes e assustadores os resultados prévios desta eleição.

Os parlamentares, representantes das elites empresariais, que apresentaram a proposta de lei que destruiu a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), bem com o seu relator, não conseguiram a reeleição.

Outros que atacaram a universidade pública e o sistema educacional do país, como o ex-ministro do golpe, Mendonça Filho, também não se reelegeram e ainda terão que procurar trabalho honesto e ocupação lícita a partir de agora.

Aqui, aos nossos olhos, o deputado Leitão, autor da lei que transformaria o salário dos trabalhadores rurais em um simples “casa e comida”, os reduzindo a escravizados do agronegócio, que queria ser senador, “foi abatido” pelo eleitorado mato-grossense e servido cru aos convivas do banquete festivo da democracia burguesa.

Também foi expulso do Congresso por ato da população eleitoral o deputado Sachetti, candidato ao Senado bancado pelo amigão de longa data, o “Motosserra de Ouro”, Blairo Maggi, ministro do latifúndio, predador, que apoiou a proposta do Leitão de pagamento em espécie (moradia e alimentação) aos trabalhadores rurais.

Igualmente, foram banidos do poder gente da qualidade de Romero Jucá (aquele que disse que o golpe seria com o supremo e tudo), Cristóvão Buarque, Garibaldi Alves Filho, Beto Richa, Marconi Perilo e muitos outros. Em mato grosso, Valtenir Pereira, Ezequiel Fonseca, Victório Galli, que participaram da trama golpista.

Sem esquecer do governador Pedro Taques, que há 4 anos teve o meu voto, mas desde então venho desvotando-o religiosamente como numa prece que se faz todo o santo dia, matutino, vespertino e noturno pelo seu tão malfadado governo.

Mas o que preocupa e assusta é que os que irão substitui-los não oferecem confiança nenhuma para desviar o país desta rota de fascistização para a qual estão empurrando o país desde o golpe de 2016.

Neste segundo turno, há um silêncio ensurdecedor sobre os planos e projetos das candidaturas a presidente. A falta de debates entre os candidatos é escabrosa, e pode levar às pessoas a votarem motivadas apenas pelos “memes” nas redes sociais e das notícias falsas, chamadas de fake news, que vicejam sob o complacente olhar da Justiça Eleitoral.

O jovem aposentado Jair Bolsonaro, que acumula o provento de aposentado com o gordo salário de congressista, tem fugido dos debates como o Satanás corre da cruz. O sujeito não quer se expor ao sol de maneira nenhuma, preferindo se esconder nas brumas da ignorância.

Disse que quer taxar todos os trabalhadores com imposto de renda de 20%, o que levaria a um rápido empobrecimento dos trabalhadores, vitimando aqueles que ainda possuem carteira assinada.

Outra sua proposta é criar a Carteira de Trabalho Verde e Amarela, em que o trabalhador não teria direito algum, a não ser aos dias trabalhados. Quer dizer: o pobre vai se ferrar “de verde e amarelo”, para repetir argumento do citado político.

Ele já disse que é contrário ao direito das mulheres receberem salário igual ao dos homens, atacando um direito conquistado a duras penas. O problema é que o sujeito se recusa em vir a público debater as suas propostas, o que deixa o eleitor bastante confuso.

O dito político prega que o ensino seja ministrado à distância, acabando com as aulas presenciais, afastando as crianças do ambiente escolar. Prega também que haja liberação de armas e a redução da menoridade penal, mandando crianças e adolescentes para a cadeia, para depois serem “soldados” das facções criminosas.

Simplificando: propõe que as crianças não vão à escola e fiquem nas suas casas aprendendo pelo computador (ensino à distância). Longe da mãe, que precisa trabalhar fora de casa, essa criança vai pra rua e, como o armamento fica liberado, ela rapidamente pode ser “selecionada” por exércitos criminosos. E vai para a cadeia, onde aprenderá lições diárias de como se tornar uma pessoa pior!

Enquanto o candidato Haddad hasteia em sua campanha a bandeira da promoção da vida, da educação, da geração de emprego, da distribuição de renda e da saúde, o outro candidato, o inominável que foge dos debates, durante entrevista realizada em Porto Alegre, disparou: “sou capitão do exército, minha especialidade é matar, não é curar ninguém”.

A nossa escolha agora não é apenas entre partido a ou b, mas, sim, entre a vida ou a morte. Entre ficar com o amor ou com o ódio, entre a luz ou as trevas. Se olharmos bem, veremos que nuvens escuras pairam sobre os céus do Brasil.

É de dar medo toda essa escuridão...!

Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News




Ele já disse que é contrário ao direito das mulheres receberem salário igual ao dos homens, atacando um direito conquistado a duras penas. O problema é que o sujeito se recusa em vir a público debater as suas propostas, o que deixa o eleitor bastante confuso.